MODERNIDADE TECNOLÓGICA E TRABALHO: UMA ANÁLISE ONTOLÓGICO-HISTÓRICA DAS REFLEXÕES DE HEIDEGGER E JÜNGER SOBRE O TRABALHADOR NA ALEMANHA DOS ANOS 1930
A migração rural-urbana, aliada ao avanço do capitalismo, da globalização e da tecnologia, transformou a concepção de trabalho, agravando a precarização e a perda de direitos. Com isso, apesar dos avanços, a automação e a terceirização intensificaram a alienação e a informalidade. A partir desse cenário, Heidegger e Jünger analisam a técnica e o papel do trabalhador na modernidade, destacando os impactos da tecnologia e da racionalização sobre a existência e a liberdade. Em face disso, o presente trabalho objetiva investigar as implicações ontológicas e históricas do trabalho na modernidade tecnológica e sua relevância para a condição do trabalho e do trabalhador atualmente, conforme concepções filosóficas de Heidegger e Jünger na Alemanha dos Anos 1930. Metodologicamente, este estudo é de natureza teórica, e, quanto aos objetivos, caracteriza-se como uma pesquisa mista, com enfoques descritivo e exploratório. A abordagem adotada é qualitativa, já em relação às fontes, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em materiais já publicados, como livros, artigos e periódicos, visando aprofundar o entendimento sobre o tema, possuindo caráter documental. A análise será ontológica-histórica, articulando a compreensão dos fenômenos a partir da interação entre o ser e o contexto histórico. Além disso, adota uma perspectiva comparativa, observando semelhanças e diferenças entre autores, especialmente a partir das obras de Heidegger e Jünger e seus comentadores. Por meio desta investigação, busca-se compreender os desdobramentos ontológicos e históricos do trabalho na era tecnológica, fundamentando-se nas análises filosóficas de Heidegger e Jünger. Pretende-se, ainda, examinar de que maneira a técnica contemporânea influencia a natureza do trabalho, a existência e as dinâmicas sociais, conduzindo à coisificação do ser, bem como à subordinação da natureza e do próprio trabalhador. Como evidência parcial, constata-se que a modernidade tecnológica, orientada pela racionalidade técnica e pelo conceito de Gestell, segundo Heidegger, e pela noção de mobilização total, de acordo com Jünger, tem configurado um cenário laboral intensamente caracterizado pela alienação ontológica, pela redução do trabalhador a instrumento e pela conversão do trabalho em simples recurso funcional.