PPGEVD PÓS-GRADUAÇÃO EM EVOLUÇÃO E DIVERSIDADE FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Teléfono/Ramal: No informado http://propg.ufabc.edu.br/ppgevd
Disertación/Tesis

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2024
Disertaciones
1
  • ANDREA CRISTHIANE MARTINS MARTINI
  • INFLUÊNCIA DA HETEROGENEIDADE DE HABITAT NA RELAÇÃO ESPÉCIE-ÁREA ENTRE AVES E ÁREAS VERDES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

  • Líder : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
  • Data: 27-mar-2024


  • Resumen Espectáculo
  • A Mata Atlântica é considerada o bioma mais degradado do Brasil, pois, historicamente sofreu com as pressões advindas da ocupação humana. Como resultado desse processo, a fragmentação florestal implica na diminuição de biodiversidade. As aves são diretamente afetadas pelo crescimento urbano, assumindo inclusive um papel de indicadoras de qualidade ambiental. Diante desses prejuízos e compreendendo que a urbanização é um processo sem retorno, analisar o potencial de interação entre as aves e os atributos de espaços verdes presente em cidades, como tamanho de área, variedade de espécies vegetais, grau de perturbação e influência do entorno pode ser um passo importante, para subsidiar ações de manejo que minimizem danos causados pela perda das áreas naturais. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo compreender como as variações espaciais podem influenciar na riqueza de espécies de aves em áreas verdes presentes no município de São Paulo. Como hipóteses, espera-se que a riqueza de espécies de aves seja maior em áreas verdes de maior tamanho e com maior proporção de fitofisionomias florestais, além disso, acredita-se que as áreas com o entorno mais urbanizado apresentem um efeito negativo no número de espécies. Para essa análise, foram selecionados shapefiles dos parques urbanos e lineares, unidades de conservação de proteção integral e do Mapeamento da Cobertura Vegetal de 2020, disponíveis na sessão de dados abertos do GeoSampa. Já com relação aos dados de riqueza de aves foram utilizadas as informações do Inventário de Fauna Silvestre do Município de São Paulo de 2021. Para as análises estatísticas foram aplicados os Modelos Lineares Generalizados da família Poisson e foi realizada uma seleção de modelos pelo critério de Akaike para verificar o que apresentava maior relevância. Já para a análise da diversidade, optou-se pelo uso do Índice de Shannon. Como resultados, identificamos que a riqueza de espécies de aves aumenta em locais com maior tamanho, conforme descrito pela relação espécie-área. Além de ser possível observar a mesma relação positiva com áreas que possuem uma variedade maior de fitofisionomias vegetais, corroborando para a ideia de que áreas heterogêneas oferecem um maior número de habitats para as aves. Contudo, apesar de contribuírem para a manutenção de um número considerável de espécies, é importante observar se elas fazem parte do grupo de aves endêmicas presentes no município. O aprofundamento dessas informações por meio de novos estudos pode possibilitar ações de manejo mais efetivas para a conservação da biodiversidade e provisão de serviços ecossistêmicos para os habitantes da cidade conforme estabelecido pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

2
  • DOUGLAS DONIZETI DE SOUZA
  • O mutualismo com bactérias fixadoras de nitrogênio não modifica o efeito positivo das formigas protetoras na aptidão das plantas com nectários extraflorais: uma meta-análise


  • Líder : ANSELMO NOGUEIRA
  • Data: 28-mar-2024


  • Resumen Espectáculo
  • Os mutualismos em plantas frequentemente ocorrem quando a planta fornece recursos à base de carboidratos para parceiros que oferecem serviços valiosos, como proteção e nutrição. É comum encontrar múltiplos mutualismos simultaneamente, alguns abaixo e outros acima do solo. No entanto, essa coexistência pode levar a demandas conflitantes entre os diferentes mutualismos. Por outro lado, alguns mutualistas podem ter efeitos positivos, aumentando a área foliar e a fotossíntese da planta, criando um feedback positivo que compensa os custos de produção de carboidratos destinados a eles. A ocorrência de vários tipos de mutualismos em uma mesma planta pode ser vantajosa se todos proporcionarem benefícios complementares que superem seus custos. Esses efeitos potenciais podem ser influenciados por fatores ambientais, como luz e nutrientes disponíveis para as plantas. Nesta meta-análise, investigamos se o mutualismo com bactérias fixadoras de nitrogênio detectáveis pela formação de nódulos radiculares (i) altera a magnitude do efeito das formigas protetoras sobre a aptidão das plantas com nectários extraflorais (NEFs), e se seu efeito é dependente (ii) do tipo de vegetação, se mais aberta ou fechada (um proxy para a disponibilidade de luz) e (iii) da disponibilidade de nitrogênio no solo. Realizamos uma busca quantitativa sistemática na literatura e extraímos 151 tamanhos de efeito de 35 estudos avaliando experimentalmente o efeito das formigas na aptidão das plantas. Cada espécie de planta investigadas nos experimentos foram classificadas como nodulantes e não nodulantes, e dados do tipo vegetacional e disponibilidade de nitrogênio do solo foram extraídos da literatura e/ou bancos de dados disponíveis. Nossos resultados mostram que as formigas possuem um efeito positivo sobre a aptidão das plantas e esse efeito positivo não difere entre plantas nodulantes e não nodulantes. Neste caso, as plantas podem se beneficiar de múltiplas interações mutualistas sem interferência substancial entre elas. Além disso, o efeito neutro da nodulação sobre o efeito positivo das formigas não depende do tipo de vegetação ou da concentração de nitrogênio no solo. Nesse caso, variações na disponibilidade de recursos para as plantas não modificam o saldo positivo da interação planta-formiga em plantas nodulantes e não nodulantes do ponto de vista da planta. Nosso estudo enfatiza a resiliência dos mutualismos à medida que eles persistem sob diversas condições ambientais, coexistindo nas mesmas plantas, e evidencia que tais efeitos positivos podem ser cumulativos, resta saber sob que condições ao longo da evolução eles surgem e se combinam, e se existem condições restritivas para a sua coexistência.

