|
Dissertações |
|
1
|
-
ANDREA CRISTHIANE MARTINS MARTINI
-
INFLUÊNCIA DA HETEROGENEIDADE DE HABITAT NA RELAÇÃO ESPÉCIE-ÁREA ENTRE AVES E ÁREAS VERDES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
-
Orientador : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
-
Data: 27/03/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A Mata Atlântica é considerada o bioma mais degradado do Brasil, pois, historicamente sofreu com as pressões advindas da ocupação humana. Como resultado desse processo, a fragmentação florestal implica na diminuição de biodiversidade. As aves são diretamente afetadas pelo crescimento urbano, assumindo inclusive um papel de indicadoras de qualidade ambiental. Diante desses prejuízos e compreendendo que a urbanização é um processo sem retorno, analisar o potencial de interação entre as aves e os atributos de espaços verdes presente em cidades, como tamanho de área, variedade de espécies vegetais, grau de perturbação e influência do entorno pode ser um passo importante, para subsidiar ações de manejo que minimizem danos causados pela perda das áreas naturais. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo compreender como as variações espaciais podem influenciar na riqueza de espécies de aves em áreas verdes presentes no município de São Paulo. Como hipóteses, espera-se que a riqueza de espécies de aves seja maior em áreas verdes de maior tamanho e com maior proporção de fitofisionomias florestais, além disso, acredita-se que as áreas com o entorno mais urbanizado apresentem um efeito negativo no número de espécies. Para essa análise, foram selecionados shapefiles dos parques urbanos e lineares, unidades de conservação de proteção integral e do Mapeamento da Cobertura Vegetal de 2020, disponíveis na sessão de dados abertos do GeoSampa. Já com relação aos dados de riqueza de aves foram utilizadas as informações do Inventário de Fauna Silvestre do Município de São Paulo de 2021. Para as análises estatísticas foram aplicados os Modelos Lineares Generalizados da família Poisson e foi realizada uma seleção de modelos pelo critério de Akaike para verificar o que apresentava maior relevância. Já para a análise da diversidade, optou-se pelo uso do Índice de Shannon. Como resultados, identificamos que a riqueza de espécies de aves aumenta em locais com maior tamanho, conforme descrito pela relação espécie-área. Além de ser possível observar a mesma relação positiva com áreas que possuem uma variedade maior de fitofisionomias vegetais, corroborando para a ideia de que áreas heterogêneas oferecem um maior número de habitats para as aves. Contudo, apesar de contribuírem para a manutenção de um número considerável de espécies, é importante observar se elas fazem parte do grupo de aves endêmicas presentes no município. O aprofundamento dessas informações por meio de novos estudos pode possibilitar ações de manejo mais efetivas para a conservação da biodiversidade e provisão de serviços ecossistêmicos para os habitantes da cidade conforme estabelecido pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
-
Mostrar Abstract
-
A Mata Atlântica é considerada o bioma mais degradado do Brasil, pois, historicamente sofreu com as pressões advindas da ocupação humana. Como resultado desse processo, a fragmentação florestal implica na diminuição de biodiversidade. As aves são diretamente afetadas pelo crescimento urbano, assumindo inclusive um papel de indicadoras de qualidade ambiental. Diante desses prejuízos e compreendendo que a urbanização é um processo sem retorno, analisar o potencial de interação entre as aves e os atributos de espaços verdes presente em cidades, como tamanho de área, variedade de espécies vegetais, grau de perturbação e influência do entorno pode ser um passo importante, para subsidiar ações de manejo que minimizem danos causados pela perda das áreas naturais. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo compreender como as variações espaciais podem influenciar na riqueza de espécies de aves em áreas verdes presentes no município de São Paulo. Como hipóteses, espera-se que a riqueza de espécies de aves seja maior em áreas verdes de maior tamanho e com maior proporção de fitofisionomias florestais, além disso, acredita-se que as áreas com o entorno mais urbanizado apresentem um efeito negativo no número de espécies. Para essa análise, foram selecionados shapefiles dos parques urbanos e lineares, unidades de conservação de proteção integral e do Mapeamento da Cobertura Vegetal de 2020, disponíveis na sessão de dados abertos do GeoSampa. Já com relação aos dados de riqueza de aves foram utilizadas as informações do Inventário de Fauna Silvestre do Município de São Paulo de 2021. Para as análises estatísticas foram aplicados os Modelos Lineares Generalizados da família Poisson e foi realizada uma seleção de modelos pelo critério de Akaike para verificar o que apresentava maior relevância. Já para a análise da diversidade, optou-se pelo uso do Índice de Shannon. Como resultados, identificamos que a riqueza de espécies de aves aumenta em locais com maior tamanho, conforme descrito pela relação espécie-área. Além de ser possível observar a mesma relação positiva com áreas que possuem uma variedade maior de fitofisionomias vegetais, corroborando para a ideia de que áreas heterogêneas oferecem um maior número de habitats para as aves. Contudo, apesar de contribuírem para a manutenção de um número considerável de espécies, é importante observar se elas fazem parte do grupo de aves endêmicas presentes no município. O aprofundamento dessas informações por meio de novos estudos pode possibilitar ações de manejo mais efetivas para a conservação da biodiversidade e provisão de serviços ecossistêmicos para os habitantes da cidade conforme estabelecido pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
|
|
2
|
-
DOUGLAS DONIZETI DE SOUZA
-
O mutualismo com bactérias fixadoras de nitrogênio não modifica o efeito positivo das formigas protetoras na aptidão das plantas com nectários extraflorais: uma meta-análise
-
Orientador : ANSELMO NOGUEIRA
-
Data: 28/03/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Os mutualismos em plantas frequentemente ocorrem quando a planta fornece recursos à base de carboidratos para parceiros que oferecem serviços valiosos, como proteção e nutrição. É comum encontrar múltiplos mutualismos simultaneamente, alguns abaixo e outros acima do solo. No entanto, essa coexistência pode levar a demandas conflitantes entre os diferentes mutualismos. Por outro lado, alguns mutualistas podem ter efeitos positivos, aumentando a área foliar e a fotossíntese da planta, criando um feedback positivo que compensa os custos de produção de carboidratos destinados a eles. A ocorrência de vários tipos de mutualismos em uma mesma planta pode ser vantajosa se todos proporcionarem benefícios complementares que superem seus custos. Esses efeitos potenciais podem ser influenciados por fatores ambientais, como luz e nutrientes disponíveis para as plantas. Nesta meta-análise, investigamos se o mutualismo com bactérias fixadoras de nitrogênio detectáveis pela formação de nódulos radiculares (i) altera a magnitude do efeito das formigas protetoras sobre a aptidão das plantas com nectários extraflorais (NEFs), e se seu efeito é dependente (ii) do tipo de vegetação, se mais aberta ou fechada (um proxy para a disponibilidade de luz) e (iii) da disponibilidade de nitrogênio no solo. Realizamos uma busca quantitativa sistemática na literatura e extraímos 151 tamanhos de efeito de 35 estudos avaliando experimentalmente o efeito das formigas na aptidão das plantas. Cada espécie de planta investigadas nos experimentos foram classificadas como nodulantes e não nodulantes, e dados do tipo vegetacional e disponibilidade de nitrogênio do solo foram extraídos da literatura e/ou bancos de dados disponíveis. Nossos resultados mostram que as formigas possuem um efeito positivo sobre a aptidão das plantas e esse efeito positivo não difere entre plantas nodulantes e não nodulantes. Neste caso, as plantas podem se beneficiar de múltiplas interações mutualistas sem interferência substancial entre elas. Além disso, o efeito neutro da nodulação sobre o efeito positivo das formigas não depende do tipo de vegetação ou da concentração de nitrogênio no solo. Nesse caso, variações na disponibilidade de recursos para as plantas não modificam o saldo positivo da interação planta-formiga em plantas nodulantes e não nodulantes do ponto de vista da planta. Nosso estudo enfatiza a resiliência dos mutualismos à medida que eles persistem sob diversas condições ambientais, coexistindo nas mesmas plantas, e evidencia que tais efeitos positivos podem ser cumulativos, resta saber sob que condições ao longo da evolução eles surgem e se combinam, e se existem condições restritivas para a sua coexistência.
