COMPETÊNCIAS E APTIDÕES PESSOAIS NECESSÁRIAS PARA O ENSINO NA MODALIDADE REMOTA: UM ESTUDO DE CASO NOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS DA UFABC
O período de estágio é o momento em que os futuros professores se desenvolvem como profissionais se apropriando de conhecimentos práticos adquiridos através das vivências reais na escola campo em diálogo com o cabedal teórico proveniente dos seus estudos acadêmicos. Entretanto, nos anos de 2020 e 2021 as práticas dos estágios supervisionados foram marcadas por drásticas modificações e adaptações devido ao quadro pandêmico que atingiu todas as instituições de ensino, em todos os seus níveis. Alunos e professores tiveram que se adequar ao ‘novo normal’, de forma a minimizar os prejuízos causados pela pandemia, e foi nesse cenário em que as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) se fizeram ainda mais presentes na mediação entre professor, aluno e conhecimento. Desta forma, o objetivo deste estudo busca investigar quais competências e aptidões pessoais foram mobilizados e desenvolvidos por um grupo de estagiários do curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal do ABC em relação ao uso das TDIC durante o período de estágio remoto em 2020. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo abordando um estudo de caso, cujos dados foram coletados a partir das reuniões dos estagiários com a professora orientadora registrados em vídeo, além de questionários e dos materiais escritos desenvolvidos pelos licenciandos. As análises foram baseadas em autores que tratam dos saberes necessários à formação profissional de professores como M. Tardif (2012) e M. Altet (2001), entre outros, e das aptidões e recursos pessoais de Le Boterf (2003). Os resultados apontam que os estagiários demonstraram conhecer a importância da formação docente voltada para a utilização das TDIC como ferramentas importantes nos processos de ensino e aprendizagem, haja visto as dificuldades que eles mesmos tiveram para realizar suas tarefas remotas. Notou-se também uma preocupação mais acentuada, por parte dos estagiários, em relação às suas aptidões e habilidades pessoais (a empatia, a paciência, a flexibilidade, a adaptabilidade e a criatividade) do que em relação às competências e saberes técnico-pedagógicos (conteúdo programático e tecnologias digitais) como necessários para um professor dominar o trabalho remoto.