2023
Disertaciones
1
  • ISABELLA MARIA CASSIMIRO FIGUEIREDO
  • EFEITOS DO RUÍDO E DA PAISAGEM SOBRE ATROPELAMENTOS DE MAMÍFEROS

  • Líder : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
  • Data: 21-ago-2023


  • Resumen Espectáculo
  • A presença da malha viária acarreta mudanças no uso da terra e geram impactos sobre a biodiversidade. A resposta da biodiversidade aos impactos de rodovias relaciona-se com os atributos das espécies e com as características relacionadas às rodovias. Os atropelamentos de fauna constituem um dos impactos mais relevantes, e não ocorrem de modo aleatório, pois sofrem influência de aspectos da rodovia e da paisagem ao redor. Em conjunto aos atropelamentos, o ruído tem grande influência sobre as populações animais, especialmente porque sua zona de impacto possui um dos maiores alcances na paisagem ao redor. A expansão iminente de rodovias e o aumento do tráfego de veículos torna essencial o estudo sobre o impacto de ruídos e atropelamentos em populações animais. Desse modo, o objetivo do estudo é avaliar a influência de ruídos e da estrutura da paisagem sobre atropelamentos de aves e mamíferos em rodovias presentes no Corredor Cantareira-Mantiqueira. Para isso, foram utilizados dados sonoros obtidos em diferentes sítios amostrais ao longo da área de estudo, dos quais foi extraído o Índice de Paisagem Sonora de Diferença Normalizada (NDSI), para inferir a antropofonia. O efeito do valor médio de NDSI e das classes de uso do solo sobre 267 atropelamentos de aves e mamíferos foi avaliado. Para os dois grupos, foi obtido uma relação positiva entre cobertura florestal e agropecuária e os atropelamentos, enquanto a proporção de corpos d’água e o NDSI foram negativamente relacionados às ocorrências para mamíferos. Apesar de marginalmente significativo, o ruído indicou efeito sobre os atropelamentos de aves. O efeito da antropofonia pode estar relacionado ao comportamento de evitação de rodovias causado por ruídos e à menor ocorrência de espécies no entorno de rodovias. Ainda que possua lacunas, associar como os atropelamentos são influenciados por ruídos fornece uma nova perspectiva quanto ao padrão de mortalidade de fauna em rodovias, o que permite também a proposição de medidas de mitigação a partir de abordagens diferentes. Devido ao alcance de sua perturbação, é plausível que a antropofonia reflita nos impactos diretos relacionados às rodovias, como a mortalidade de fauna.

2
  • DANIEL FERREIRA CEROULA
  • Capacidade Atlética em Pterossauros

  • Líder : FABIANA RODRIGUES COSTA NUNES
  • Data: 29-sep-2023


  • Resumen Espectáculo
  • Os pterossauros possuíam uma morfologia única entre os vertebrados voadores e, portanto, não é possível uma comparação direta com vertebrados vivos em relação à sua locomoção terrestre. Neste estudo, utilizamos os Índices de Capacidade Atlética para inferir aspectos sobre a proficiência terrestre dos pterossauros. Foram estimados a massa corporal e os índices de força de flexão e carga axial para o úmero e fémur de 25 exemplares de pterossauros não-pterodactilóides e pterodactilóides. Utilizámos modelos de regressão linear para investigar a relação dos índices de capacidade atlética entre os dois estilopódios e a relação destes índices com a massa corporal. Também comparámos os valores dos índices com os de outros animais extintos e vivos. Os resultados para ambos os índices mostram valores mais elevados para o úmero do que para o fémur, indicando uma maior força relativa dos membros anteriores em comparação com os posteriores para forças de flexão e compressão axial, e uma relação negativa entre ambos os índices e a massa corporal. Comparados com os de outros vertebrados quadrúpedes, estes valores são consistentes com uma boa capacidade de locomoção terrestre para todos os pterossauros aqui analisados, mesmo para formas basais que se pensava terem limitada capacidade de locomoção terrestre.

