METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DE EDIFÍCIOS SUSTENTÁVEIS E SEGUROS: APLICAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO NET ZERO ÁGUA E ENERGIA EM EDIFÍCIOS COMERCIAIS NA CIDADE DE SÃO PAULO
Edifícios são um dos maiores consumidores de energia no mundo, consumindo em torno de 30-40% de toda a energia gerada nos países desenvolvidos. Assim, considerar uma metodologia para desenvolvimento de edifícios sustentáveis (com menor consumo de energia) mas ao mesmo tempo seguros é essencial. Com o surgimento das certificações verdes, formas de reduzir o consumo de energia e água começaram a ser estudados, sendo que atualmente a certificação verde chamada Living Building Challenge (LBC), criada nos Estados Unidos da América é a maior referência quanto a edificações net zero ou consumo externo zero de energia e água. O consumo zero se baseia na geração local de energia por meios sustentáveis e na captação de águas pluviais, uso de estratégias de gerenciamento de água, tratamento e uso de águas cinzas, de modo a atender as necessidades da edificação ao longo de todo o período de operação. Para isto diversas técnicas como telhados e paredes verdes, arquitetura bioclimática, módulos fotovoltaicos, alagados construídos, banheiros secos, entre outros são aplicados. Para a aplicação da metodologia na cidade de São Paulo, esta deve atender a Lei 16.402 de março de 2016 que rege o parcelamento do solo, assim como o Decreto 63.911 que trata sobre a prevenção e combate a incêndios no Estado de São Paulo. Este trabalho teve como objetivo estudar as diversas técnicas usadas em edifícios net zero para desenvolver uma metodologia que possa ser aplicada a edifícios comerciais localizados na cidade de São Paulo, atendendo à normatização LBC, o Decreto 63.911 e a Lei 16.402. A metodologia foi testada com três modelos de prédios comerciais, um edifício de médio porte de uma única empresa, um edifício comercial de grande porte de escritórios e um shopping center alocados dentro da cidade de São Paulo. A metodologia proposta provou ser eficiente, contudo, para que um edifício possa ser totalmente independente de água e energia de redes externas, se fez necessário modificar o padrão atual de construção, utilizando a arquitetura bioclimática, optando-se por prédios com menor altura e usando a máxima taxa de ocupação do solo.