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Dissertations |
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ISABELLA MARIA CASSIMIRO FIGUEIREDO
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EFEITOS DO RUÍDO E DA PAISAGEM SOBRE ATROPELAMENTOS DE MAMÍFEROS
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Advisor : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
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Data: Aug 21, 2023
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Show Abstract
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A presença da malha viária acarreta mudanças no uso da terra e geram impactos sobre a biodiversidade. A resposta da biodiversidade aos impactos de rodovias relaciona-se com os atributos das espécies e com as características relacionadas às rodovias. Os atropelamentos de fauna constituem um dos impactos mais relevantes, e não ocorrem de modo aleatório, pois sofrem influência de aspectos da rodovia e da paisagem ao redor. Em conjunto aos atropelamentos, o ruído tem grande influência sobre as populações animais, especialmente porque sua zona de impacto possui um dos maiores alcances na paisagem ao redor. A expansão iminente de rodovias e o aumento do tráfego de veículos torna essencial o estudo sobre o impacto de ruídos e atropelamentos em populações animais. Desse modo, o objetivo do estudo é avaliar a influência de ruídos e da estrutura da paisagem sobre atropelamentos de aves e mamíferos em rodovias presentes no Corredor Cantareira-Mantiqueira. Para isso, foram utilizados dados sonoros obtidos em diferentes sítios amostrais ao longo da área de estudo, dos quais foi extraído o Índice de Paisagem Sonora de Diferença Normalizada (NDSI), para inferir a antropofonia. O efeito do valor médio de NDSI e das classes de uso do solo sobre 267 atropelamentos de aves e mamíferos foi avaliado. Para os dois grupos, foi obtido uma relação positiva entre cobertura florestal e agropecuária e os atropelamentos, enquanto a proporção de corpos d’água e o NDSI foram negativamente relacionados às ocorrências para mamíferos. Apesar de marginalmente significativo, o ruído indicou efeito sobre os atropelamentos de aves. O efeito da antropofonia pode estar relacionado ao comportamento de evitação de rodovias causado por ruídos e à menor ocorrência de espécies no entorno de rodovias. Ainda que possua lacunas, associar como os atropelamentos são influenciados por ruídos fornece uma nova perspectiva quanto ao padrão de mortalidade de fauna em rodovias, o que permite também a proposição de medidas de mitigação a partir de abordagens diferentes. Devido ao alcance de sua perturbação, é plausível que a antropofonia reflita nos impactos diretos relacionados às rodovias, como a mortalidade de fauna.
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DANIEL FERREIRA CEROULA
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Capacidade Atlética em Pterossauros
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Advisor : FABIANA RODRIGUES COSTA NUNES
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Data: Sep 29, 2023
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Show Abstract
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Os pterossauros possuíam uma morfologia única entre os vertebrados voadores e, portanto, não é possível uma comparação direta com vertebrados vivos em relação à sua locomoção terrestre. Neste estudo, utilizamos os Índices de Capacidade Atlética para inferir aspectos sobre a proficiência terrestre dos pterossauros. Foram estimados a massa corporal e os índices de força de flexão e carga axial para o úmero e fémur de 25 exemplares de pterossauros não-pterodactilóides e pterodactilóides. Utilizámos modelos de regressão linear para investigar a relação dos índices de capacidade atlética entre os dois estilopódios e a relação destes índices com a massa corporal. Também comparámos os valores dos índices com os de outros animais extintos e vivos. Os resultados para ambos os índices mostram valores mais elevados para o úmero do que para o fémur, indicando uma maior força relativa dos membros anteriores em comparação com os posteriores para forças de flexão e compressão axial, e uma relação negativa entre ambos os índices e a massa corporal. Comparados com os de outros vertebrados quadrúpedes, estes valores são consistentes com uma boa capacidade de locomoção terrestre para todos os pterossauros aqui analisados, mesmo para formas basais que se pensava terem limitada capacidade de locomoção terrestre.