-
Mostrar Abstract
-
Os mutualismos em plantas frequentemente ocorrem quando a planta fornece recursos à base de carboidratos para parceiros que oferecem serviços valiosos, como proteção e nutrição. É comum encontrar múltiplos mutualismos simultaneamente, alguns abaixo e outros acima do solo. No entanto, essa coexistência pode levar a demandas conflitantes entre os diferentes mutualismos. Por outro lado, alguns mutualistas podem ter efeitos positivos, aumentando a área foliar e a fotossíntese da planta, criando um feedback positivo que compensa os custos de produção de carboidratos destinados a eles. A ocorrência de vários tipos de mutualismos em uma mesma planta pode ser vantajosa se todos proporcionarem benefícios complementares que superem seus custos. Esses efeitos potenciais podem ser influenciados por fatores ambientais, como luz e nutrientes disponíveis para as plantas. Nesta meta-análise, investigamos se o mutualismo com bactérias fixadoras de nitrogênio detectáveis pela formação de nódulos radiculares (i) altera a magnitude do efeito das formigas protetoras sobre a aptidão das plantas com nectários extraflorais (NEFs), e se seu efeito é dependente (ii) do tipo de vegetação, se mais aberta ou fechada (um proxy para a disponibilidade de luz) e (iii) da disponibilidade de nitrogênio no solo. Realizamos uma busca quantitativa sistemática na literatura e extraímos 151 tamanhos de efeito de 35 estudos avaliando experimentalmente o efeito das formigas na aptidão das plantas. Cada espécie de planta investigadas nos experimentos foram classificadas como nodulantes e não nodulantes, e dados do tipo vegetacional e disponibilidade de nitrogênio do solo foram extraídos da literatura e/ou bancos de dados disponíveis. Nossos resultados mostram que as formigas possuem um efeito positivo sobre a aptidão das plantas e esse efeito positivo não difere entre plantas nodulantes e não nodulantes. Neste caso, as plantas podem se beneficiar de múltiplas interações mutualistas sem interferência substancial entre elas. Além disso, o efeito neutro da nodulação sobre o efeito positivo das formigas não depende do tipo de vegetação ou da concentração de nitrogênio no solo. Nesse caso, variações na disponibilidade de recursos para as plantas não modificam o saldo positivo da interação planta-formiga em plantas nodulantes e não nodulantes do ponto de vista da planta. Nosso estudo enfatiza a resiliência dos mutualismos à medida que eles persistem sob diversas condições ambientais, coexistindo nas mesmas plantas, e evidencia que tais efeitos positivos podem ser cumulativos, resta saber sob que condições ao longo da evolução eles surgem e se combinam, e se existem condições restritivas para a sua coexistência.
|
|
3
|
-
ROSEANE RODRIGUES DOS SANTOS
-
PADRÕES DE EVOLUÇÃO DO TAMANHO DO GENOMA E NÚMERO DE CROMOSSOMOS EM EPIDENDROIDEAE (ORCHIDACEAE) E AS ASSOCIAÇÕES DESTES CARACTERES CITOGENÉTICOS COM O HÁBITO
-
Orientador : ANA PAULA DE MORAES
-
Data: 09/08/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A relevância das mudanças de número cromossômico e tamanho de genoma nos processos macroevolutivos e macroecológicos, assim como, a compreensão do potencial adaptativo destes dois caracteres tem sido objeto de discussão contínua. Porém, ainda carecemos de estudos amplos focados em grupos com alta diversidade de caracteres que permitam tirar conclusões generalistas para plantas. A subfamília Epidendroideae, que engloba 76% dos representantes de Orchidaceae, destaca-se como um excelente modelo para compreender a evolução dos caracteres citogenéticos e avaliar a existência de associações destes caracteres com os tipos de hábito. Para garantir a correção filogenética, afoi construída uma árvore filogenética utilizando os marcadores ycf1, matK, ITS e atpB-rbcL via Máxima Verossimilhança. As análises evolutiva estimaram o sinal filogenético (λ de Pagel), o modo (Kappa - κ) e tempo (delta - δ) da evolução do caráter, bem como o modelo evolutivo (BM, OU, EB, MT e White-noise). A reconstrução do estado ancestral do NC foi estimado via chromEvol utilizando modelos heterogêneos, enquanto o TG ancestral foi inferido via Máxima Parcimônia e Máxima Verossimilhança. Para avaliar as associações entre as características citogenéticas e o hábito, regredimos as variáveis citogenéticas contra o conjunto de variáveis de hábito empregando o PGLS. A hipótese filogenética obtida é a mais extensa e robusta para Epidendroideae até o momento. O NC apresentou baixo sinal filogenético (λ=0,53), sugerindo que este caracter evoluiu de forma independente da história evolutiva. Por outro lado, TG apresentou alto sinal filogenético (λ=0,95) em Epidendroideae. O modo e o tempo de evolução sugerem que tanto o NC quanto o TG apresentam evolução pontual (κ < 1), com os ramos longos contribuindo mais para a evolução de ambos os caracteres (δ>1). O White Noise foi considerado o melhor modelo para ambos os caracteres citogenéticos em Epidendroideae. Entretanto, ao desconsiderar o White Noise, o melhor modelo para descrever a evolução dos dois caracteres citogenéticos é OU, que sugere seleção estabilizadora nos dois caracteres na subfamília. O número básico sugerido para a subfamília foi x=21, com pequenas reduções na maioria das tribos (x=19 e 20) e aumento de até x=24 em Sobralinae, evidenciando a disploidia como principal rearranjo cromossômico. A reconstrução de TG estimou o valor ancestral como 1C=c. 10pg. As associações entre NC e TG com as variáveis de hábito sugerem que o TG está associado ao NC e ao hábito exclusivo terrestre. À medida que o tamanho do genoma aumenta em Epidendroideae, há uma tendência de renúncia ao epifitismo. O alto sinal filogenético para tamanho de genoma sugere que esta característica é adaptativa e tem uma associação clara com o hábito exclusivo terrestre. Nossos dados sugerem que a poliploidia está envolvida na capacidade de ocupar ambientes mais extremos com importantes reversões ao ambiente terrestre observada em Epidendreae.
-
Mostrar Abstract
-
A relevância das mudanças de número cromossômico e tamanho de genoma nos processos macroevolutivos e macroecológicos, assim como, a compreensão do potencial adaptativo destes dois caracteres tem sido objeto de discussão contínua. Porém, ainda carecemos de estudos amplos focados em grupos com alta diversidade de caracteres que permitam tirar conclusões generalistas para plantas. A subfamília Epidendroideae, que engloba 76% dos representantes de Orchidaceae, destaca-se como um excelente modelo para compreender a evolução dos caracteres citogenéticos e avaliar a existência de associações destes caracteres com os tipos de hábito. Para garantir a correção filogenética, afoi construída uma árvore filogenética utilizando os marcadores ycf1, matK, ITS e atpB-rbcL via Máxima Verossimilhança. As análises evolutiva estimaram o sinal filogenético (λ de Pagel), o modo (Kappa - κ) e tempo (delta - δ) da evolução do caráter, bem como o modelo evolutivo (BM, OU, EB, MT e White-noise). A reconstrução do estado ancestral do NC foi estimado via chromEvol utilizando modelos heterogêneos, enquanto o TG ancestral foi inferido via Máxima Parcimônia e Máxima Verossimilhança. Para avaliar as associações entre as características citogenéticas e o hábito, regredimos as variáveis citogenéticas contra o conjunto de variáveis de hábito empregando o PGLS. A hipótese filogenética obtida é a mais extensa e robusta para Epidendroideae até o momento. O NC apresentou baixo sinal filogenético (λ=0,53), sugerindo que este caracter evoluiu de forma independente da história evolutiva. Por outro lado, TG apresentou alto sinal filogenético (λ=0,95) em Epidendroideae. O modo e o tempo de evolução sugerem que tanto o NC quanto o TG apresentam evolução pontual (κ < 1), com os ramos longos contribuindo mais para a evolução de ambos os caracteres (δ>1). O White Noise foi considerado o melhor modelo para ambos os caracteres citogenéticos em Epidendroideae. Entretanto, ao desconsiderar o White Noise, o melhor modelo para descrever a evolução dos dois caracteres citogenéticos é OU, que sugere seleção estabilizadora nos dois caracteres na subfamília. O número básico sugerido para a subfamília foi x=21, com pequenas reduções na maioria das tribos (x=19 e 20) e aumento de até x=24 em Sobralinae, evidenciando a disploidia como principal rearranjo cromossômico. A reconstrução de TG estimou o valor ancestral como 1C=c. 10pg. As associações entre NC e TG com as variáveis de hábito sugerem que o TG está associado ao NC e ao hábito exclusivo terrestre. À medida que o tamanho do genoma aumenta em Epidendroideae, há uma tendência de renúncia ao epifitismo. O alto sinal filogenético para tamanho de genoma sugere que esta característica é adaptativa e tem uma associação clara com o hábito exclusivo terrestre. Nossos dados sugerem que a poliploidia está envolvida na capacidade de ocupar ambientes mais extremos com importantes reversões ao ambiente terrestre observada em Epidendreae.
