O fim da distância: o poder da técnica digital nas subjetividades contemporâneas
O objetivo da pesquisa é investigar as subjetividades contemporâneas em suas relações com as imagens digitais. As analises de tais relações guia-se por articulações do conceito de distância de Byung-Chul Han, aqui, entendido como fundamental a construção da sociedade e dos sujeitos contemporâneos como o autor descreve. Han articula uma crítica às maneiras de uso e das práticas que se estabelecem na internet relacionando-as à desintegração dos vínculos coletivos e, portanto, identificando-as como empecilhos para a política; para o filósofo, os ambientes digitais operariam a dissolução do pathos da distância, como aparição da alteridade enfática, empobrecendo as possibilidades de narrar-se e os processos de subjetivação. Assim, pretende-se considerar as relações entre o conceito de distância e a técnica digital avaliando suas consequências na subjetividade dos usuários das redes. O recorte proposto enfatiza as condições técnicas que estruturam as imagens digitais, enquanto objetos (plataformas/interfaces) que condicionam e organizam as relações sensíveis cotidianas, apoiando-se nos autores Lev Manovich e Shoshana Zuboff. Ademais, como, em Han, distância tem genealogia na distância aurática benjaminiana, descrita como uma trama de espaço e tempo, aqui, busca-se reconhecer e explicitar as dimensões espaço-temporais inerentes à técnica digital. E, nesse processo, investigar como tais dimensões atuam na socialização e nas subjetivações contemporâneas.