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NATHÁLIA PARIS SAMPAIO
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DIVERSIDADE FILOGENÉTICA DE CUPINS AO LONGO DO GRADIENTE LATITUDINAL DA MATA ATLÂNTICA
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Advisor : TIAGO FERNANDES CARRIJO
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Data: Dec 18, 2023
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Show Abstract
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Cupins são insetos hemimetábolos e eussociais, que vivem em complexas colônias. Eles exibem um sistema de castas, dentro das quais possuem características morfológicas específicas e divisão de tarefas. Os cupins apresentam relativamente alta diversidade e grande abundância, principalmente nos trópicos, entretanto, a maioria dos estudos em ecologia de comunidades com esses insetos focam em medidas tradicionais de diversidade, como alfa, beta e gama. A Diversidade Filogenética é uma outra dimensão da diversidade, que busca medir a quantidade de história evolutiva de uma comunidade biológica, auxiliando na compreensão e identificação dos processos ecológicos envolvidos na estruturação das comunidades. Para medir a diversidade filogenética, utiliza-se, além de uma lista de espécies, uma filogenia robusta contendo todas as espécies de determinada comunidade. O objetivo geral desta dissertação é analisar a diversidade filogenética de diferentes comunidades de cupins, buscando entender e explicar seus padrões. Utilizamos os dados de Cancello e colaboradores (2014), que avaliaram a diversidade e abundância de cupins ao longo do gradiente latitudinal na Mata Atlântica. Nele testamos a hipótese de que a diversidade filogenética aumenta conforme a latitude diminui. Utilizamos uma hipótese filogenética que integrou dados taxonômicos e filogenéticos de todas as espécies de cupins conhecidas, e fornece um conjunto de mil árvores que consideram a incerteza filogenética. Houve correlação entre diversidade filogenética (PD) e riqueza de espécies (SR). Nos locais mais ao norte do gradiente estudado e com maior riqueza de espécies, encontramos maior diversidade filogenética (PD), corroborando nossa hipótese. O local com maior valor de MPD foi o segundo mais ao sul, enquanto o com menor riqueza de espécies apresentou o maior valor de MNTD. E o local com maior riqueza de espécies e que é mais ao norte apresentou menor MNTD. Três locais apresentaram valores negativos de ses.MPD, sugerindo agrupamento filogenético. Nos outros locais, a estrutura filogenética apresentou um padrão que não diferiu significativamente do esperado aleatoriamente. Como conclusão geral, podemos dizer que a diversidade filogenética em cupins tem uma alta correlação com a diversidade alfa, seguindo o mesmo padrão em resposta ao gradiente latitudinal. Quanto ao processo de estruturação das comunidades, as espécies de cupins aparentam ser impulsionadas por processos neutros.
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DAUBIAN SANTOS
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PADRÕES DE DIVERSIDADE DE TIPULOMORPHA (INSECTA:DIPTERA):FORMA,TEMPO E ESPAÇO
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Advisor : GUILHERME CUNHA RIBEIRO
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Data: Feb 16, 2023
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Show Abstract
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Os Tipulomorpha apresentam grande diversidade, mas o conhecimento sobre sua filogenia é bastante parcial. Uma das complicações para o estudo da filogenia dos Tipulomorpha é que não é possível separar a investigação das relações entre famílias do problema das relações entre os gêneros de Limoniidae. Isso porque a família Limoniidae (maior família de Tipulomorpha) e suas principais subfamílias (Limnophilinae e Chioneinae) são claramente agrupamentos parafiléticos ou polifiléticos. A subfamília Chioneinae, segunda maior subfamília do grupo (com 4406 espécies distribuídas em 59 gêneros), não contou com uma amostragem significativa em estudos filogenéticos realizados até o momento. Algumas sinapomorfias propostas para o grupo como a forma do méron são contestáveis. Este trabalho visa realizar uma análise filogenética de Tipulomorpha com base em dados morfológicos, com ênfase na subfamília Chioneinae.