|
|
4
|
-
GABRIELLE NAOMI IMAI ALDEIA
-
INFLUÊNCIA DA PAISAGEM, DO CLIMA E DO PERÍODO DO DIA NO COMPORTAMENTO DE QUEIXADAS (Tayassu pecari)
-
Orientador : CIBELE BIONDO
-
Data: 26/08/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Conhecer o comportamento dos animais in situ é de extrema importância para a elaboração de planos de manejo e de conservação. Porém, para muitas espécies, a observação direta do comportamento na natureza é um enorme desafio, sendo às vezes, impossível. O uso de armadilhas fotográficas vem sendo uma boa opção para pesquisas de campo não invasivas, sem a necessidade do manejo animal ou presença do pesquisador no local. O queixada (Tayassu pecari) é um ungulado frugívoro de ampla distribuição geográfica na região Neotropical, que forma grandes bandos e necessita de extensas áreas de vida. Tem grande importância ecológica como engenheiro de ecossistemas, mas é classificado como vulnerável globalmente por conta de ameaças antrópicas. Estudos comportamentais na natureza são raros para a espécie, devido à grande dificuldade de acompanhar e observar os bandos. Visando preencher essa lacuna, esse projeto analisou os padrões comportamentais (comportamento de conforto, comportamento social amigável, comportamento agonístico e de alarme, comportamento de forrageamento e de locomoção) de queixadas in situ e suas diferenças em relação à influência da paisagem, às estações do ano e ao período de atividade. Para tal, foram formulados dois capítulos: No capítulo I, foram utilizados vídeos obtidos por armadilhas fotográficas instaladas em seis locais distintos no Pantanal e Cerrado do Mato Grosso do Sul. Foram analisadas a duração e frequência dos comportamentos em função da porcentagem de classificação de uso do solo (agricultura, floresta e área não florestal natural) e densidade de estradas e corpos d'água. Os resultados corroboraram a importância de corpos hídricos para a espécie e o efeito negativo das estradas no comportamento desses animais. No capítulo II, foram analisados vídeos de armadilhas fotográficas localizadas no Refúgio Ecológico Caiman (Pantanal - MS). Foram analisadas a duração, o tempo gasto e a frequência dos comportamentos em relação à temperatura, à precipitação e à umidade. Observou-se a diminuição da duração média de locomoção dos indivíduos com aumento da temperatura e redução da frequência dos comportamentos agonísticos e de alarme em relação ao aumento da umidade e da temperatura. Nos meses chuvosos, os queixadas dedicam-se mais ao forrageamento e exibem menos comportamentos agonísticos e de alarme, enquanto nos meses secos, aumentam sua locomoção. Em meses frios, aumentam seus comportamentos sociais de coesão e agrupamento. Os resultados sugerem uma economia de energia para termorregulação em meses mais quentes e úmidos e aumento de comportamentos sociais em meses frios. Este trabalho colabora para a compreensão dos comportamentos dos queixadas na natureza e ressalta a importância da proximidade e disponibilidade de recursos e das condições climáticas para os padrões comportamentais da espécie.
-
Mostrar Abstract
-
Conhecer o comportamento dos animais in situ é de extrema importância para a elaboração de planos de manejo e de conservação. Porém, para muitas espécies, a observação direta do comportamento na natureza é um enorme desafio, sendo às vezes, impossível. O uso de armadilhas fotográficas vem sendo uma boa opção para pesquisas de campo não invasivas, sem a necessidade do manejo animal ou presença do pesquisador no local. O queixada (Tayassu pecari) é um ungulado frugívoro de ampla distribuição geográfica na região Neotropical, que forma grandes bandos e necessita de extensas áreas de vida. Tem grande importância ecológica como engenheiro de ecossistemas, mas é classificado como vulnerável globalmente por conta de ameaças antrópicas. Estudos comportamentais na natureza são raros para a espécie, devido à grande dificuldade de acompanhar e observar os bandos. Visando preencher essa lacuna, esse projeto analisou os padrões comportamentais (comportamento de conforto, comportamento social amigável, comportamento agonístico e de alarme, comportamento de forrageamento e de locomoção) de queixadas in situ e suas diferenças em relação à influência da paisagem, às estações do ano e ao período de atividade. Para tal, foram formulados dois capítulos: No capítulo I, foram utilizados vídeos obtidos por armadilhas fotográficas instaladas em seis locais distintos no Pantanal e Cerrado do Mato Grosso do Sul. Foram analisadas a duração e frequência dos comportamentos em função da porcentagem de classificação de uso do solo (agricultura, floresta e área não florestal natural) e densidade de estradas e corpos d'água. Os resultados corroboraram a importância de corpos hídricos para a espécie e o efeito negativo das estradas no comportamento desses animais. No capítulo II, foram analisados vídeos de armadilhas fotográficas localizadas no Refúgio Ecológico Caiman (Pantanal - MS). Foram analisadas a duração, o tempo gasto e a frequência dos comportamentos em relação à temperatura, à precipitação e à umidade. Observou-se a diminuição da duração média de locomoção dos indivíduos com aumento da temperatura e redução da frequência dos comportamentos agonísticos e de alarme em relação ao aumento da umidade e da temperatura. Nos meses chuvosos, os queixadas dedicam-se mais ao forrageamento e exibem menos comportamentos agonísticos e de alarme, enquanto nos meses secos, aumentam sua locomoção. Em meses frios, aumentam seus comportamentos sociais de coesão e agrupamento. Os resultados sugerem uma economia de energia para termorregulação em meses mais quentes e úmidos e aumento de comportamentos sociais em meses frios. Este trabalho colabora para a compreensão dos comportamentos dos queixadas na natureza e ressalta a importância da proximidade e disponibilidade de recursos e das condições climáticas para os padrões comportamentais da espécie.
|
|
5
|
-
JULIANA FERNANDES BERTOLI
-
ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA PROTEGIDA DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL APÓS 12 ANOS DE UM GRANDE INCÊNDIO
-
Orientador : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
-
Data: 09/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Áreas com vegetação secundária, são áreas que sofreram alguma perturbação no passado, geralmente por intervenção antrópica, descaracterizando assim, a estrutura e a função da vegetação em estágio mais avançado de sucessão ecológica. Logo depois da perturbação, a área impactada, sem manejo, pode se regenerar naturalmente, surgindo a vegetação secundária. A estrutura desta vegetação pode ser avaliada através de parâmetros ecológicos, que podem estimar o tempo e o estágio da regeneração. O projeto visou levantar e comparar a estrutura da vegetação secundária em parcelas que foram totalmente, parcialmente ou não, afetadas diretamente pelo incêndio que ocorreu em 2012 na Estação Ecológica Barreiro Rico (EEBR). O levantamento da cobertura da área queimada no incêndio de 2012 foi feito através do arquivo Landsat usando o Google Earth Engine. Para a realização do levantamento estrutural da vegetação no campo, foram dispostas 3 parcelas de 50 x 50 metros e catalogados todos os indivíduos arbóreos com CAP maior ou igual a 16 cm, a 1,30 m de altura a partir do solo. As análises da estrutura da vegetação sob a perspectiva do sensoriamento remoto foram feitas por índices de vegetação NDVI e EVI com imagens Sentinel-2 e CBERS-4 coletadas da plataforma Data Cube do INPE. Foram catalogados e mensurados um total de 841 indivíduos, com volume de madeira total de 81,39m³. A parcela não queimada (PNQ) teve 103,99m³/ha de madeira, a parcela parcialmente queimada (PPQ) teve 79,31m³/ha e a parcela totalmente queimada (PTQ) 164,73m³/ha. As médias anuais do NDVI e EVI entre as parcelas não apresentou diferença significativa. Os valores do NDVI foram superiores ao EVI. De modo geral, os valores do NDVI e do EVI para a estação de seca foram inferiores à estação úmida. O incêndio causou danos à estrutura da vegetação, com intensidades distintas para as diferentes parcelas através do levantamento em campo, não sendo observado pelo NDVI e EVI. Apesar do sensoriamento remoto ser uma boa ferramenta de análise de vegetação, neste caso, os dados de campo foram mais precisos. Dessa forma, reforçamos a importância da combinação de dados de campo e dados de sensoriamento remoto para a avaliação do impacto do fogo em áreas protegidas.
