PARANOIA SINIZADA – O PROIBICIONISMO COM CARACTERÍSTICAS CHINESAS (2008-2023)
Este trabalho disserta sobre o proibicionismo chinês em relação às drogas, analisando suas raízes históricas e o cenário contemporâneo, sob a ótica da metodologia de investigação marxista, o Materialismo Histórico-Dialético.
A pesquisa examina as contradições do modelo chinês de controle de substâncias ilícitas, que apesar de contextualmente inserido no Socialismo com Características Chinesas, apresenta notáveis semelhanças com o proibicionismo ocidental, capitaneado pelos EUA. A partir de uma análise histórica e conjuntural, argumenta-se que, enquanto a China promove um rígido sistema de monitoramento e controle de usuários de drogas, sua abordagem não se alinha inteiramente às mais variadas evidências em relação ao tema.
Como hipótese inicial, acredita-se que ressaibos sócio-culturais remanescentes das Guerras do Ópio, somados a um esforço ativo do Partido Comunista Chinês em promover a coesão social fundamentada na sobriedade, confluem para o estabelecimento de uma Guerra às Drogas com Características Chinesas. Um primeiro olhar diante da questão, poderia sugerir que o modelo chinês se assenta na mesma lógica do modelo ocidental, baseada na restrição e controle do processo de produção de determinadas substâncias, e de interdição social em seus processos de troca e consumo pelos indivíduos. E apesar de tal afirmação não ser de todo incorreta, acredita-se que determinações específicas do fenômeno, escusas em sua representação caótica inicial, são fundamentais para sua ampla interpretação.