EDUCAÇÃO PARA O RISCO: ELEMENTOS PARA PROPOR AULAS DE CIÊNCIAS MAIS COMPLEXAS
O presente trabalho discorre sobre possíveis elementos relativos à temática do risco que podem embasar o desenvolvimento de aula de ciências adjunto da perspectiva da complexidade. Para tal, toma-se o risco do ponto de vista sociológico, considerando que nossa sociedade encontra-se em uma fase em que os riscos produzidos pelo capital e distribuídos aos mais pobres prevalecem ante a riqueza produzida, e que, para isso, é necessário desenvolver uma cultura de mitigação e prevenção de riscos. Em paralelo, a complexidade nos mostra que é necessário considerar o impacto de outros âmbitos além do escolar no momento de construção do conhecimento científico, seja do com viés ambiental, social, econômico ou de outras fontes, como conhecimentos prévios. Nesse sentido, o conhecimento constrói-se como uma teia, em que cada nó é composto por elementos que permitem o desenvolvimento de um conhecimento mais abrangente e bem estruturado. Assim, para compreender a influência do risco em aulas de Ciências, analisa-se, por meio da Análise Textual Discursiva (ATD), trabalhos científicos com proximidade ao risco em periódicos de referência na área de Ensino, em busca de ligações entre o risco e as propostas didáticas. Adjunto a isso, também investiga-se por meio da ATD a visão de docentes de escolas públicas do ensino médio para compreender suas concepções de risco e possíveis situações que possam contribuir para a construção de aulas, com enfoque especial na ideia de percepção de riscos. Por fim, elabora-se um exemplar de uma possível proposta de aula com base na confluência das análises anteriores com a temática água.
Palavras-chave: Educação para o risco; complexidade; ensino de Ciências; percepção do risco.