3
  • NATHÁLIA PARIS SAMPAIO
  • DIVERSIDADE FILOGENÉTICA DE CUPINS AO LONGO DO GRADIENTE LATITUDINAL DA MATA ATLÂNTICA

  • Líder : TIAGO FERNANDES CARRIJO
  • Data: 18-dic-2023


  • Resumen Espectáculo
  • Cupins são insetos hemimetábolos e eussociais, que vivem em complexas colônias. Eles exibem um sistema de castas, dentro das quais possuem características morfológicas específicas e divisão de tarefas. Os cupins apresentam relativamente alta diversidade e grande abundância, principalmente nos trópicos, entretanto, a maioria dos estudos em ecologia de comunidades com esses insetos focam em medidas tradicionais de diversidade, como alfa, beta e gama. A Diversidade Filogenética é uma outra dimensão da diversidade, que busca medir a quantidade de história evolutiva de uma comunidade biológica, auxiliando na compreensão e identificação dos processos ecológicos envolvidos na estruturação das comunidades. Para medir a diversidade filogenética, utiliza-se, além de uma lista de espécies, uma filogenia robusta contendo todas as espécies de determinada comunidade. O objetivo geral desta dissertação é analisar a diversidade filogenética de diferentes comunidades de cupins, buscando entender e explicar seus padrões. Utilizamos os dados de Cancello e colaboradores (2014), que avaliaram a diversidade e abundância de cupins ao longo do gradiente latitudinal na Mata Atlântica. Nele testamos a hipótese de que a diversidade filogenética aumenta conforme a latitude diminui. Utilizamos uma hipótese filogenética que integrou dados taxonômicos e filogenéticos de todas as espécies de cupins conhecidas, e fornece um conjunto de mil árvores que consideram a incerteza filogenética. Houve correlação entre diversidade filogenética (PD) e riqueza de espécies (SR). Nos locais mais ao norte do gradiente estudado e com maior riqueza de espécies, encontramos maior diversidade filogenética (PD), corroborando nossa hipótese. O local com maior valor de MPD foi o segundo mais ao sul, enquanto o com menor riqueza de espécies apresentou o maior valor de MNTD. E o local com maior riqueza de espécies e que é mais ao norte apresentou menor MNTD. Três locais apresentaram valores negativos de ses.MPD, sugerindo agrupamento filogenético. Nos outros locais, a estrutura filogenética apresentou um padrão que não diferiu significativamente do esperado aleatoriamente. Como conclusão geral, podemos dizer que a diversidade filogenética em cupins tem uma alta correlação com a diversidade alfa, seguindo o mesmo padrão em resposta ao gradiente latitudinal. Quanto ao processo de estruturação das comunidades, as espécies de cupins aparentam ser impulsionadas por processos neutros.

Tesis
1
  • DAUBIAN SANTOS
  • PADRÕES DE DIVERSIDADE DE TIPULOMORPHA (INSECTA:DIPTERA):FORMA,TEMPO E ESPAÇO

  • Líder : GUILHERME CUNHA RIBEIRO
  • Data: 16-feb-2023


  • Resumen Espectáculo
  • Os Tipulomorpha apresentam grande diversidade, mas o conhecimento sobre sua filogenia é bastante parcial. Uma das complicações para o estudo da filogenia dos Tipulomorpha é que não é possível separar a investigação das relações entre famílias do problema das relações entre os gêneros de Limoniidae. Isso porque a família Limoniidae (maior família de Tipulomorpha) e suas principais subfamílias (Limnophilinae e Chioneinae) são claramente agrupamentos parafiléticos ou polifiléticos. A subfamília Chioneinae, segunda maior subfamília do grupo (com 4406 espécies distribuídas em 59 gêneros), não contou com uma amostragem significativa em estudos filogenéticos realizados até o momento. Algumas sinapomorfias propostas para o grupo como a forma do méron são contestáveis. Este trabalho visa realizar uma análise filogenética de Tipulomorpha com base em dados morfológicos, com ênfase na subfamília Chioneinae. 

2
  • BRUNO GABRIEL MELATI
  • O papel da disponibilidade hidrica na dinamica dos mutualismos entre plantas com nectários extraflorais e formigas

