Impacto das nanoplataformas baseadas em óxido nítrico em ações
Atualmente, o câncer representa a segunda doença com maior índice de mortalidade mundial, apresentando desafios nas áreas de diagnóstico e tratamento. Nas últimas décadas, os tratamentos do câncer evoluíram, mas ainda enfrentam dificuldades relacionadas a uma alta biodistribuição, devido à inespecificidade do tratamento e a crescente resistência tumoral aos medicamentos convencionais. Neste cenário, a nanotecnologia tem ganhado espaço na área da medicina por possibilitar o design de materiais que proporcionam tratamentos eficientes, direcionados e com menor efeitos colaterais. Essa área tem crescido exponencialmente em todo o mundo, contando com um crescente investimento financeiro que se traduz na comercialização de mais de 100 produtos aprovados pelo FDA com aplicações na nanomedicina. Dentre diversas nanopartículas com potenciais aplicações nesta área, nanopartículas porosas, como óxidos de zinco e silício (ZnO e SiO2), consistem em uma potencial estratégia para um carreamento eficiente de fármacos com mínimos efeitos colaterais. Há alguns anos atrás, o uso da nanotecnologia na nanomedicina do câncer se baseava apenas no carremento de um fármaco para um tratamento direcionado. Contudo, tem se tornado crescente a estratégia de delivery de múltiplos fármacos simultaneamente, visando sensibilizar as células tumorais, em especial, células resistentes aos tratamentos convencionais. Nesse sentido, a combinação de quimioterápicos com nanopartículas funcionalizadas com a S-nitrosoquitosana, polímero de quitosana modificado quimicamente para a liberação de óxido nítrico (NO), consiste em uma estratégia inovadora que tem como objetivo a sensibilização das células com baixas concentrações de NO, tornando-as mais suscetíveis ao tratamento com quimioterápicos. Deste modo, este projeto propõe o desenvolvimento de nanopartículas carreadoras de quimioterápicos funcionalizadas com moléculas de quitosana modificadas, permitindo a liberação de óxido nítrico (NO), uma molécula sinalizadora endógena, capaz de sensibilizar o tumor por diversas rotas e, portanto, possibilitar um tratamento mais eficaz com os quimioterápicos. As nanopartículas híbridas serão sintetizadas, funcionalizadas e caracterizadas por diversas técnicas. Estudos antitumorais in vitro serão realizados a fim de investigar o potencial e os diferentes mecanismos de morte envolvidos. Deste modo, este projeto possibilitará avanços na área da nanomedicina do câncer aliada ao NO, gerando contribuições científicas e tecnológicas na área de nanomateriais, NO, biologia e medicina.