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BRUNO GABRIEL MELATI
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O papel da disponibilidade hidrica na dinamica dos mutualismos entre plantas com nectários extraflorais e formigas
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Data: Aug 31, 2023
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Show Abstract
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Mutualismos são interações interespecíficas condicionais que envolvem a troca de recursos e serviços entre os participantes. Essa troca implica em custos para os indivíduos, sendo o saldo da interação variável e determinado pela compensação desses custos pelos benefícios obtidos via parceiros de interação. Grande parte dessa variação pode ser determinada pelo contexto ambiental no qual a interação está inserida. Condições ambientais específicas podem afetar o saldo dos mutualismos por dois mecanismos principais: mudança no investimento dos indivíduos nos recursos trocados na interação, e mudança na composição de parceiros mutualistas entre comunidades. Esses dois mecanismos devem, por exemplo, ser um dos meios pelos quais fatores abióticos interferem no saldo de mutualismos entre plantas com nectários extraflorais e formigas. O saldo desse mutualismo para as plantas tende a aumentar quanto mais seco o ambiente, contudo os mecanismos por trás dessa variação ainda não são conhecidos. Para preencher essa lacuna, eu investiguei nessa tese dois mecanismos pelos quais variações espaciais na disponibilidade hídrica podem influenciar o saldo do mutualismo entre plantas nectários extraflorais e formigas. Mais especificamente, (i) investiguei como a disponibilidade hídrica afeta a qualidade do néctar extrafloral ofertado pelas plantas às formigas e como as formigas respondem as variações na produção desse néctar produzido e (ii) como a variação na comunidade de plantas e formigas ao longo de gradientes ambientais influenciam os padrões de interação e as propriedades emergentes dessas interações no nível de comunidades. Na primeira investigação, observei que a disponibilidade hídrica tem um efeito não linear na produção de néctar extrafloral. No início da restrição hídrica, as plantas com NEFs aumentam seu investimento no néctar, reduzindo esse investimento, contudo, à medida que a restrição hídrica persiste. Essa dinâmica na produção de néctar tem um efeito similar no padrão de visitação das formigas, que se tornam mais abundantes e ativas nas plantas no início da restrição hídrica, reduzindo sua ocorrência à medida que a restrição hídrica se prolonga. Quanto ao segundo estudo, observei que a disponibilidade hídrica tem um efeito indireto sobre o padrão de interação entre espécies de plantas e formigas ao afetar diretamente a riqueza de espécies de plantas e formigas ao longo dos gradientes hídricos. Dessa forma, a disponibilidade hídrica tem potencial para afetar o quanto as espécies de plantas e formigas investem na interação e, consequentemente, interagem em escala local. Porém, a forma como as interações se distribui ao longo de gradientes hídricos em larga escala é explicada principalmente pelas variações na assembleia de espécies parceiras ao longo do gradiente.
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ALESSANDRA PASIAN LONARDONI
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Abundância e atributos de história de vida dos peixes são determinados pelos tipos de água da Amazônia
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Data: Sep 13, 2023
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Show Abstract
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Os estudos ecológicos investigam fatores que influenciam a biodiversidade, a estrutura da comunidade e a distribuição e abundância das espécies. Esses fatores incluem as interações com as condições ambientais, por isso nosso principal objetivo foi avaliar como diferentes tipos de água encontrados na Amazônia influenciam a abundância total e a composição funcional das assembleias de peixes. Para isso, construímos um extenso banco de dados reunindo coletas experimentais de peixes, utilizando como recorte metodológico a captura por redes de espera. Esses dados foram cedidos, em sua grande maioria, por parceiros que regularmente fazem amostragens padronizadas de peixes na região. Dessa forma, o banco de dados é composto por 199 pontos amostrais georreferenciados com informações sobre período hidrológico, tipo de água da bacia principal (branca, clara ou preta), além das informações taxonômicas dos peixes. A validade taxonômica de cada registro foi avaliada e corrigida de acordo com Eschmeyer's Catalog of Fishes Online Database e especialistas. O capítulo 1 é composto por um banco de dados que será submetido à publicação com a finalidade de oferecer dados sobre abundância de peixes à comunidade científica, colaborando para a investigação de padrões e processos que atuam na diversidade amazônica, além de valorizar o trabalho conduzido por dezenas de pesquisadores por décadas em expedições nos rios