  • Data: 31-ago-2023


  • Resumen Espectáculo
  • Mutualismos são interações interespecíficas condicionais que envolvem a troca de recursos e serviços entre os participantes. Essa troca implica em custos para os indivíduos, sendo o saldo da interação variável e determinado pela compensação desses custos pelos benefícios obtidos via parceiros de interação. Grande parte dessa variação pode ser determinada pelo contexto ambiental no qual a interação está inserida. Condições ambientais específicas podem afetar o saldo dos mutualismos por dois mecanismos principais: mudança no investimento dos indivíduos nos recursos trocados na interação, e mudança na composição de parceiros mutualistas entre comunidades. Esses dois mecanismos devem, por exemplo, ser um dos meios pelos quais fatores abióticos interferem no saldo de mutualismos entre plantas com nectários extraflorais e formigas. O saldo desse mutualismo para as plantas tende a aumentar quanto mais seco o ambiente, contudo os mecanismos por trás dessa variação ainda não são conhecidos. Para preencher essa lacuna, eu investiguei nessa tese dois mecanismos pelos quais variações espaciais na disponibilidade hídrica podem influenciar o saldo do mutualismo entre plantas nectários extraflorais e formigas. Mais especificamente, (i) investiguei como a disponibilidade hídrica afeta a qualidade do néctar extrafloral ofertado pelas plantas às formigas e como as formigas respondem as variações na produção desse néctar produzido e (ii) como a variação na comunidade de plantas e formigas ao longo de gradientes ambientais influenciam os padrões de interação e as propriedades emergentes dessas interações no nível de comunidades. Na primeira investigação, observei que a disponibilidade hídrica tem um efeito não linear na produção de néctar extrafloral. No início da restrição hídrica, as plantas com NEFs aumentam seu investimento no néctar, reduzindo esse investimento, contudo, à medida que a restrição hídrica persiste. Essa dinâmica na produção de néctar tem um efeito similar no padrão de visitação das formigas, que se tornam mais abundantes e ativas nas plantas no início da restrição hídrica, reduzindo sua ocorrência à medida que a restrição hídrica se prolonga. Quanto ao segundo estudo, observei que a disponibilidade hídrica tem um efeito indireto sobre o padrão de interação entre espécies de plantas e formigas ao afetar diretamente a riqueza de espécies de plantas e formigas ao longo dos gradientes hídricos. Dessa forma, a disponibilidade hídrica tem potencial para afetar o quanto as espécies de plantas e formigas investem na interação e, consequentemente, interagem em escala local. Porém, a forma como as interações se distribui ao longo de gradientes hídricos em larga escala é explicada principalmente pelas variações na assembleia de espécies parceiras ao longo do gradiente.

3
  • ALESSANDRA PASIAN LONARDONI
  • Abundância e atributos de história de vida dos peixes são determinados pelos tipos de água da Amazônia

  • Data: 13-sep-2023


  • Resumen Espectáculo
  • Os estudos ecológicos investigam fatores que influenciam a biodiversidade, a estrutura da comunidade e a distribuição e abundância das espécies. Esses fatores incluem as interações com as condições ambientais, por isso nosso principal objetivo foi avaliar como diferentes tipos de água encontrados na Amazônia influenciam a abundância total e a composição funcional das assembleias de peixes. Para isso, construímos um extenso banco de dados reunindo coletas experimentais de peixes, utilizando como recorte metodológico a captura por redes de espera. Esses dados foram cedidos, em sua grande maioria, por parceiros que regularmente fazem amostragens padronizadas de peixes na região. Dessa forma, o banco de dados é composto por 199 pontos amostrais georreferenciados com informações sobre período hidrológico, tipo de água da bacia principal (branca, clara ou preta), além das informações taxonômicas dos peixes. A validade taxonômica de cada registro foi avaliada e corrigida de acordo com Eschmeyer's Catalog of Fishes Online Database e especialistas. O capítulo 1 é composto por um banco de dados que será submetido à publicação com a finalidade de oferecer dados sobre abundância de peixes à comunidade científica, colaborando para a investigação de padrões e processos que atuam na diversidade amazônica, além de valorizar o trabalho conduzido por dezenas de pesquisadores por décadas em expedições nos rios amazônicos. No Capítulo 2 avaliamos como as comunidades de peixes são estruturadas. Para isso, selecionamos todos os lagos de planície de inundação que tinham coletas nos períodos hidrológicos de vazante, águas baixas e enchente (85 pontos amostrais). Selecionamos variáveis ambientais na escala da bacia de drenagem para investigar a influência dos preditores de energia e hábitat na abundância total e na composição funcional das assembleias. Os resultados trazem evidências de que a energia é o fator principal que opera na estruturação das assembleias de peixes na Amazônia e que os diferentes tipos de água atuam como filtros selecionando atributos funcionais distintos em cada uma delas. Os ambientes de água branca apresentaram maior abundância total quando comparados aos de água preta. Ambientes de águas brancas e claras comportam a dominância de espécies piscívoras, pois possuem a alta energia necessária para sustentar grande quantidade de piscívoros no topo da teia trófica aquática. Ambientes de água branca apresentam, predominantemente, espécies com estratégia reprodutiva sazonal e tamanhos grandes (>15cm), o que é esperado para ambientes sazonais como os lagos de planície que inundam periodicamente com o aumento do nível do rio durante os períodos de enchente e cheia. Já os ambientes de águas claras apresentaram predominantemente, a estratégia reprodutiva de equilíbrio, que está relacionada a presença de ovos grandes, em baixo número e ao cuidado com parental. Finalmente, ambientes de água preta apresentaram, predominantemente, a estratégia reprodutiva sazonal com tamanhos pequenos (< 15cm). Essa estratégia de história de vida indica que a baixa energia disponível neste sistema sustenta peixes em diversos níveis tróficos, entretanto com tamanho de maturação menor do que o observado em águas claras e brancas. Os tipos de água são, portanto, importantes filtros ambientais que ao longo do tempo evolutivo selecionam estratégias de história de vida de acordo com diversos fatores, entre eles, a produtividade de cada sistema.

