O PROBLEMA DA (I)MOBILIDADE DA TERRA NO ENSINO DE ASTRONOMIA: UM ESTUDO DE CARÁTER HISTORIOGRÁFICO VISANDO SUBSIDIAR PROPOSTAS DE ENSINO VOLTADAS À FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES
O Ensino de Ciências no nível Fundamental prevê conteúdos de astronomia que são estruturais para o eixo Terra e Universo. Contudo, segundo Langhi & Nardi (2010), a astronomia não faz parte das disciplinas específicas dos cursos de licenciaturas, sendo por vezes trabalhada de forma superficial, sem que haja condições para uma formação mais efetiva. Esse fato contribui para que os recém-formados, quando em sala de aula, recorreram aos livros didáticos como fontes principais de seus planejamentos. Nesse contexto, Sobreira (2012) aponta que, mesmo com a avaliação dos órgãos competentes, é comum identificarmos erros conceituais que contribuam para interpretações equivocadas de diversos conteúdos científicos. Nessa perspectiva, Langhi (2011) aponta a baixa qualidade dos materiais bibliográficos e a linguagem inacessível muitas vezes utilizadas como fatores que dificultam o ensino de astronomia. Sensível à tais dificuldades, a presente dissertação tem como objetivo elaborar uma proposta de ensino voltada para a formação inicial e/ou continuada de professores envolvendo conteúdos de Astronomia. Em particular, pretende-se abordar aspectos históricos ligados ao tema da (i)mobilidade da Terra e, se possível, seus desdobramentos para a estruturação do que hoje conhecemos como modelo Heliocêntrico. Para isso, será utilizada uma abordagem historiográfica, onde fontes primárias e secundárias são tratadas e analisadas segundo os preceitos da historiografia contemporânea das ciências (Kragh, 2003).