POSSIBILIDADES PARA AS MENINAS ADOLESCENTES SEREM MAIS PARTICIPATIVAS EM CIÊNCIAS DA NATUREZA
Estudos indicam que a desigualdade de gênero, exclusão social e fatores históricos,
colocam as meninas e mulheres em desvantagem frente aos cursos de Ciências da
Natureza. Por esse motivo, o ensino de ciências pode ser desenvolvido com atividades
que contribuam para uma ciência mais abrangente e inclusiva, como na perspectiva de
ensino por investigação. O objetivo de nossa pesquisa foi compreender as dinâmicas de
envolvimento e participação das meninas adolescentes, em atividades investigativas,
numa ação extensionista na Universidade Federal do ABC. O público da pesquisa
consistiu em estudantes de escolas situadas na região do ABC paulista, com idade entre
13 e 14 anos dos anos finais do ensino fundamental (8o e 9o anos). Além das aplicações
didáticas também foram realizadas palestras sobre metodologia de construção do
conhecimento científico e entrevistas com pesquisadoras da Universidade UFABC. O
desenvolvimento metodológico da pesquisa teve um enfoque qualitativo e o contexto foi
vídeo-gravado. Também, utilizamos o software livre IRAMUTEQ. para fazer a análise
lexical das falas dos estudantes durante as atividades de investigação das 10 turmas. As
análises tiveram como foco a compreensão da participação de meninas e meninos nas
atividades planejadas e da contribuição da atitude das mediadoras para participação das
meninas em equidade de gênero. Nossa pesquisa mostrou uma participação equitativa nas
discussões, em que meninas e meninos fizeram enunciações, levantaram hipóteses
indicando grande porcentagem argumentativa no experimento de colisão de carrinhos.
Provavelmente, devido ao planejamento prévio e embasamento teórico das mediadoras
para ações equitativas. Além disso, o comportamento dos meninos nos fez levantar
questionamentos para possíveis pesquisas sobre como os comportamentos aprendidos
desde a infância podem interferir no interesse e reprimir suas linguagens para a construção
dos argumentos científicos.