ELETRIFICAÇÃO DA FROTA PÚBLICA DE ÔNIBUS: POTENCIAL REDUÇÃO DE NOX E MP NA CIDADE DE SÃO PAULO
As principais emissões de poluentes produzidas pelos veículos a diesel urbanos são os óxidos de nitrogênio (NOX) e os materiais particulados (MP), que estão entre os principais poluentes com maiores efeitos negativos na saúde humana (OMS, 2018). De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB 2018), na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), os veículos pesados representaram 47,2% do total das emissões de NOX e 31,9% das emissões de MP10. O inventário de emissões veiculares estima que os ônibus urbanos representem menos de 1% da frota de veículos da RMSP, mas respondem por 21% das emissões veiculares (CETESB, 2018). Como uma alternativa ao ônibus tradicional de combustível fóssil, governos locais identificam os ônibus elétricos à bateria como uma opção eficaz para reduzir as emissões no setor de transporte rodoviário (IEA, 2019). Nenhuma emissão de escapamento é liberada no local de uso, suas emissões são relacionadas à geração de eletricidade. Estudos apontam que a matriz de geração de eletricidade específica do país ou região tem um efeito importante sobre as emissões de poluentes de veículos elétricos a bateria. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é avaliar o potencial de redução das emissões de NOX e MP com a eletrificação da frota de ônibus público de São Paulo, a partir de uma análise “Well-to-Wheel” (WTW) da eletricidade e do diesel. Os resultados do estudo mostram redução das emissões WTW em 84% para NOX e 89% para MP com a substituição da frota de ônibus público a diesel pela frota elétrica a bateria. Conclui-se, do ponto de vista ambiental, que os ônibus elétricos a bateria podem ser uma alternativa eficaz ao ônibus tradicional a diesel para redução das emissões dos poluentes NOX e MP na cidade de São Paulo. Entretanto, medidas complementares que visem a redução das emissões também devem ser adotadas para atingir melhores resultados.