Aplicações biológicas com novos peptídeos antimicrobianos, derivados da Imcroporina e do Balteatide
A resistência de micro-organismos a medicamentos e a busca por tratamentos adequados a doenças negligenciadas, são problemas cada vez mais significativo na sociedade. Portanto, são necessárias novas alternativas para o tratamento de infecções, com maiores atividades antimicrobianas, alta seletividade e menor toxicidade.
Peptídeos antimicrobianos (PAMs) são uma alternativa terapêutica promissora, pois possuem aplicabilidade diversa e versatilidade ampla em seu campo sequencial, atuando, assim, como um potente antimicrobiano.
No presente trabalho, foram realizados estudos direcionados a novos designs de PAMs provenientes de diferentes organismos. O primeiro grupo de peptídeos, é originado do veneno de escorpião, da espécie Isometrus maculates, e tem como peptídeo original a Imcroporina, na qual teve o estudo focado contra doença de Chagas. O segundo grupo de estudo é proveniente do Balteatide, peptídeo isolado da secreção da pele de rã, da espécie Phyllomedusa baltea, o qual os experimentos foram focados em bactérias.
Os peptídeos utilizados nesse trabalho foram sintetizados pelo método da fase sólida, utilizando a estratégia F-moc, purificados por HPLC e caracterizados por LC/ESI-MS. Nos estudos biológicos contra Trypanossoma cruzi, o efeito tripanocida foi avaliado em formas epimastigotas, tripomastigotas e amastigotas. A toxicidade foi avaliada nas células hospedeiras LLC-MK2 por MTT e o índice de seletividade (IS) foi determinado. O mecanismo de ação em T. cruzi foi estudado em formas epimastigotas através de citometria de fluxo utilizando os marcadores 7AAD/AX, DCF, Rho 123 e através de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os experimentos com bactérias, contaram com teste de inibição de micro-organismos do grupo ESKAPE, o mecanismo de ação foi investigado pela permeabilização e despolarização de membrana e a ação infecciosa, in vivo, também foi realizada por meio da infecção da pele por abrasão de rato.
Os resultados da família de peptídeos da Imcroporina, foram excelentes, tendo como protagonista o análogo [K]3-Imcroporina-NH2, o qual preencheu os requisitos para ser um promissor antichagásico. E os resultados com as bactérias mostraram o [K]1-Imcroporina-NH2 como antimicrobiano potente na superação da resistência microbiana. A abordagem de modificação sequencial dos peptídeos, disponibiliza informações importantes entre propriedades físico- química e efeito antimicrobiano. Para que no futuro, essa classe de moléculas, de fato, sejam os novos quimioterápicos que a sociedade necessita.