4
  • PAULA KESHIA ROSA SILVA
  • Investigações sobre a distribuição disjunta em alguns grupos de animais marinhos gelatinosos

  • Líder : OTTO MULLER PATRAO DE OLIVEIRA
  • Data: 25-sep-2023


  • Resumen Espectáculo
  • O ambiente marinho é muito pouco estudado quando comparado com o ambiente terrestre. Tal fato é especialmente agravado para as pequenas espécies de hábito bentônico. Conjuntamente com a realidade das mudanças climáticas aceleradas e da dificuldade imposta pelo ambiente marinho, a perda de informação sobre grupos de organismos menos conspícuos, ou com uma menor quantidade de especialistas focados em seu estudo, está mais acentuada. Assim, alguns grupos de organismos gelatinosos apresentam grandes lacunas em seu  estado de conhecimento atual, especialmente no que tange ao conhecimento sobre suas distribuições. Hidróides são pequenos animais que podem ocorrer em uma ampla variedade de profundidade, substratos e também são capazes de colonizar substratos flutuantes, sendo considerados um dos principais componentes da biota bentônica. São, muitas vezes, de difícil observação e de complexa determinação do status quanto a origem da espécie (nativa, introduzida ou invasora). Outro importante grupo negligenciado é a família Rhodaliidae (Siphonophora), com hábito epibentônico, ocupando um amplo gradiente de profundidade e com distribuição das espécies bem restritas, diferentemente do padrão cosmopolita observado em outros sifonóforos. Por fim, temos os Ctenophora, que ocorrem na maioria dos habitats marinhos e estão relacionados com alguns eventos de invasão de grande impacto ecológico. Algumas espécies do grupo apresentam lacunas de distribuição ainda difíceis de serem interpretadas. Nesse contexto, o presente estudo busca preencher algumas destas lacunas apontadas acima, sendo composto por quatro capítulos. Os dois primeiros capítulos têm como grupo alvo os hidróides. Primeiramente, focando-se na discussão acerca dos padrões de distribuição de algumas espécies, tendo como alvo as distribuições disruptivas, averiguadas com base em mapas atualizados da distribuição dessas espécies. Em seguida, a elaborar modelos que indiquem áreas com condições ambientais que supostamente permitam as ocorrências das espécies de hidróides abordadas no primeiro capítulo, tanto para o presente quanto para projeções futuras. No terceiro capítulo, tem-se a discussão da distribuição disruptiva em algumas espécies de Ctenophora, que atualmente não são identificadas como bioinvasoras e potenciais implicações taxonômicas. E, por último, um capítulo sobre os Rhodaliidae, que busca compreender a distribuição das linhagens atuais através de uma simulação da diversificação do grupo desde a origem de seu ancestral comum.

5
  • FERNANDA RAMOS FERNANDES DE OLIVEIRA
  • A macrofauna bentônica como modelo para avaliação dos efeitos da urbanização costeira em praias arenosas: estudo de caso na Baixada Santista, SP

  • Data: 27-nov-2023


  • Resumen Espectáculo
  • O ecossistema de praias arenosas é sujeito a diversas pressões antrópicas resultantes da urbanização, as quais podem perturbar a fauna e modificar a estrutura das comunidades. A ação deste fenômeno ocorre em diferentes graus ao longo da costa e seus impactos sobre a comunidade varia em função de escalas temporais e espaciais. Algumas pressões decorrentes da urbanização, como pisoteio e iluminação artificial, são comuns em praias urbanizadas, mas ainda carecem de maiores informações, justamente pela disparidade em seus efeitos. Neste contexto, conduzimos uma avaliação da estrutura da comunidade de macrofauna bentônica ao longo de um gradiente de urbanização na Baixada Santista e examinamos o efeito de diferentes intensidades e frequências de pisoteio sobre a macrofauna. Também investigamos o efeito da iluminação artificial e do pisoteio sobre a comunidade da macrofauna. Nossos resultados indicam que praias menos urbanizadas possuem maior riqueza e abundância de espécies do que praias altamente urbanizadas, e a composição da fauna varia entre essas categorias. Além disso, enquanto a frequência do pisoteio reduz a abundância e riqueza de espécies, a intensidade tem o efeito contrário sobre a riqueza, já a interação entre os fatores afeta negativamente os crustáceos, mas beneficia os poliquetas quando há o aumento da frequência do pisoteio. A iluminação artificial também afetou a macrofauna, com variações na resposta, enquanto uma praia mostrou um aumento na abundância nas áreas iluminadas, a outra teve uma redução na riqueza de espécies, com a presença de Scolelepis sp. sendo um fator-chave. De forma geral, as perturbações ambientais afetaram negativamente a diversidade de espécies, destacando a importância da conservação e gestão eficaz, levando em consideração a influência de fatores como o comprimento da praia.

