Arranjos institucionais de governança interfederativa: o caso do Consórcio Nordeste
A dissertação analisa os arranjos institucionais de governança interfederativa no Brasil a partir do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, criado em 2019 pelos nove estados da região. Busca-se compreender as razões de sua formação e os fatores que explicam sua permanência entre 2019 e 2024, em um contexto de reescalonamento do Estado, polarização política e desigualdades territoriais históricas. A hipótese central é que a consolidação do Consórcio Nordeste só foi possível graças à existência de coalizões políticas regionais estáveis, associadas a uma identidade territorial compartilhada e a demandas comuns não atendidas pelas políticas federais. A pesquisa baseia-se em revisão bibliográfica e análise documental de legislações, resoluções, planos e registros oficiais, complementada por fontes jornalísticas. Os resultados preliminares indicam que o consórcio se firmou como inovação institucional relevante, com protagonismo durante a pandemia da COVID-19, mantendo-se após 2022 como arranjo estratégico de cooperação federativa e desenvolvimento territorial, fortalecendo a posição do Nordeste no pacto federativo brasileiro.