A DIVINDADE NA ALMA HUMANA NO PENSAMENTO DE MEISTER ECKHART E UM POSSÍVEL PARALELO COM A PSICANÁLISE (KEPPE)
Partindo da ideia de que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, Mestre Eckhart acreditava que no fundo da alma encontra-se presente uma centelha do Verbo Divino, o Logos. No entanto, o homem interpõe muitos elementos entre si e essa presença divina em seu interior, através de imagens formadas do mundo exterior, que encobrem ou o distanciam da união ou igualdade com esse centro genuíno na alma. Para reparar essa dificuldade, o dominicano sugeria uma nova prática (ou uma ausência de prática, ou seja, um ‘não fazer’) para o homem redescobrir ou retornar a esse divino original em seu fundo, o que o dominicano denomina de “desprendimento” (Abgeschiedenheit em alemão), ou seja, um desligamento de tudo o que encobre a alma do que há de divino em sua essência.
A Psicanálise Integral (desenvolvida por N. Keppe) também considera o ser humano em três instâncias: a sanidade básica ligada ao divino na essência humana; o afastamento e deturpação que se faz a ela por intermédio da psicopatologia; e a recuperação dessa essência sã através do processo psicanalítico da conscientização.
Tendo-se notado uma aparente semelhança entre o sistema de Mestre Eckhart e as descobertas de N. Keppe no campo da psicanálise, a presente dissertação analisará os pontos-chaves de ambas os sistemas, a partir da literatura disponível, sugerindo a possibilidade de um futuro estudo comparativo interdisciplinar para se averiguar tal hipótese.
Este trabalho está dividido em quatro capítulos, concluindo com algumas considerações finais, da seguinte forma: serão abordados os três momentos das duas correntes de pensamento: a natureza divina da essência humana; o encobrimento de tal estado natural original; e a proposta que cada uma oferece para se retornar ao estado conforme a criação.
Inicialmente discorreremos sobre os três momentos em Mestre Eckhart, em seguida apresentaremos as bases da Psicanálise Integral, e finalmente serão examinados alguns pontos que sugerem a aparente semelhança entre os sistemas, para uma possível comparação futura, sem desconsiderar, evidentemente, a devida distância temporal e histórica entre ambas as doutrinas.
Este trabalho está dividido em quatro capítulos, concluindo com algumas considerações finais, da seguinte forma: serão abordados os três momentos das duas correntes de pensamento: a natureza divina da essência humana; o encobrimento de tal estado natural original; e a proposta que cada uma oferece para se retornar ao estado conforme a criação.
Inicialmente discorreremos sobre os três momentos em Mestre Eckhart, em seguida apresentaremos as bases da Psicanálise Integral, e finalmente serão examinados alguns pontos que sugerem a aparente semelhança entre os sistemas, para uma possível comparação futura, sem desconsiderar, evidentemente, a devida distância temporal e histórica entre ambas as doutrinas.