A COMPREENSÃO DA CULTURA MICÓLOGA NOS ESTUDANTES DE DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
O ensino de micologia no Ensino Médio é pouco discutido, pela complexidade do assunto; ora por ser visto de modo negativo pelo público discente visto que alguns fungos causam doenças, também pela pouca difusão de aspectos positivos, como os ecológicos e econômicos, na medicina e na indústria alimentícia. Assim, esse projeto visa compreender de que modo o tema fúngico está presente nos discursos dos alunos. A coleta dos dados foi na disciplina de Mecanismos de Agressão e Defesa do 2º. Semestre do curso de Enfermagem da Escola de Ciências Biológicas e da Saúde na IES 1 e na disciplina Bases Experimentais das Ciências Naturais com os alunos ingressos na IES 2 por meio de um questionário de 9 questões abertas dividido em 4 blocos, modificado de Ceratti (2014): 2) Biofilia narrativa; 3), Conhecimento Cotidiano; 4) Conhecimento Científico; e 5) Institucional. Os blocos 2, 3 e 5 foram analisados pela metodologia da teoria fundamenta de Strauss e Corbin (2006). Para o bloco 4, a escrita discente foi analisada usando primeiro o algoritmo de diferenciação entre argumentação e explicação de Del Corso (2017). Somente quando aparecia o argumento, ou a categoria explicação argumentativa, usou-se o modelo de análise do argumento de Toulmin (2006). Tanto as concepções como as explicações ou argumentos foram analisados de modo qualitativo a partir de três categorias: ‘de acordo com a literatura’, ‘parcialmente de acordo com a literatura’, ‘não de acordo com a literatura’, a partir de Manzoni de Almeida (2016) e Batistoni e Silva & Trivelato (2017). Constatou-se que em ambas as IES se consideraram os fungos positivos ao gerar produtos alimentares e farmacêuticos do que eles na natureza. Por fim, os estudantes pouco viram sobre os fungos no Ensino Básico, graças a presença majoritária de explicações a partir do senso comum sobre estes organismos e a pouca presença de escrita argumentativa baseada em evidências científicas.