DESENVOLVIMENTO DE NANOELETROCATALISADORES DE NÍQUEL, CÉRIO E COBALTO PARA APLICAÇÃO EM CÉLULA A COMBUSTÍVEL DE UREIA DIRETA.
A ureia apresenta-se como uma fonte promissora na geração de energia, haja vista que este composto não é tóxico, possui elevada densidade de energia (16,9 MJ L-1), além de ser considerado um ótimo transportador de hidrogênio. Diversas pesquisas têm sugerido o desenvolvimento de células a combustível alcalinas alimentadas com ureia para geração de energia elétrica, mediante a oxidação desse composto. Nesta linha este trabalho tem o objetivo de sintetizar, caracterizar e avaliar eletrocatalisadores constituídos por Ni, Co e Ce, suportados em carbono, para reações de oxidação de ureia (ROU), sendo estes materiais posteriormente aplicados em célula a combustível. Os materiais foram sintetizados pelo método de redução química com NaBH4, empregando-se diferentes proporções de massa: Ni; NiCe (1:1 e 3:1); NiCo (1:1); NiCoCe (1:1:1) e CoCe (1:1) (20% em massa) e foram suportados em carbono Vulcan XC-72 (80% em massa). Os eletrocatalisadores foram caracterizados por difração de raios-X, espectroscopia Raman, ângulo de contato e espectroscopia fotoeletrônica de raios-X. A atividade eletrocatalítica dos materiais para ROU foi avaliada por voltametria cíclica (VC) e cronoamperometria (CA). A eficiência como ânodos em célula a combustível foi testada. O eletrocatalisador Ni50Ce50/C apresentou maior corrente de pico para a ROU (4,7 mA) e valores de potencial de início de oxidação menos positivos (0,325 V) na VC do que Ni/C (4,2 mA e 0,335V) para o mesmo processo. Em experimentos de CA, Ni50Ce50/C mostrou maior corrente para a ROU do que Ni/C, respectivamente 1,5 e 1,2 mA, além de que em célula apresentou uma densidade de potência superior ao Ni/C, sendo 0,22 e 0,14 mW cm-2 , respectivamente. Os resultados sugerem que o Ce diminuiu o envenenamento do CO na superfície de Ni devido ao mecanismo bifuncional no qual Ce fornece espécies oxigenadas para oxidação de CO nos sítios ativos envenenados de Ni. Destaca-se que a incorporação de cério no processo promove uma alteração significativa no mecanismo, distinguindo-se claramente da abordagem que emprega apenas níquel. Este resultado representa uma contribuição inovadora à literatura no contexto da célula a combustível investigada.