A INFLUÊNCIA DA INIBIÇÃO FARMACOLÓGICA DA TELOMERASE NO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: Estudos em modelos in vitro e in vivo
O desenvolvimento de novos medicamentos é um processo lento, caro e frequentemente ineficaz, especialmente no caso de doenças relacionadas ao sistema nervoso, devido à dificuldade de acesso ao tecido nervoso humano. Muitas substâncias, aprovadas em testes pré-clínicos, falham em testes clínicos, refletindo as limitações dos modelos utilizados. Aperfeiçoar esses modelos, tanto in vitro quanto in vivo, é crucial para o avanço da pesquisa translacional. Neste contexto, a descoberta de uma maneira de promover a senescência celular acelerada em modelos pré-clínicos pode facilitar o estudo de doenças neurodegenerativas. Uma vez que um importante marcador do envelhecimento é o encurtamento telomérico, o presente trabalho investigou se a inibição da telomerase, enzima que mantém o comprimento dos telômeros, pode induzir senescência, gerando fenótipos associados ao envelhecimento e criando modelos mais precisos do envelhecimento do sistema nervoso central. Culturas celulares primárias de camundongos, células-tronco neurais humanas e neuroesferas, bem como modelos in vivo (camundongos), foram tratadas com o inibidor farmacológico da telomerase BIBR1532. Posteriormente, foram realizados ensaios de viabilidade celular, SA-β-galactosidase, imunofluorescência com diversos marcadores (MAP2, Nestina, Iba1, GFAP, entre outros), avaliação do comprimento telomérico por PCR em tempo real e testes comportamentais de reconhecimento de objetos. Os resultados destacam o potencial do uso da inibição da telomerase como ferramenta para modelar o envelhecimento celular em modelos pré-clínicos.