À PRÓPRIA SORTE: UBERIZAÇÃO E EXPLORAÇÃO: OS MECANISMOS DE PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO EM PLATAFORMAS DE APLICATIVOS
A partir da segunda década do século XXI, observa-se um novo processo de reordenação produtiva do capitalismo, caracterizado pela consolidação do trabalhador just-in-time e pela expansão da chamada GIG Economy ou Economia sob Demanda. Este modelo, marcado pela ausência de vínculos empregatícios e pela contratação temporária, é facilitado por aplicativos e plataformas digitais, fenômeno denominado plataformização do trabalho. No contexto brasileiro, a plataformização ganhou destaque a partir de 2014, com a entrada da Uber no mercado. Embora tenha gerado novas oportunidades de renda, também naturalizou relações de trabalho precárias e sem regulamentação, desprovidas de direitos trabalhistas. A presente tese investiga como as mudanças nas relações de trabalho e nas formas de emprego intensificam a exploração dos trabalhadores na economia de aplicativos. Além disso, examina como os trabalhadores uberizados se mobilizam e organizam para regulamentar suas atividades laborais e garantir direitos mínimos.