-
Mostrar Abstract
-
Áreas com vegetação secundária, são áreas que sofreram alguma perturbação no passado, geralmente por intervenção antrópica, descaracterizando assim, a estrutura e a função da vegetação em estágio mais avançado de sucessão ecológica. Logo depois da perturbação, a área impactada, sem manejo, pode se regenerar naturalmente, surgindo a vegetação secundária. A estrutura desta vegetação pode ser avaliada através de parâmetros ecológicos, que podem estimar o tempo e o estágio da regeneração. O projeto visou levantar e comparar a estrutura da vegetação secundária em parcelas que foram totalmente, parcialmente ou não, afetadas diretamente pelo incêndio que ocorreu em 2012 na Estação Ecológica Barreiro Rico (EEBR). O levantamento da cobertura da área queimada no incêndio de 2012 foi feito através do arquivo Landsat usando o Google Earth Engine. Para a realização do levantamento estrutural da vegetação no campo, foram dispostas 3 parcelas de 50 x 50 metros e catalogados todos os indivíduos arbóreos com CAP maior ou igual a 16 cm, a 1,30 m de altura a partir do solo. As análises da estrutura da vegetação sob a perspectiva do sensoriamento remoto foram feitas por índices de vegetação NDVI e EVI com imagens Sentinel-2 e CBERS-4 coletadas da plataforma Data Cube do INPE. Foram catalogados e mensurados um total de 841 indivíduos, com volume de madeira total de 81,39m³. A parcela não queimada (PNQ) teve 103,99m³/ha de madeira, a parcela parcialmente queimada (PPQ) teve 79,31m³/ha e a parcela totalmente queimada (PTQ) 164,73m³/ha. As médias anuais do NDVI e EVI entre as parcelas não apresentou diferença significativa. Os valores do NDVI foram superiores ao EVI. De modo geral, os valores do NDVI e do EVI para a estação de seca foram inferiores à estação úmida. O incêndio causou danos à estrutura da vegetação, com intensidades distintas para as diferentes parcelas através do levantamento em campo, não sendo observado pelo NDVI e EVI. Apesar do sensoriamento remoto ser uma boa ferramenta de análise de vegetação, neste caso, os dados de campo foram mais precisos. Dessa forma, reforçamos a importância da combinação de dados de campo e dados de sensoriamento remoto para a avaliação do impacto do fogo em áreas protegidas.
|
|
6
|
-
JAQUELINE MACENA SANTOS SILVA
-
Riqueza de espécies de mamíferos em parques e áreas verdes na cidade de São Paulo: Relação espécie-área e ecologia da paisagem
-
Orientador : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
-
Data: 10/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
O crescente índice de desmatamento, agrava o processo fragmentação de habitats que se intensifica cada vez mais pelo processo de urbanização. A cidade de São Paulo, mesmo sendo uma grande metrópole, abriga uma grande biodiversidade de espécies da fauna e flora em suas áreas verdes e parques urbanos. Neste sentido, uma das principais classes afetadas pela fragmentação de hábitats é a dos mamíferos. Atualmente, o grupo conta com 732 táxons distribuídos pelo Brasil, sendo 110 (15%) ameaçados de extinção. Os principais objetivos da pesquisa incluem avaliar quais variáveis (tamanho da área, qualidade da biomassa vegetal, distância do parque mais próximo e densidade populacional) melhor explicam a riqueza de espécies de mamíferos. Ainda, é objetivado identificar quais são as espécies de mamíferos mais comuns, assim como, as que estão em alguma categoria de ameaça. Outro objetivo é determinar quais são os parques prioritários para a conservação de mamíferos e compreender a ecologia urbana e suas implicações para a conservação da biodiversidade local. Espera-se que parques maiores e mais conectados abriguem uma maior riqueza de mamíferos. Para isso a metodologia empregada consistiu no recolhimento das informações sobre a riqueza de mamíferos e características dos parques (Localização e tamanho da área) no Inventário de Fauna Silvestre do Município de São Paulo de 2021. Para as análises da relação entre a cobertura de vegetação, foram feitos a extração de valores de NDVI (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada), por meio de downloads das bandas espectrais B4 e B5 do satélite Landsat 8 na plataforma Earth Explorer. Com isso, todas as variáveis foram incluídas nas análises dos Modelos Lineares Generalizados da família Poisson, através da seleção de modelos pelo critério de Akaike. Os resultados indicaram que o modelo mais verossimilhante foi: Riqueza de mamíferos = distância do parque mais próximo (m) + área (m2) * vegetação (NDVI), isto significa que identificamos que a riqueza de espécies de mamíferos aumenta em parque mais conectados e que possuem maior área e qualidade boa qualidade de vegetação. Ao mesmo tempo, análises adicionais relevaram que a medida em que a cobertura da vegetação aumenta, a área do parque influencia menos a riqueza de mamíferos, ou seja, a área do parque deixa de ser relevante ao passo que a cobertura vegetal se torna abundante. Com essas informações foram levantados os parques prioritários para a conservação de mamíferos. Os resultados deste estudo podem orientar ações de manejo e conservação, contribuindo para a preservação da biodiversidade local e a manutenção de serviços ecossistêmicos essenciais para a qualidade de vida urbana.
-
Mostrar Abstract
-
O crescente índice de desmatamento, agrava o processo fragmentação de habitats que se intensifica cada vez mais pelo processo de urbanização. A cidade de São Paulo, mesmo sendo uma grande metrópole, abriga uma grande biodiversidade de espécies da fauna e flora em suas áreas verdes e parques urbanos. Neste sentido, uma das principais classes afetadas pela fragmentação de hábitats é a dos mamíferos. Atualmente, o grupo conta com 732 táxons distribuídos pelo Brasil, sendo 110 (15%) ameaçados de extinção. Os principais objetivos da pesquisa incluem avaliar quais variáveis (tamanho da área, qualidade da biomassa vegetal, distância do parque mais próximo e densidade populacional) melhor explicam a riqueza de espécies de mamíferos. Ainda, é objetivado identificar quais são as espécies de mamíferos mais comuns, assim como, as que estão em alguma categoria de ameaça. Outro objetivo é determinar quais são os parques prioritários para a conservação de mamíferos e compreender a ecologia urbana e suas implicações para a conservação da biodiversidade local. Espera-se que parques maiores e mais conectados abriguem uma maior riqueza de mamíferos. Para isso a metodologia empregada consistiu no recolhimento das informações sobre a riqueza de mamíferos e características dos parques (Localização e tamanho da área) no Inventário de Fauna Silvestre do Município de São Paulo de 2021. Para as análises da relação entre a cobertura de vegetação, foram feitos a extração de valores de NDVI (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada), por meio de downloads das bandas espectrais B4 e B5 do satélite Landsat 8 na plataforma Earth Explorer. Com isso, todas as variáveis foram incluídas nas análises dos Modelos Lineares Generalizados da família Poisson, através da seleção de modelos pelo critério de Akaike. Os resultados indicaram que o modelo mais verossimilhante foi: Riqueza de mamíferos = distância do parque mais próximo (m) + área (m2) * vegetação (NDVI), isto significa que identificamos que a riqueza de espécies de mamíferos aumenta em parque mais conectados e que possuem maior área e qualidade boa qualidade de vegetação. Ao mesmo tempo, análises adicionais relevaram que a medida em que a cobertura da vegetação aumenta, a área do parque influencia menos a riqueza de mamíferos, ou seja, a área do parque deixa de ser relevante ao passo que a cobertura vegetal se torna abundante. Com essas informações foram levantados os parques prioritários para a conservação de mamíferos. Os resultados deste estudo podem orientar ações de manejo e conservação, contribuindo para a preservação da biodiversidade local e a manutenção de serviços ecossistêmicos essenciais para a qualidade de vida urbana.