amazônicos. No Capítulo 2 avaliamos como as comunidades de peixes são estruturadas. Para isso, selecionamos todos os lagos de planície de inundação que tinham coletas nos períodos hidrológicos de vazante, águas baixas e enchente (85 pontos amostrais). Selecionamos variáveis ambientais na escala da bacia de drenagem para investigar a influência dos preditores de energia e hábitat na abundância total e na composição funcional das assembleias. Os resultados trazem evidências de que a energia é o fator principal que opera na estruturação das assembleias de peixes na Amazônia e que os diferentes tipos de água atuam como filtros selecionando atributos funcionais distintos em cada uma delas. Os ambientes de água branca apresentaram maior abundância total quando comparados aos de água preta. Ambientes de águas brancas e claras comportam a dominância de espécies piscívoras, pois possuem a alta energia necessária para sustentar grande quantidade de piscívoros no topo da teia trófica aquática. Ambientes de água branca apresentam, predominantemente, espécies com estratégia reprodutiva sazonal e tamanhos grandes (>15cm), o que é esperado para ambientes sazonais como os lagos de planície que inundam periodicamente com o aumento do nível do rio durante os períodos de enchente e cheia. Já os ambientes de águas claras apresentaram predominantemente, a estratégia reprodutiva de equilíbrio, que está relacionada a presença de ovos grandes, em baixo número e ao cuidado com parental. Finalmente, ambientes de água preta apresentaram, predominantemente, a estratégia reprodutiva sazonal com tamanhos pequenos (< 15cm). Essa estratégia de história de vida indica que a baixa energia disponível neste sistema sustenta peixes em diversos níveis tróficos, entretanto com tamanho de maturação menor do que o observado em águas claras e brancas. Os tipos de água são, portanto, importantes filtros ambientais que ao longo do tempo evolutivo selecionam estratégias de história de vida de acordo com diversos fatores, entre eles, a produtividade de cada sistema.
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PAULA KESHIA ROSA SILVA
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Investigações sobre a distribuição disjunta em alguns grupos de animais marinhos gelatinosos
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Advisor : OTTO MULLER PATRAO DE OLIVEIRA
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Data: Sep 25, 2023
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Show Abstract
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O ambiente marinho é muito pouco estudado quando comparado com o ambiente terrestre. Tal fato é especialmente agravado para as pequenas espécies de hábito bentônico. Conjuntamente com a realidade das mudanças climáticas aceleradas e da dificuldade imposta pelo ambiente marinho, a perda de informação sobre grupos de organismos menos conspícuos, ou com uma menor quantidade de especialistas focados em seu estudo, está mais acentuada. Assim, alguns grupos de organismos gelatinosos apresentam grandes lacunas em seu estado de conhecimento atual, especialmente no que tange ao conhecimento sobre suas distribuições. Hidróides são pequenos animais que podem ocorrer em uma ampla variedade de profundidade, substratos e também são capazes de colonizar substratos flutuantes, sendo considerados um dos principais componentes da biota bentônica. São, muitas vezes, de difícil observação e de complexa determinação do status quanto a origem da espécie (nativa, introduzida ou invasora). Outro importante grupo negligenciado é a família Rhodaliidae (Siphonophora), com hábito epibentônico, ocupando um amplo gradiente de profundidade e com distribuição das espécies bem restritas, diferentemente do padrão cosmopolita observado em outros sifonóforos. Por fim, temos os Ctenophora, que ocorrem na maioria dos habitats marinhos e estão relacionados com alguns eventos de invasão de grande impacto ecológico. Algumas espécies do grupo apresentam lacunas de distribuição ainda difíceis de serem interpretadas. Nesse contexto, o presente estudo busca preencher algumas destas lacunas apontadas acima, sendo composto por quatro capítulos. Os dois primeiros capítulos têm como grupo alvo os hidróides. Primeiramente, focando-se na discussão acerca dos padrões de distribuição de algumas espécies, tendo como alvo as distribuições disruptivas, averiguadas com base em mapas atualizados da distribuição dessas espécies. Em seguida, a elaborar modelos que indiquem áreas com condições ambientais que supostamente permitam as ocorrências das espécies de hidróides abordadas no primeiro capítulo, tanto para o presente quanto para projeções futuras. No terceiro capítulo, tem-se a discussão da distribuição disruptiva em algumas espécies de Ctenophora, que atualmente não são identificadas como bioinvasoras e potenciais implicações taxonômicas. E, por último, um capítulo sobre os Rhodaliidae, que busca compreender a distribuição das linhagens atuais através de uma simulação da diversificação do grupo desde a origem de seu ancestral comum.
