Quando o museu se torna acessível e democrático?
A partir do estabelecimento da Política Nacional de Museus, em 2003, o museu passou a ser considerado um espaço de práticas e processos socioculturais colocados à serviço da sociedade e do seu desenvolvimento. As novas e insurgentes demandas contemporâneas passaram a exigir expressivas mudanças na concepção dos museus, sobretudo no que se refere às suas funções, enquanto instituição, por estabelecer diretrizes para o universo museológico brasileiro, já que os museus passaram a ter renovada importância na vida cultural e social brasileira. Assim, as exigências dessa mesma sociedade implicaram na mudança da concepção dos museus, em primeiro lugar no que se relaciona às suas funções, e na necessidade de respostas para potencializar o enfrentamento aos seus questionamentos para um arcabouço de temas, dúvidas, necessidades e desafios emergentes que, no seu conjunto, conformam as demandas contemporâneas. Consideramos trazer desse arcabouço, para este estudo, os temas de educação em museus, democratização da ciência e acessibilidade. Este trabalho tem o propósito de trazer algumas respostas sobre a formação do educador museal, concernentes à democratização da ciência como processo de construção social e individual. A partir dos dados coletados, o primeiro capítulo “A formação de educadores e monitores museais para o atendimento de diversos públicos” aborda as formações acadêmicas e museais, como elas se articulam e refletem no dia a dia do educador. O artigo também discute se os conceitos de acessibilidade e democracia fazem parte da formação do educador e monitor do Museu de Microbiologia (MMB), do Instituto Butantan. Além disso, faz uma análise dos modelos de formação adotados em diferentes momentos pelo MMB. O segundo artigo “Os excluídos do Brasil: de uma herança colonial e estrutural de exclusão para a construção de identidades e pertencimentos.” traz a perspectiva do educador sobre quem é o público do museu? Como ele acha ser possível atrair novos e diversos públicos que usualmente não frequentam esse espaço. O terceiro artigo “A acessibilidade no Museu de Microbiologia do Instituto Butantan” aborda os conceitos de democracia e acessibilidade, faz um paralelo histórico sobre as pessoas com deficiência e discute a acessibilidade do Museu de Microbiologia.