6
  • EDUARDO KOERICH NERY
  • The evolution and consequences of ecological specialization in a Neotropical plant system

     

  • Líder : ANSELMO NOGUEIRA
  • Data: 29-nov-2023


  • Resumen Espectáculo
  • A especialização ecológica é um padrão comum que designa aqueles organismos com uma amplitude de nicho relativamente estreita. Por um lado, a especialização prevê uma redução da amplitude geográfica, o que pode aumentar as taxas de extinção em cenários de mudanças ambientais. Por outro lado, a especialização pressupõe mecanismos que favorecem o acasalamento com parceiros auto-similares, incluindo a auto-fertilização, o que pode aumentar o isolamento genético populacional e, consequentemente, as taxas de especiação. Assim, a especialização ecológica pode ser um importante promotor da diversidade biológica, mas as evidências são ainda equívocas. A elevada diversidade vegetal nos trópicos têm sido tradicionalmente atribuída a uma maior especialização sobre os gradientes ambientais, i.e. especialização ambiental, que seria um mecanismo propiciando a coexistência de espécies vegetais. No entanto, a especialização ambiental poderia também ter promovido a diversificação das espécies vegetais, um processo muitas vezes assumido em vez de testado. A Mata Atlântica (MA) é um domínio neotropical montano que concentra uma diversidade excepcional de espécies vegetais num espaço geográfico relativamente pequeno, tornando-se um enigma evolutivo. Tradicionalmente, a diversificação vegetal na MA tem sido atribuída ao isolamento geográfico imposto pelas paisagens montanas e pelas mudanças climáticas do Pleistoceno. No entanto, as paisagens montanas da AF proporcionam uma vasta gama de tipos de habitat para a especialização ambiental. Esta tese abordou o impacto da especialização ambiental na diversificação das espécies vegetais na MA. Mais especificamente, a tese visava responder: (1) se a especialização ambiental mais provavelmente evolui e está associada a plantas com reduzida amplitude geográfica, i.e. endemismo, na MA; (2) se a especialização ambiental está ou não associada à evolução do sistema de acasalamento de plantas na MA; (3) se a especialização ambiental teve impacto ou não na diversificação de espécies vegetais na MA, juntamente às paisagens montanas e às alterações climáticas do Pleistoceno. Cada questão foi abordada separadamente num estudo. Todos os estudos utilizaram métodos filogenéticos comparativos utilizando dados geográficos, ambientais e fenotípicos sobre um grande clado de Miconia, que inclui espécies vegetais endêmicas e não-endêmicas da MA. O primeiro estudo indicou que uma maior especialização ambiental é seletivamente favorecida no domínio da MA, correlacionando com a redução da amplitude geográfica entre as plantas endêmicas da MA. O segundo estudo indicou que a auto-fertilização é seletivamente favorecida na MA, propiciando a especialização ambiental entre as plantas endêmicas de MA. O terceiro estudo indicou que a especialização ambiental e as paisagens montanas levaram ao aumento das taxas de especiação nas plantas, enquanto que as mudanças climáticas do Pleistoceno desaceleraram a diversificação das plantas. Baseado nisto, a tese expande a nossa atual perspectiva sobre as origens da diversidade de plantas no domínio da MA, destacando a especialização ambiental como um importante promotor da evolução das plantas. Além disso, a tese fornece evidências de que a especialização ecológica promove a diversificação biológica, contribuindo para um antigo debate dentro da teoria da ecologia.

7
  • RODRIGO VARGAS PÊGAS
  • Wing Myology and Flight Biomechanics in Pterosauria (Reptilia, Archosauria)

  • Líder : FABIANA RODRIGUES COSTA NUNES
  • Data: 15-dic-2023


  • Resumen Espectáculo
  • Pterossauros representam o primeiro grupo de vertebrados a conquistar o voo ativo, apresentando um registro fóssil que se estende do Triássico Superior ao Cretáceo Superior. Apesar de serem estudados por mais de 200 anos, ainda existem muitas questões controversas a respeito desse grupo, inclusive em relação ao seu voo, como, por exemplo, a configuração da musculatura alar, a postura assumida pelas asas durante o voo, e a variação destas entre linhagens distintas. Neste sentido, a então tese propõe-se a (1) realizar um levantamento da configuração miológica em um amplo espectro de pterossauros pterodactilóides, e (2) inferir, através de um estudo biomecânico, postura ótima da asa durante a fase estática do voo de dois pterossauros pterodactilóides: Anhanguera piscator e Tupuxuara leonardii. Tal abordagem, inédita para o estudo em questão, compreende a reconstrução virtual 3D de modelos osteomusculares destas duas espécies, e posterior comparação entre as posições ótimas assumidas pelos modelos de cada uma destas espécies. Os resultados obtidos a partir da manipulação de tais modelos poderão, além de prover informações a respeito das diferenças de postura da asa em voo destas espécies, contribuir para o conhecimento da evolução das adaptações dos pterossauros ao voo, dos tipos de nichos ocupados por este grupo durante o Mesozóico, e de uma possível compartimentação de nichos entre pterossauros e aves mesozóicas, possibilitando, por conseguinte, uma melhor compreensão da forma como o voo teria evoluído neste grupo de répteis voadores.

2022
Disertaciones
1
  • RODRIGO MOSQUERA TANASOVICI
  • Como construções costeiras e a proximidade ao substrato inconsolidado afetam a dinâmica da comunidade incrustante?

