PERSPECTIVAS MARXISTAS SOBRE O CAPITAL-CONHECIMENTO - Revisão e análise da crítica da economia política do general intellect
Marx, em O Capital, demonstrou como o capitalismo pode substituir trabalhadores pela maquinaria fabril, conforme o avanço da ciência e da técnica, quando necessita reduzir os custos de produção. Já nos Grundrisse, devido a essa tendência de intensificar as máquinas no processo de trabalho, afirmou que o acúmulo de conhecimento social, o qual batizou de general intellect, se tornaria a principal fonte de riqueza no lugar do trabalho manual e corporal, fazendo o tempo de duração do trabalho deixar de ser a medida mais adequada do valor. Nesse sentido, ao passo que o uso e o comércio de conhecimento e informação têm se tornado cada vez mais importante para a acumulação de capital, devido à automatização robótica e digital da produção, surgiram novas questões para a crítica da economia política. Dentre os principais problemas tratados pela literatura marxista em tal temática, tem se destacado as formas de acumulação e reprodução do “capital-conhecimento” das empresas, as particularidades da exploração do trabalho intelectual e as implicações desse processo sobre a lei do valor. Por conseguinte, esta pesquisa propõe uma revisão e análise de importantes teses do marxismo contemporâneo que buscaram investigar os pontos citados, a fim de identificar suas contribuições para o entendimento de como operam os capitais do século XXI ligados à produção e venda de conhecimento e informação, classificando-as entre três perspectivas: a) a da remuneração da propriedade intelectual na forma de renda; b) a do controle dos modos de vida como trabalho gratuito; e c) a da subsunção intelectual do trabalho ao capital.