A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA PRODUZIDA POR CIENTISTAS NAS REDES SOCIAIS: INTENÇÕES E DESAFIOS
Atualmente, a divulgação científica esbarra no debate sobre quem é seu autor, seu ator e como ser feita. No Brasil, o Divulgador Científico não tem seu ofício reconhecido e embasado numa legislação que lhe assegure o caráter profissional, que defina inclusive o perfil de quem possa exercer essa ocupação. Há quem advogue a favor do próprio cientista em ser o protagonista da divulgação da ciência que faz. Seria, portanto, o primeiro a divulgar a ciência sobre a qual se debruça sua atividade, dando substrato para outros profissionais, como jornalistas científicos, para ampliar a difusão de seus resultados. Por outro lado, há o receio de que o cientista não esteja munido das faculdades de comunicação que lhe permitam transmitir seus processos e resultados. Deste modo, suas declarações poderiam não ser fidedignas. Tampouco há consenso sobre o papel do jornalismo científico feito por profissionais alheios à área científica, como jornalistas, e quais defasagens podem se apresentar na transposição de um conteúdo técnico para o público geral. As pesquisas recentes apontam que apesar de se constituírem como campo de divulgação científica atraente a divulgadores da ciência, as redes sociais são um ambiente que carece de ser melhor investigado tanto em conteúdo quanto em alcance. Do ponto de vista dessas mídias e as instituições, destaca-se que, sejam públicas ou privadas, incluindo universidades e institutos de pesquisa, estas organizações possuem páginas em sites de redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram, além de canais de vídeo no YouTube. Dentre as vantagens, considera-se o contato mais próximo com os pesquisadores e os centros de produção, assuntos e informações com alcance maior e sem o crivo dos tradicionais veículos de comunicação, como jornais e revistas. Desse modo, o presente trabalho se debruça sobre a divulgação científica feita por cientistas que tomam as mídias sociais como campo de atuação. Questiona quais são suas intenções e quais desafios encontram para alcançá-las, além das métricas de que lançam mão para mensurar suas aspirações.