  • Líder : GUSTAVO MUNIZ DIAS
  • Data: 17-feb-2022


  • Resumen Espectáculo
  • Construções costeiras afetam a biodiversidade marinha aumentando a disponibilidade de substrato consolidado, a concentração de poluentes, além de alterar o hidrodinamismo local. Essas condições acabam por restringir as espécies que conseguem recrutar e sobreviver, o que faz com que marinas e portos suportem uma comunidade distinta daquelas de substratos naturais próximos, apresentando uma grande abundância de espécies não nativas (ENN). Tais populações de ENN liberam propágulos reprodutivos que podem então afetar a dinâmica dos habitas naturais nas proximidades, mas a maior circulação, maior pressão de predação e menor concentração de poluentes em habitats naturais podem representar um mecanismo de resistência à expansão de ENN a partir dos habitats artificiais. Parte dessas diferenças podem ser os resultados da distância do substrato, já que comunidades crescendo em substratos artificiais estão normalmente suspensas e distantes do substrato inconsolidado, não representando o que acontece em costões rochosos, onde as taxas de sedimentação e a pressão de predação por organismos bentônicos como caranguejos e gastrópodes devem ser maiores. Desta forma, neste projeto eu analisei a diferença entre as comunidades incrustantes que se desenvolvem em placas próximas ao substrato inconsolidado e na coluna d’água em dois habitas naturais, para verificar se a posição onde a comunidade se desenvolve (coluna d’água vs. próximo ao substrato) influenciam a estrutura da comunidade. Ainda, analisei como a proximidade a construções costeiras afeta a estrutura e composição das comunidades incrustantes. Para tal, instalamos placas de PVC como substrato para comunidades em duas marinas e em dois costões rochosos do canal de São Sebastião - SP. Em cada local, as amostras foram divididas em três tratamentos: comunidades protegidas contra a predação com uma gaiola plástica; controle de manipulação com uma cerca; e comunidades expostas à predação. Após 18 meses as placas foram fotografadas, e a riqueza total, de espécies nativas e exóticas, e a cobertura de espécies nativas e exóticas foram estimadas. A partir destes dados analisamos como a predação, a proximidade a construções ou a posição na coluna d’água afetaram a estrutura das comunidades. De forma geral, a maioria das métricas foi influenciada por fatores locais, porém, as comunidades que se desenvolveram na coluna d’água foram diferentes das comunidades que se desenvolveram próximas ao substrato inconsolidado, com maior cobertura do briozoário exótico Schizoporella errata na coluna d’água e maior cobertura pelo briozoário nativo Amathia brasiliensis, da esponja nativa Mycale angulosa, e do briozoário criptogênico Hipopodina feegensis, próximo no substrato inconsolidado. Por outro lado, os ambientes artificiais apresentaram maior riqueza de espécies total, resultado da maior riqueza de espécies exóticas. Independente da proximidade a construções costeiras, a predação determinou a estrutura das comunidades, em alguns locais reduzindo a diversidade de espécies nativas e favorecendo comunidades dominadas por organismos com defesas estruturais. Enquanto meu trabalho reforça a importância da predação independente da proximidade a construções costeiras, a maior riqueza de organismos exóticos nos ambientes artificiais é um reflexo da homogeneização da biota nessas regiões, possivelmente da maior predação sobre espécies nativas e por isso representa um risco em potencial para os ambientes naturais próximos.

2
  • ISADORA DROVANDI RODRIGUES
  • Como a luz artificial noturna afeta comunidades incrustantes e a dinâmica de predação em ambientes costeiros antropizados?

  • Líder : GUSTAVO MUNIZ DIAS
  • Data: 16-may-2022


  • Resumen Espectáculo
  • Os benefícios da luz artificial foram percebidos imediatamente, porém seus possíveis prejuízos só começaram a ser discutidos mais de 100 anos depois de sua criação. Os efeitos dessa luz artificial noturna (LAN) sobre as comunidades terrestres já são bem conhecidos e consolidados, porém no ambiente marinho ainda há muito a se conhecer, principalmente com a expansão das construções nas zonas costeiras com a ampla utilização dessas luzes e um efeito mais amplo e difuso que em terra. Com isso, realizamos seis experimentos de maneira a caracterizar a luminosidade artificial na costa e seus efeitos sobre comunidades incrustantes de infralitoral, mais especificamente no recrutamento, na comunidade já consolidada, no desenvolvimento e predação sobre as comunidades incrustantes; e sobre a comunidade de predadores. Na caracterização da luminosidade artificial foi identificado que a LAN atinge muito além do local de instalação nas cinco cidades do Estado de São Paulo avaliadas, inclusive com aumento do brilho do céu noturno. A luz artificial causou uma diminuição no recrutamento de alguns grupos como ascídias da família Didemnidae e alguns hidrozoários, favoreceu o aumento da cobertura de algumas espécies de esponjas nas regiões mais rasas das comunidades já estabelecidas nas plataformas das marinas e minimizou as diferenças das comunidades incrustante ao longo do gradiente de profundidade. Durante o desenvolvimento da comunidade, a LAN favoreceu o aumento da cobertura dos briozoários Savignyella lafontti, Crisia sp. e da ascídia Botrylloides niger e diminui a cobertura dos briozoários Schizoporella errata, Hipopodina sp. e da ascídia Didemnum perlucidum, alterando a estrutura da comunidade, mas não alterou a ocorrência das espécies presentes. A LAN também não interferiu na intensidade de predação, talvez devido a forte predação generalizada da região ou na composição de espécies de predadores. Assim, a LAN apresentou efeito sobre importantes processos, como o recrutamento e a abundância de algumas espécies, os quais irão afetar a estrutura da comunidade incrustante na região subtropical do hemisfério sul, corroborando os efeitos já demonstrado para regiões de clima temperado, e demonstrando a necessidade de planos de manejo para minimizar o efeito da luz artificial noturna sobre os ecossistemas costeiros.