|
|
7
|
-
GREYCK WILLYAN MARQUES SANTOS
-
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA CRISTA CRANIANA NA AERODINÂMICA DE Tupuxuara leonardii (PTEROSAURIA: AZHDARCHOIDEA)
-
Orientador : FABIANA RODRIGUES COSTA NUNES
-
Data: 11/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Os pterossauros foram os primeiros vertebrados a praticar o voo ativo e caracterizam-se pela presença de ossos pneumáticos, esterno bem desenvolvido para a fixação dos músculos do voo e asas membranosas sustentadas pelo quarto digital manual alongado, com alguns de seus representantes apresentando cristas cranianas. Ao longo de décadas, diferentes interpretações sobre a funcionalidade - ainda não muito bem estabelecida - destas cristas foram levantadas, como termorregulação, dimorfismo sexual e biomecânica durante o voo. Com relação a esta última, o presente estudo teve como objetivo investigar a influência da crista craniana na aerodinâmica do pterossauro brasileiro Tupuxuara leonardii Kellner & Campos, 1994. A partir da fotogrametria do espécime IMCF 1052, foi realizada a construção de um crânio 3D e, baseando-se no modelo obtido, três geometrias foram desenvolvidas e modeladas: TMin, referente a uma representação do crânio sem a presença da crista; TMed, uma modelagem reconstrutiva do fóssil original; e TMax, sendo a representação com a estimativa máxima do tamanho da crista de T. leonardii. Os três modelos foram construídos com o intuito de se realizar uma análise comparativa de simulações em escoamento de fluidos. A metodologia foi fundamentada pela Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD) para criar diferentes cenários de simulação. A metodologia abrangeu as etapas de pré-processamento, onde foram definidas as condições de contorno de escoamento, tamanho do domínio, modelos de turbulência e características da malha; solução numérica, etapa onde os modelos matemáticos foram aplicados nas condições de contorno definidas, em simulações com seis posições de ângulos de cabeceio; e pós-processamento, fase de obtenção das variáveis físicas da simulação, como campos de pressão e velocidade, além de forças aerodinâmicas que são tratadas através de coeficientes adimensionais das forças de Arrasto, Sustentação e Lateral. As simulações revelaram que a crista apresenta uma influência aerodinâmica e que poderia ter uma função biomecânica semelhante ao de um leme direcional durante o voo do T. leonardii. Por ser uma estrutura de grande porte localizada frontalmente, poderia gerar uma instabilidade inicial, o que seria interessante para um animal predador que pudesse direcionar sua rota de voo com facilidade, embora fosse necessário um mecanismo de controle bem desenvolvido para auxiliar no voo do animal.
-
Mostrar Abstract
-
Os pterossauros foram os primeiros vertebrados a praticar o voo ativo e caracterizam-se pela presença de ossos pneumáticos, esterno bem desenvolvido para a fixação dos músculos do voo e asas membranosas sustentadas pelo quarto digital manual alongado, com alguns de seus representantes apresentando cristas cranianas. Ao longo de décadas, diferentes interpretações sobre a funcionalidade - ainda não muito bem estabelecida - destas cristas foram levantadas, como termorregulação, dimorfismo sexual e biomecânica durante o voo. Com relação a esta última, o presente estudo teve como objetivo investigar a influência da crista craniana na aerodinâmica do pterossauro brasileiro Tupuxuara leonardii Kellner & Campos, 1994. A partir da fotogrametria do espécime IMCF 1052, foi realizada a construção de um crânio 3D e, baseando-se no modelo obtido, três geometrias foram desenvolvidas e modeladas: TMin, referente a uma representação do crânio sem a presença da crista; TMed, uma modelagem reconstrutiva do fóssil original; e TMax, sendo a representação com a estimativa máxima do tamanho da crista de T. leonardii. Os três modelos foram construídos com o intuito de se realizar uma análise comparativa de simulações em escoamento de fluidos. A metodologia foi fundamentada pela Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD) para criar diferentes cenários de simulação. A metodologia abrangeu as etapas de pré-processamento, onde foram definidas as condições de contorno de escoamento, tamanho do domínio, modelos de turbulência e características da malha; solução numérica, etapa onde os modelos matemáticos foram aplicados nas condições de contorno definidas, em simulações com seis posições de ângulos de cabeceio; e pós-processamento, fase de obtenção das variáveis físicas da simulação, como campos de pressão e velocidade, além de forças aerodinâmicas que são tratadas através de coeficientes adimensionais das forças de Arrasto, Sustentação e Lateral. As simulações revelaram que a crista apresenta uma influência aerodinâmica e que poderia ter uma função biomecânica semelhante ao de um leme direcional durante o voo do T. leonardii. Por ser uma estrutura de grande porte localizada frontalmente, poderia gerar uma instabilidade inicial, o que seria interessante para um animal predador que pudesse direcionar sua rota de voo com facilidade, embora fosse necessário um mecanismo de controle bem desenvolvido para auxiliar no voo do animal.
|
|
8
|
-
THAINÁ SILVA LEITE
-
Das bases conceituais da Biogeografia Histórica: análises de padrões e processos à luz da evolução espacial da infraordem Tabanomorpha (Diptera, Insecta)
-
Orientador : CHARLES MORPHY DIAS DOS SANTOS
-
Data: 12/12/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Estudos indicam a necessidade de uma nova abordagem para abordar questões críticas em biogeografia histórica. Este trabalho analisou os potenciais e limites dos métodos biogeográficos para reconstruir a história espacial dos táxons e avaliou outras abordagens que fortalecem os resultados. A metodologia incluiu revisão de conceitos e desenvolvimentos recentes, utilizando hipóteses filogenéticas e cladogramas para a infraordem Tabanomorpha (Diptera, Insecta), um grupo com distribuição global e história evolutiva desde o Triássico. O estudo abordou o uso de biogeografia de padrão e modelos paramétricos, destacando a importância de uma perspectiva integrativa. Os resultados ressaltaram a pertinência de múltiplos métodos para entender a história biogeográfica, propondo um programa de pesquisa abrangente e robusto.
-
Mostrar Abstract
-
Estudos indicam a necessidade de uma nova abordagem para abordar questões críticas em biogeografia histórica. Este trabalho analisou os potenciais e limites dos métodos biogeográficos para reconstruir a história espacial dos táxons e avaliou outras abordagens que fortalecem os resultados. A metodologia incluiu revisão de conceitos e desenvolvimentos recentes, utilizando hipóteses filogenéticas e cladogramas para a infraordem Tabanomorpha (Diptera, Insecta), um grupo com distribuição global e história evolutiva desde o Triássico. O estudo abordou o uso de biogeografia de padrão e modelos paramétricos, destacando a importância de uma perspectiva integrativa. Os resultados ressaltaram a pertinência de múltiplos métodos para entender a história biogeográfica, propondo um programa de pesquisa abrangente e robusto.
|
|
|
Teses |
|
1
|
-
GUILLERMO LEONARDO FLOREZ MONTERO
-
Antropização como fator de alteração das assembleias de morcegos frugívoros
-
Orientador : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
-
Data: 13/06/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A transformação de áreas naturais para produção agropecuária e expansão urbana são as duas causas principais de perda de biodiversidade global. Essas transformações, pressões sobre as espécies que podem levá-las a uma redução das populações e à extinção local. Distúrbios muito intensos podem causar Homogeneização Biótica, das comunidades que é a substituição de espécies especialistas e sensíveis à perda de habitats, por espécies generalistas e geralmente introduzidas (homogeneizadores), gerando comunidades empobrecidas e funcionalmente redundantes. Porém, quando não existe introdução de espécies exóticas, algumas espécies indígenas podem se tornar homogeneizadoras ao ser bem sucedidas em ambientes antropizados. O objetivo central desta tese visa entender como a expansão agrícola e urbana podem levar a formas distintas de homogeneização biótica através do acoplamento entre as pressões seletivas e os traços funcionais das espécies de morcegos, gerando comunidades com padrões diferentes de diversidade, estrutura e homogeneizadores diferentes. O Capítulo 1 trata-se do NeoBat Interactions, uma base de dados sobre interações morcego-planta na região neotropical. A NeoBat interactions compreende 2571 registros de interação de tipo Nectarivoria e Frugivoria, entre 93 espécies de morcegos da família Phyllostomidae e 501 espécies de plantas 68 famílias em todo o Neotrópico. A Base de dados passou por um processo de curadoria e revisão taxonômica e oferece dados de georreferenciamento, vegetação, fatores abióticos e características ecológicas das plantas e os morcegos, que a fazem útil para analisar padrões biogeográficos das interações, análises de redes ecológicas e aspectos funcionais e da dieta dos morcegos. O Capítulo 2 visa entender como áreas com composições diferentes na paisagem (agropecuárias e urbanas) produzem padrões diferentes de comunidades relacionadas com a homogeneização biótica. Para isso levantamos uma base dedados com sobre comunidades de morcegos frugívoros com dados de abundância de espécies. Estas comunidades foram classificadas com base na estrutura da paisagem usando técnicas de Machine Learning não supervisionado sobre os dados de cobertura e uso do solo nestas áreas. Posteriormente comparamos a diversidade, dominância e similaridade das comunidades com áreas controle (as áreas do mesmo bioma com a maior cobertura por vegetação natural). Nós descobrimos que as assembleias que passam por filtragens ambientais similares, mantem o mesmo padrão de baixa diversidade, hiper dominância de uma ou duas espécies (homogeneizadoras) e alta similaridade entre elas independente da distância geográfica. Este resultado aponta a existência de uma assinatura ecológica da urbanização e a expansão agropecuária sobre as comunidades de frugívoros, que não é mais do que o conjunto de caraterísticas que são selecionadas por estes ambientes. Compreender estas assinaturas ecológicas pode servir de substrato para o manejo de ecossistemas empobrecidos e inclusive para o planejamento de áreas de uso da terra.
