Método e Metafísica na gênese da filosofia crítica de Immanuel Kant
A presente dissertação busca analisar como os conceitos “método” e “metafísica” surgem nos
escritos de Immanuel Kant publicados entre os anos 1747 e 1756. Neste sentido, ela
apresenta-se enquanto um estudo da obra kantiana que é tanto histórico quanto sistemático,
envolvendo uma compreensão das obras e autores que compuseram as principais referências
para Kant nas diversas questões envolvidas nestes escritos. Partindo de uma posição
interpretativa que procura realizar uma história dos conceitos kantianos com a intenção de
compreender como seu modo de atuação pode ter se desenvolvido, assume-se a análise dos
textos como uma das bases fundamentais da pesquisa, de modo que se pretende apresentar um
balanço entre a contextualização histórica dos conceitos e sua formação nos escritos, isto é,
entre os níveis de compreensão diacrônico e sincrônico dos conceitos kantianos. São
analisados, com especial detalhe, os escritos Pensamentos sobre a verdadeira estimação das
Forças Vivas (1747), História Natural Universal (1755), Nova Elucidação (1755) e
Monadologia Física (1756), mas recorre-se também a outros escritos do período, reflexões e
textos não publicados. Recorre-se também a análises genéticas com especial ênfase na
tradição metafísica alemã (Wolff, Crusius, Bilfinger, Baumgarten etc.) e na filosofia natural
europeia (Descartes, Leibniz, Newton, Maupertuis, Buffon etc.), as quais permitem uma
análise histórica dos conceitos kantianos que abarca, portanto, as dimensões sistemática e
histórica requeridas.