Uso de técnicas de docking e modelos de similaridade química empregando substâncias com atividade frente ao receptor PPAR-delta
O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica que se caracteriza por uma desordem metabólica oriunda de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina, que resulta em hiperglicemia e causa uma série de complicações fisiológicas. Considerando que a doença não possui cura e os tratamentos existentes apresentam efeitos adversos que comprometem a qualidade de vida dos pacientes, pode-se afirmar que é necessária a busca por tratamentos mais eficazes.A classe de receptores PPAR(receptores ativados por proliferadores de peroxissomas) controla as vias metabólicas dos carboidratos e lipídeos. Uma subclasse destes receptores, o subtipo PPARδ, regula determinadas vias metabólicas de forma que substâncias que o ativem podem ser utilizadas como medicamentos para DM tipo 2.Neste trabalho, foram realizadas análises via acoplamento molecular (docking) com a finalidade de compreender as diferenças entre os ligantes mais e menos ativos selecionados no sítio de ligação do alvo.Essa técnica mostrouque os ligantes mais ativos realizam ligações de hidrogênio com 3 dos principais resíduos responsáveis pela ativação do receptor, além de um número maior de interações hidrofóbicas e de van der Waals.Também foi feito um estudo exaustivo a partir da construção e validação de diversos modelos de similaridade química (MSQs)para entender quais características eram relevantes para a ativação do PPARδ e, assim, aplicar os melhores modelos em um futuro protocolo detriagem virtual baseada na estrutura do ligante. Foram selecionados 2MSQs que apresentaram valores de parâmetros estatísticos, tais como MCC, AUC e FNR, relacionados com boa capacidade preditiva dos mesmos. Além disso, esses modelos indicaram a importância dos grupos aceptores de ligação de hidrogênio localizados na “cabeça” da molécula (grupos esses responsáveis por interagir com resíduos-chave para a ativação do receptor) corroborando dados da literatura.