-
Mostrar Abstract
-
A transformação de áreas naturais para produção agropecuária e expansão urbana são as duas causas principais de perda de biodiversidade global. Essas transformações, pressões sobre as espécies que podem levá-las a uma redução das populações e à extinção local. Distúrbios muito intensos podem causar Homogeneização Biótica, das comunidades que é a substituição de espécies especialistas e sensíveis à perda de habitats, por espécies generalistas e geralmente introduzidas (homogeneizadores), gerando comunidades empobrecidas e funcionalmente redundantes. Porém, quando não existe introdução de espécies exóticas, algumas espécies indígenas podem se tornar homogeneizadoras ao ser bem sucedidas em ambientes antropizados. O objetivo central desta tese visa entender como a expansão agrícola e urbana podem levar a formas distintas de homogeneização biótica através do acoplamento entre as pressões seletivas e os traços funcionais das espécies de morcegos, gerando comunidades com padrões diferentes de diversidade, estrutura e homogeneizadores diferentes. O Capítulo 1 trata-se do NeoBat Interactions, uma base de dados sobre interações morcego-planta na região neotropical. A NeoBat interactions compreende 2571 registros de interação de tipo Nectarivoria e Frugivoria, entre 93 espécies de morcegos da família Phyllostomidae e 501 espécies de plantas 68 famílias em todo o Neotrópico. A Base de dados passou por um processo de curadoria e revisão taxonômica e oferece dados de georreferenciamento, vegetação, fatores abióticos e características ecológicas das plantas e os morcegos, que a fazem útil para analisar padrões biogeográficos das interações, análises de redes ecológicas e aspectos funcionais e da dieta dos morcegos. O Capítulo 2 visa entender como áreas com composições diferentes na paisagem (agropecuárias e urbanas) produzem padrões diferentes de comunidades relacionadas com a homogeneização biótica. Para isso levantamos uma base dedados com sobre comunidades de morcegos frugívoros com dados de abundância de espécies. Estas comunidades foram classificadas com base na estrutura da paisagem usando técnicas de Machine Learning não supervisionado sobre os dados de cobertura e uso do solo nestas áreas. Posteriormente comparamos a diversidade, dominância e similaridade das comunidades com áreas controle (as áreas do mesmo bioma com a maior cobertura por vegetação natural). Nós descobrimos que as assembleias que passam por filtragens ambientais similares, mantem o mesmo padrão de baixa diversidade, hiper dominância de uma ou duas espécies (homogeneizadoras) e alta similaridade entre elas independente da distância geográfica. Este resultado aponta a existência de uma assinatura ecológica da urbanização e a expansão agropecuária sobre as comunidades de frugívoros, que não é mais do que o conjunto de caraterísticas que são selecionadas por estes ambientes. Compreender estas assinaturas ecológicas pode servir de substrato para o manejo de ecossistemas empobrecidos e inclusive para o planejamento de áreas de uso da terra.
|
|
2
|
-
ANNA CAROLINA RUSSO MARTIN MAZARÁ
-
Status genético de populações flutuantes de queixadas (Tayassu pecari) na Guiana Francesa
-
Orientador : CIBELE BIONDO
-
Data: 30/09/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A queixada (Tayassu pecari) é um mamífero de médio porte considerado uma espécie-chave e vulnerável globalmente devido à caça e à perda e fragmentação do habitat. Algumas populações da espécie sofrem grandes flutuações, com seu desaparecimento por um longo período de uma região e posterior reaparecimento. Este estudo estimou o grau de parentesco entre os indivíduos e a diferenciação genética entre a população “original” (de antes do desaparecimento) e “nova” (de depois do reaparecimento) de queixadas da Floresta Amazônica na Guiana Francesa, a partir dos genótipos de microssatélites (10 locos) de 180 indivíduos. O objetivo foi verificar como ocorre a dinâmica dessas populações, determinando se a população nova é derivada da original ou se é uma população totalmente nova. Além disso, foi analisada a constituição genética da população nova em relação à outras populações conhecidas de queixada de outros biomas da América do Sul. Foram realizadas ainda análises de diversidade genética, coeficente de endogamia, e gargalo populacional. Se a população nova fosse derivada da original, esperava-se baixa diferenciação genética e presença de pares de indivíduos aparentados entre as duas populações; o contrário indicaria a colonização da região por uma nova população. Os resultados obtidos sugerem que a população nova é derivada da original, com baixa diferenciação genética entre elas e porcentagem de pares de indivíduos aparentados das duas populações similar às porcentagens encontradas para os pares de indivíduos aparentados dentro de cada população (21-26%). Além disso, foi observada uma alta probabilidade de os indivíduos da população nova pertencerem à original. Por conta do impacto da caça na Guiana Francesa e por se tratar de populações que sofrem flutuações, esperava-se que essas populações apresentassem evidências de gargalos populacionais e de endogamia, o que de fato foi observado. Em comparação com outros biomas, a população nova da Guiana Francesa apresentou maior diversidade genética e diferenciação genética em relação às populações do Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado brasileiro. Esses resultados esclarecem a dinâmica populacional da espécie e auxiliam no aprimoramento das medidas de conservação em ambientes onde essas flutuações ocorrem.
-
Mostrar Abstract
-
A queixada (Tayassu pecari) é um mamífero de médio porte considerado uma espécie-chave e vulnerável globalmente devido à caça e à perda e fragmentação do habitat. Algumas populações da espécie sofrem grandes flutuações, com seu desaparecimento por um longo período de uma região e posterior reaparecimento. Este estudo estimou o grau de parentesco entre os indivíduos e a diferenciação genética entre a população “original” (de antes do desaparecimento) e “nova” (de depois do reaparecimento) de queixadas da Floresta Amazônica na Guiana Francesa, a partir dos genótipos de microssatélites (10 locos) de 180 indivíduos. O objetivo foi verificar como ocorre a dinâmica dessas populações, determinando se a população nova é derivada da original ou se é uma população totalmente nova. Além disso, foi analisada a constituição genética da população nova em relação à outras populações conhecidas de queixada de outros biomas da América do Sul. Foram realizadas ainda análises de diversidade genética, coeficente de endogamia, e gargalo populacional. Se a população nova fosse derivada da original, esperava-se baixa diferenciação genética e presença de pares de indivíduos aparentados entre as duas populações; o contrário indicaria a colonização da região por uma nova população. Os resultados obtidos sugerem que a população nova é derivada da original, com baixa diferenciação genética entre elas e porcentagem de pares de indivíduos aparentados das duas populações similar às porcentagens encontradas para os pares de indivíduos aparentados dentro de cada população (21-26%). Além disso, foi observada uma alta probabilidade de os indivíduos da população nova pertencerem à original. Por conta do impacto da caça na Guiana Francesa e por se tratar de populações que sofrem flutuações, esperava-se que essas populações apresentassem evidências de gargalos populacionais e de endogamia, o que de fato foi observado. Em comparação com outros biomas, a população nova da Guiana Francesa apresentou maior diversidade genética e diferenciação genética em relação às populações do Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado brasileiro. Esses resultados esclarecem a dinâmica populacional da espécie e auxiliam no aprimoramento das medidas de conservação em ambientes onde essas flutuações ocorrem.