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FERNANDA RAMOS FERNANDES DE OLIVEIRA
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A macrofauna bentônica como modelo para avaliação dos efeitos da urbanização costeira em praias arenosas: estudo de caso na Baixada Santista, SP
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Data: Nov 27, 2023
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Show Abstract
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O ecossistema de praias arenosas é sujeito a diversas pressões antrópicas resultantes da urbanização, as quais podem perturbar a fauna e modificar a estrutura das comunidades. A ação deste fenômeno ocorre em diferentes graus ao longo da costa e seus impactos sobre a comunidade varia em função de escalas temporais e espaciais. Algumas pressões decorrentes da urbanização, como pisoteio e iluminação artificial, são comuns em praias urbanizadas, mas ainda carecem de maiores informações, justamente pela disparidade em seus efeitos. Neste contexto, conduzimos uma avaliação da estrutura da comunidade de macrofauna bentônica ao longo de um gradiente de urbanização na Baixada Santista e examinamos o efeito de diferentes intensidades e frequências de pisoteio sobre a macrofauna. Também investigamos o efeito da iluminação artificial e do pisoteio sobre a comunidade da macrofauna. Nossos resultados indicam que praias menos urbanizadas possuem maior riqueza e abundância de espécies do que praias altamente urbanizadas, e a composição da fauna varia entre essas categorias. Além disso, enquanto a frequência do pisoteio reduz a abundância e riqueza de espécies, a intensidade tem o efeito contrário sobre a riqueza, já a interação entre os fatores afeta negativamente os crustáceos, mas beneficia os poliquetas quando há o aumento da frequência do pisoteio. A iluminação artificial também afetou a macrofauna, com variações na resposta, enquanto uma praia mostrou um aumento na abundância nas áreas iluminadas, a outra teve uma redução na riqueza de espécies, com a presença de Scolelepis sp. sendo um fator-chave. De forma geral, as perturbações ambientais afetaram negativamente a diversidade de espécies, destacando a importância da conservação e gestão eficaz, levando em consideração a influência de fatores como o comprimento da praia.
