Segurança hídrica intraurbana: Vulnerabilidades invisibilidades por métricas despolitizantes, caso de São Bernardo do Campo - SP
Dentre os principais temas relevantes à sociedade do século XXI, a água, e questões relacionadas a ela, quase sempre estão, materialmente ou virtualmente, presentes nos debates sobre planejamento e gestão territorial. Governos, setores produtivos, organizações da sociedade civil e muitas pessoas individualmente reconhecem a urgência de estabelecer ações estratégicas para melhorar a gestão e planejamento dos recursos hídricos. Porém, deste reconhecimento emergem questões importantes a serem pensadas: Quais conceitos devem ser criados, adotados e articulados para orientar as interpretações e proposições sobre a gestão da água? Quais desdobramentos repercutem dos conceitos e como os grupos sociais são diferentemente afetados a depender da orientação teórica do planejamento e gestão da água adotada? Quais métricas adequadas para subsidiar decisões socialmente justas? Estas perguntas são extremamente relevantes para tornar explícita a premissa central deste estudo: a água e sociedade são um híbrido internamente relacionados e inerentemente político. Portanto, as abordagens teóricas que orientam decisões sobre segurança hídrica urbana devem considerar os fenômenos sociopolíticos urbanos, como, por exemplo, a urbanização desigual. Assim sendo, as ferramentas analíticas – métricas, escalas, tecnologias – devem articular-se para construírem respostas à altura desse desafio. Argumentamos que métricas e escalas de fenômenos sociais intraurbanos poderão fornecer elementos inovadores nas abordagens de segurança hídrica. Por fim, será realizado um estudo de caso, com base em dados secundários, sobre a realidade da Segurança Hídrica Intraurbana de São Bernardo do Campo- SP, com destaque para os bairros Montanhão e Santa Cruz.