|
|
3
|
-
LARISSA DE ARAÚJO KAWABE
-
Ciência cidadã para o monitoramento e a aprendizagem participativos sobre a biodiversidade em costões rochosos
-
Orientador : NATALIA PIRANI GHILARDI LOPES
-
Data: 02/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A associação entre a ciência cidadã (CC) e tecnologias da informação e comunicação (TIC) mostra-se interessante para o monitoramento de longo prazo de comunidades marinhas bentônicas por possibilitar o engajamento de grande número de cidadãos na coleta e processamento de dados, viabilizando o monitoramento de áreas extensas em curto período de tempo e com baixo custo. Ao mesmo tempo, cidadãos são integrados na produção do conhecimento, promovendo-se a educação científica e ambiental. No presente trabalho, desenvolvemos um projeto de ciência cidadã (De Olho na Costa) de baixo custo para o monitoramento participativo e de longo prazo de comunidades bentônicas de costão rochoso, e para promover a educação científica e ambiental dos cientistas cidadãos com o apoio de TIC. Para isso, inicialmente (Capítulo I) realizamos uma revisão sistemática de literatura sobre protocolos de ciência cidadã com foco em bentos marinho e costeiro para embasar o desenvolvimento do protocolo proposto neste trabalho, que é uma adaptação do protocolo de monitoramento de costões rochosos da Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos). Embora a maioria dos 86 projetos encontrados como resultado da revisão tenha aderido a muitas características recomendadas para projetos de CC bem-sucedidos, identificamos uma lacuna significativa em informações básicas, particularmente no que diz respeito aos benefícios educacionais para os participantes e ao seu envolvimento no desenvolvimento e avaliação de protocolos. Observamos priorização da etapa de coleta de dados em detrimento da avaliação do envolvimento dos participantes, o que pode prejudicar tanto a qualidade dos dados quanto o envolvimento a longo prazo dos cientistas cidadãos. Para embasar a produção de materiais de apoio e elaboração de um curso de formação de cientistas cidadãos em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), foi realizado em 2019 o levantamento prévio da biota de uma localidade que se tornou uma estação de monitoramento de longo prazo em Santos/SP. Durante o processo de formação dos cientistas cidadãos, aplicamos e validamos o protocolo de coleta e processamento de dados do projeto. Os dados processados pelos cientistas cidadãos (foto-identificação de organismos bentônicos) foram validados (Capítulo II) por análise de acurácia e precisão em relação a um grupo controle (pesquisadoras experientes em ecologia de comunidades marinhas bentônicas). Tanto a acurácia quanto a precisão médias das foto-identificações dos cientistas cidadãos foram mais altas do que as obtidas em trabalhos similares, inclusive em relação ao primeiro teste do nosso próprio protocolo realizado em 2021. Observamos ganhos educacionais (Capítulo III) sobre os conceitos de ciência cidadã, mudanças climáticas e costões rochosos, e há indícios de mudanças de percepção dos participantes sobre esses temas, bem como de engajamento potencial dos mesmos em atividades do projeto. A alta qualidade dos dados observada pode estar relacionada ao investimento realizado na formação e suporte aos cientistas cidadãos, o qual também se refletiu nos ganhos educacionais observados após participação dos cientistas cidadãos no projeto. ¶
-
Mostrar Abstract
-
A associação entre a ciência cidadã (CC) e tecnologias da informação e comunicação (TIC) mostra-se interessante para o monitoramento de longo prazo de comunidades marinhas bentônicas por possibilitar o engajamento de grande número de cidadãos na coleta e processamento de dados, viabilizando o monitoramento de áreas extensas em curto período de tempo e com baixo custo. Ao mesmo tempo, cidadãos são integrados na produção do conhecimento, promovendo-se a educação científica e ambiental. No presente trabalho, desenvolvemos um projeto de ciência cidadã (De Olho na Costa) de baixo custo para o monitoramento participativo e de longo prazo de comunidades bentônicas de costão rochoso, e para promover a educação científica e ambiental dos cientistas cidadãos com o apoio de TIC. Para isso, inicialmente (Capítulo I) realizamos uma revisão sistemática de literatura sobre protocolos de ciência cidadã com foco em bentos marinho e costeiro para embasar o desenvolvimento do protocolo proposto neste trabalho, que é uma adaptação do protocolo de monitoramento de costões rochosos da Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos). Embora a maioria dos 86 projetos encontrados como resultado da revisão tenha aderido a muitas características recomendadas para projetos de CC bem-sucedidos, identificamos uma lacuna significativa em informações básicas, particularmente no que diz respeito aos benefícios educacionais para os participantes e ao seu envolvimento no desenvolvimento e avaliação de protocolos. Observamos priorização da etapa de coleta de dados em detrimento da avaliação do envolvimento dos participantes, o que pode prejudicar tanto a qualidade dos dados quanto o envolvimento a longo prazo dos cientistas cidadãos. Para embasar a produção de materiais de apoio e elaboração de um curso de formação de cientistas cidadãos em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), foi realizado em 2019 o levantamento prévio da biota de uma localidade que se tornou uma estação de monitoramento de longo prazo em Santos/SP. Durante o processo de formação dos cientistas cidadãos, aplicamos e validamos o protocolo de coleta e processamento de dados do projeto. Os dados processados pelos cientistas cidadãos (foto-identificação de organismos bentônicos) foram validados (Capítulo II) por análise de acurácia e precisão em relação a um grupo controle (pesquisadoras experientes em ecologia de comunidades marinhas bentônicas). Tanto a acurácia quanto a precisão médias das foto-identificações dos cientistas cidadãos foram mais altas do que as obtidas em trabalhos similares, inclusive em relação ao primeiro teste do nosso próprio protocolo realizado em 2021. Observamos ganhos educacionais (Capítulo III) sobre os conceitos de ciência cidadã, mudanças climáticas e costões rochosos, e há indícios de mudanças de percepção dos participantes sobre esses temas, bem como de engajamento potencial dos mesmos em atividades do projeto. A alta qualidade dos dados observada pode estar relacionada ao investimento realizado na formação e suporte aos cientistas cidadãos, o qual também se refletiu nos ganhos educacionais observados após participação dos cientistas cidadãos no projeto. ¶
|
|
4
|
-
MARCELA BRASIL DE CASTRO GODINHO
-
Refúgios climáticos de anuros e serpentes da Mata Atlântica e os impactos em cenários futuros de mudanças climáticas globais
-
Orientador : RICARDO JANNINI SAWAYA
-
Data: 02/10/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
A tese aborda a biogeografia e sua importância na compreensão dos padrões espaciais da biodiversidade, destacando como as mudanças cimáticas influenciam a distribuição das espécies ao longo do tempo e do espaço. As atividades humanas têm acelerado essas mudanças, ameaçando ecossistemas e a biodiversidade, afetando os padrões de distribuição. A Mata Atlântica, um hotspot de biodiversidade, está sob intensa pressão devido à perda de habitat e fragmentação. O primeiro capítulo teve como foco a identificação de refúgios climáticos para anuros endêmicos da Mata Atlântica. Modelos de distribuição de espécies (SDM) foram usados para projetar as áreas de refúgio desde períodos passados até cenários futuros. Os resultados apontam que há sobreposição de áreas favoráveis principalmente no sudeste da Mata Atlântica e essas áreas serão essenciais para a preservação da biodiversidade diante das mudanças climáticas. O segundo capítulo complementa a análise, estendendo o estudo também a serpentes. Utilizando SDM, com múltiplos algoritmos, foi possível identificar refúgios climáticos que permanecerão adequados para essas espécies ao longo do tempo. As áreas montanhosas apresentam maior complexidade topográfica e mostraram-se fundamentais para a manutenção desses refúgios. Além disso, foi avaliada a movimentação dos centróides de adequabilidade climática, indicando que essas regiões serão cruciais para a sobrevivência das espécies. O terceiro capítulo explora a relação entre a complexidade topográfica e a estabilidade climática. Montanhas abrigam um terço da biodiversidade mundial e apresentam uma grande heterogeneidade ambiental que favorece o endemismo. Contudo, as mudanças climáticas têm forçado as espécies a migrarem, ameaçando sua sobrevivência. A tese destaca a importância de áreas montanhosas como refúgios climáticos essenciais para a preservação da biodiversidade da Mata Atlântica. Com o avanço das mudanças climáticas, essas regiões se tornam ainda mais cruciais, reforçando a necessidade de estratégias eficazes de conservação para proteger espécies ameaçadas.