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EDUARDO KOERICH NERY
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The evolution and consequences of ecological specialization in a Neotropical plant system
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Advisor : ANSELMO NOGUEIRA
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Data: Nov 29, 2023
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Show Abstract
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A especialização ecológica é um padrão comum que designa aqueles organismos com uma amplitude de nicho relativamente estreita. Por um lado, a especialização prevê uma redução da amplitude geográfica, o que pode aumentar as taxas de extinção em cenários de mudanças ambientais. Por outro lado, a especialização pressupõe mecanismos que favorecem o acasalamento com parceiros auto-similares, incluindo a auto-fertilização, o que pode aumentar o isolamento genético populacional e, consequentemente, as taxas de especiação. Assim, a especialização ecológica pode ser um importante promotor da diversidade biológica, mas as evidências são ainda equívocas. A elevada diversidade vegetal nos trópicos têm sido tradicionalmente atribuída a uma maior especialização sobre os gradientes ambientais, i.e. especialização ambiental, que seria um mecanismo propiciando a coexistência de espécies vegetais. No entanto, a especialização ambiental poderia também ter promovido a diversificação das espécies vegetais, um processo muitas vezes assumido em vez de testado. A Mata Atlântica (MA) é um domínio neotropical montano que concentra uma diversidade excepcional de espécies vegetais num espaço geográfico relativamente pequeno, tornando-se um enigma evolutivo. Tradicionalmente, a diversificação vegetal na MA tem sido atribuída ao isolamento geográfico imposto pelas paisagens montanas e pelas mudanças climáticas do Pleistoceno. No entanto, as paisagens montanas da AF proporcionam uma vasta gama de tipos de habitat para a especialização ambiental. Esta tese abordou o impacto da especialização ambiental na diversificação das espécies vegetais na MA. Mais especificamente, a tese visava responder: (1) se a especialização ambiental mais provavelmente evolui e está associada a plantas com reduzida amplitude geográfica, i.e. endemismo, na MA; (2) se a especialização ambiental está ou não associada à evolução do sistema de acasalamento de plantas na MA; (3) se a especialização ambiental teve impacto ou não na diversificação de espécies vegetais na MA, juntamente às paisagens montanas e às alterações climáticas do Pleistoceno. Cada questão foi abordada separadamente num estudo. Todos os estudos utilizaram métodos filogenéticos comparativos utilizando dados geográficos, ambientais e fenotípicos sobre um grande clado de Miconia, que inclui espécies vegetais endêmicas e não-endêmicas da MA. O primeiro estudo indicou que uma maior especialização ambiental é seletivamente favorecida no domínio da MA, correlacionando com a redução da amplitude geográfica entre as plantas endêmicas da MA. O segundo estudo indicou que a auto-fertilização é seletivamente favorecida na MA, propiciando a especialização ambiental entre as plantas endêmicas de MA. O terceiro estudo indicou que a especialização ambiental e as paisagens montanas levaram ao aumento das taxas de especiação nas plantas, enquanto que as mudanças climáticas do Pleistoceno desaceleraram a diversificação das plantas. Baseado nisto, a tese expande a nossa atual perspectiva sobre as origens da diversidade de plantas no domínio da MA, destacando a especialização ambiental como um importante promotor da evolução das plantas. Além disso, a tese fornece evidências de que a especialização ecológica promove a diversificação biológica, contribuindo para um antigo debate dentro da teoria da ecologia.
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RODRIGO VARGAS PÊGAS
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Wing Myology and Flight Biomechanics in Pterosauria (Reptilia, Archosauria)
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Advisor : FABIANA RODRIGUES COSTA NUNES
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Data: Dec 15, 2023
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Show Abstract
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Pterossauros representam o primeiro grupo de vertebrados a conquistar o voo ativo, apresentando um registro fóssil que se estende do Triássico Superior ao Cretáceo Superior. Apesar de serem estudados por mais de 200 anos, ainda existem muitas questões controversas a respeito desse grupo, inclusive em relação ao seu voo, como, por exemplo, a configuração da musculatura alar, a postura assumida pelas asas durante o voo, e a variação destas entre linhagens distintas. Neste sentido, a então tese propõe-se a (1) realizar um levantamento da configuração miológica em um amplo espectro de pterossauros pterodactilóides, e (2) inferir, através de um estudo biomecânico, postura ótima da asa durante a fase estática do voo de dois pterossauros pterodactilóides: Anhanguera piscator e Tupuxuara leonardii. Tal abordagem, inédita para o estudo em questão, compreende a reconstrução virtual 3D de modelos osteomusculares destas duas espécies, e posterior comparação entre as posições ótimas assumidas pelos modelos de cada uma destas espécies. Os resultados obtidos a partir da manipulação de tais modelos poderão, além de prover informações a respeito das diferenças de postura da asa em voo destas espécies, contribuir para o conhecimento da evolução das adaptações dos pterossauros ao voo, dos tipos de nichos ocupados por este grupo durante o Mesozóico, e de uma possível compartimentação de nichos entre pterossauros e aves mesozóicas, possibilitando, por conseguinte, uma melhor compreensão da forma como o voo teria evoluído neste grupo de répteis voadores.
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