-
Mostrar Abstract
-
A tese aborda a biogeografia e sua importância na compreensão dos padrões espaciais da biodiversidade, destacando como as mudanças cimáticas influenciam a distribuição das espécies ao longo do tempo e do espaço. As atividades humanas têm acelerado essas mudanças, ameaçando ecossistemas e a biodiversidade, afetando os padrões de distribuição. A Mata Atlântica, um hotspot de biodiversidade, está sob intensa pressão devido à perda de habitat e fragmentação. O primeiro capítulo teve como foco a identificação de refúgios climáticos para anuros endêmicos da Mata Atlântica. Modelos de distribuição de espécies (SDM) foram usados para projetar as áreas de refúgio desde períodos passados até cenários futuros. Os resultados apontam que há sobreposição de áreas favoráveis principalmente no sudeste da Mata Atlântica e essas áreas serão essenciais para a preservação da biodiversidade diante das mudanças climáticas. O segundo capítulo complementa a análise, estendendo o estudo também a serpentes. Utilizando SDM, com múltiplos algoritmos, foi possível identificar refúgios climáticos que permanecerão adequados para essas espécies ao longo do tempo. As áreas montanhosas apresentam maior complexidade topográfica e mostraram-se fundamentais para a manutenção desses refúgios. Além disso, foi avaliada a movimentação dos centróides de adequabilidade climática, indicando que essas regiões serão cruciais para a sobrevivência das espécies. O terceiro capítulo explora a relação entre a complexidade topográfica e a estabilidade climática. Montanhas abrigam um terço da biodiversidade mundial e apresentam uma grande heterogeneidade ambiental que favorece o endemismo. Contudo, as mudanças climáticas têm forçado as espécies a migrarem, ameaçando sua sobrevivência. A tese destaca a importância de áreas montanhosas como refúgios climáticos essenciais para a preservação da biodiversidade da Mata Atlântica. Com o avanço das mudanças climáticas, essas regiões se tornam ainda mais cruciais, reforçando a necessidade de estratégias eficazes de conservação para proteger espécies ameaçadas.
|
|
5
|
-
LUIZA HELENA BUENO DA SILVA
-
MECANISMOS DE RESPOSTA IMUNE EM CUPINS NEOTROPICAIS (ISOPTERA: TERMITIDAE)
-
Orientador : IVES HAIFIG
-
Data: 22/11/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Cupins são insetos eussociais que apresentam variados hábitos de nidificação e de alimentação, o que os expõem a interações com diversos microrganismos potencialmente patogênicos. Além disso, a alta densidade de indivíduos geneticamente relacionados habitando um mesmo ninho, com poucas conexões externas, tornam esses insetos vulneráveis a epizootias. Para defenderem-se, os cupins desenvolveram mecanismos imunes tanto no nível social quanto individual. As estratégias sociais para combater a disseminação de doenças nas colônias da espécie Silvestritermes euamignathus alteraram-se de acordo com o estágio de infecção do operário infectado com fungo entomopatogênico. Indivíduos em estágio inicial foram submetidos à allogrooming; em estágios intermediários, à allogrooming mais intenso; e em estágios avançados, a estratégia adotada foi o canibalismo. No cupim Anoplotermes pacificus, por sua vez, as estratégias da imunidade social diante de um operário infectado com fungo incluíram: a intensificação do comportamento de alarme e do comportamento sanitário. Este último parece ser uma estratégia para desinfecção da colônia, variando de intensidade segundo a progressão da infecção no indivíduo. Operários de A. pacificus, portanto, identificam, comunicam-se e respondem aos indivíduos tratados com o patógeno de forma progressiva, indicando que as respostas coletivas nessa espécie também são moldadas pelo estágio da infecção. Similarmente, na imunidade individual em A. pacificus as respostas imunes intensificaram-se com a progressão da infecção. Houve aumento no número de genes diferencialmente expressos à medida que a infecção progrediu. Após 3 horas de inoculação do fungo, houve expressão de genes relacionados à regulação de processos metabólicos e biológicos, mas não foi observada expressão de genes relacionados a uma resposta imunológica conspícua. Em 12 horas pós-inoculação, houve o enriquecimento da resposta a produtos químicos e a regulação de processos celulares. Com a progressão para 15 h pós-infecção, as vias de sinalização imunológica tornaram-se ativas, levando à elicitação de mecanismos de desintoxicação e efetores imunológicos. Esses resultados indicam que A. pacificus apresenta um repertório imunológico para protegê-lo de um ambiente rico em patógenos, com ativação de sinalização e mecanismos efetores contra o fungo.
-
Mostrar Abstract
-
Cupins são insetos eussociais que apresentam variados hábitos de nidificação e de alimentação, o que os expõem a interações com diversos microrganismos potencialmente patogênicos. Além disso, a alta densidade de indivíduos geneticamente relacionados habitando um mesmo ninho, com poucas conexões externas, tornam esses insetos vulneráveis a epizootias. Para defenderem-se, os cupins desenvolveram mecanismos imunes tanto no nível social quanto individual. As estratégias sociais para combater a disseminação de doenças nas colônias da espécie Silvestritermes euamignathus alteraram-se de acordo com o estágio de infecção do operário infectado com fungo entomopatogênico. Indivíduos em estágio inicial foram submetidos à allogrooming; em estágios intermediários, à allogrooming mais intenso; e em estágios avançados, a estratégia adotada foi o canibalismo. No cupim Anoplotermes pacificus, por sua vez, as estratégias da imunidade social diante de um operário infectado com fungo incluíram: a intensificação do comportamento de alarme e do comportamento sanitário. Este último parece ser uma estratégia para desinfecção da colônia, variando de intensidade segundo a progressão da infecção no indivíduo. Operários de A. pacificus, portanto, identificam, comunicam-se e respondem aos indivíduos tratados com o patógeno de forma progressiva, indicando que as respostas coletivas nessa espécie também são moldadas pelo estágio da infecção. Similarmente, na imunidade individual em A. pacificus as respostas imunes intensificaram-se com a progressão da infecção. Houve aumento no número de genes diferencialmente expressos à medida que a infecção progrediu. Após 3 horas de inoculação do fungo, houve expressão de genes relacionados à regulação de processos metabólicos e biológicos, mas não foi observada expressão de genes relacionados a uma resposta imunológica conspícua. Em 12 horas pós-inoculação, houve o enriquecimento da resposta a produtos químicos e a regulação de processos celulares. Com a progressão para 15 h pós-infecção, as vias de sinalização imunológica tornaram-se ativas, levando à elicitação de mecanismos de desintoxicação e efetores imunológicos. Esses resultados indicam que A. pacificus apresenta um repertório imunológico para protegê-lo de um ambiente rico em patógenos, com ativação de sinalização e mecanismos efetores contra o fungo.
|
|
6
|
-
LETICIA RAMOS DE MENEZES
-
DIVERSIDADE BACTERIANA E DIGESTÃO DA LIGNOCELULOSE NO CUPIM COMEDOR DE LÍQUEN CONSTRICTOTERMES CYPHERGASTER (TERMITIDAE: NASUTITERMITINAE)
-
Orientador : ALBERTO JOSE ARAB OLAVARRIETA
-
Data: 27/12/2024
-
-
Mostrar Resumo
-
Os cupins alimentadores de líquens ocupam um nicho ecológico especializado dentro dos termite feeding guilds, refletindo uma interação complexa entre suas capacidades digestivas e as propriedades bioquímicas dos líquens, que são resistentes e ricos em metabólitos secundários. O estudo dos cupins Constrictotermes cyphergaster foi conduzido com foco em suas fontes alimentares naturais, como casca de madeira e líquens de árvores hospedeiras. As comunidades microbianas intestinais foram analisadas utilizando sequenciamento de 16S rRNA e metagenômica shotgun. Nossos resultados indicaram que uma dieta rica em líquens provoca alterações na composição da microbiota intestinal e aumenta a abundância de genes que codificam enzimas ativas em carboidratos (CAZymes), especificamente a enzima AA3, associada à digestão de lignina. Este estudo destaca o papel das CAZymes na adaptação digestiva dos cupins a dietas especializadas, ilustrando a complexa relação entre dieta, microbiota e atividade enzimática dentro das guildas alimentares dos cupins.
-
Mostrar Abstract
-
Os cupins alimentadores de líquens ocupam um nicho ecológico especializado dentro dos termite feeding guilds, refletindo uma interação complexa entre suas capacidades digestivas e as propriedades bioquímicas dos líquens, que são resistentes e ricos em metabólitos secundários. O estudo dos cupins Constrictotermes cyphergaster foi conduzido com foco em suas fontes alimentares naturais, como casca de madeira e líquens de árvores hospedeiras. As comunidades microbianas intestinais foram analisadas utilizando sequenciamento de 16S rRNA e metagenômica shotgun. Nossos resultados indicaram que uma dieta rica em líquens provoca alterações na composição da microbiota intestinal e aumenta a abundância de genes que codificam enzimas ativas em carboidratos (CAZymes), especificamente a enzima AA3, associada à digestão de lignina. Este estudo destaca o papel das CAZymes na adaptação digestiva dos cupins a dietas especializadas, ilustrando a complexa relação entre dieta, microbiota e atividade enzimática dentro das guildas alimentares dos cupins.
|
|