3
  • JÚLIA PERES RAMALHO
  • INTERAÇÕES ECOLÓGICAS EM COMUNIDADES DE ESPONJAS MARINHAS NO LITORAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

  • Data: 09-ago-2022


  • Resumen Espectáculo
  • Interações ecológicas contribuem para a resiliência e a biodiversidade de ecossistemas. As atividades que os organismos exercem dentro de uma comunidade, desde o início de sua formação até as interações que as mantem, como a disponibilidades de nutrientes e a predação, resultam em diferentes composições de comunidades. As esponjas marinhas (Filo Porifera), animais filtradores e sésseis, são organismos descritos como fonte de alimento, refúgio e habitat para outras espécies marinhas. A diversidade deesponjas em algumas comunidades é é estruturada através da predação (top-down) enquanto em outras a diversidade se mantém através da disponibilidade de nutrientes (bottom-up). Outro ponto importante a se considerar quando falamos de estrutura de comunidades, é o efeito de prioridade, ou seja, os primeiros colonizadores da comunidade podem vir a alterar o ambiente e a colonização subsequente, resultando em comunidades divergentes em função de quem chega primeiro no local. Para testar como a colonização inicial e a predação afetam a estrutura da comunidade, utilizamos três espécies de esponjas marinhas, duas quimicamente defendidas (Aplysina fulva e Amphimedon viridis) e uma sem defesa química (Mycale angulosa). Sessenta placas de PVC foram dispostas em campo fixadas verticalmente em estruturas de PVC e dispostas no assoalho oceânico próximo ao costão sul da Praia do segredo, onde as esponjas são componentes comuns da comunidade. Essas placas foram divididas em 3 grupos, sendo cada grupo colonizado inicialmente por uma das três espécies de esponja. Dentre as 20 placas de PVC de cada espécie,metade foram mantidas sem qualquer proteção contra predação, enquanto na metade restante as placas foram protegidas por uma gaiola. Dessa forma foi possível avaliar dois fatores: (1) como a predação afeta o crescimento de cada espécie de esponja, e (2) a diversidade da comunidade fundada por diferentes espécie de esponjas. A predação não afetou o crescimento de nenhuma das três espécies de esponja sugerindo que esse fator não é determinante na ocorrências das três espécies (p>0,05). De forma semelhante, a estrutura da comunidade não foi afetada pela predação, sendo apenas determinada pela espécie de esponja colonizadoraa (p<0,05),. Verificamos que as comunidades das três espécies de esponjas investigadas aqui não foram controladas pela predação. Além disso, a espécie de esponja fundadora foi a principal responsável pela comunidade adjacente.

4
  • FELIPE NASCIMENTO TAVARES
  • A influência da antropização sobre a diversidade funcional de espécies lenhosas da Mata Atlântica do sudeste brasileiro

  • Líder : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
  • Data: 02-sep-2022


  • Resumen Espectáculo
  • O processo de antropização causa impactos no meio ambiente e os negativos são os mais discutidos dado o efeito, entre outros, da perda de diversidade. Em tratando-se de diversidade, vários conceitos existem e o de diversidade funcional vem ganhando espaço nas discussões, justamente pelo potencial de prover uma melhor compreensão do funcionamento de uma comunidade. Definiu-se como atributos funcionais como descrito por Violle et al (2007), foram utilizados os dados disponibilizados pelo NeoTropTree e pelo MapBiomas gerar os dados sobre diversidade funcional de árvores, com 3210 espécies e 543 pontos de ocorrência, considerando-se buffers de 5km, e o uso e cobertura do solo ambos na região da Mata Atlântica do sudeste brasileiro, e valeu-se da técnica de análise de GLM para estimar quais os atributos funcionais são favorecidos de acordo com cada classe de uso e cobertura do solo, nossa hipótese é de que quanto mais intenso for o uso do solo menor será a diversidade de atributos funcionais.

5
  • JÚLIO HENRIQUE GARCIA DA SILVA
  • Afinal, ascídias são palatáveis ou não? Revisão sistemática sobre o efeito da predação sobre ascídias

     

  • Líder : GUSTAVO MUNIZ DIAS
  • Data: 08-sep-2022


  • Resumen Espectáculo
  • A predação é um tipo de interação que molda as populações e comunidades de seres vivos. Nos ambientes marinhos, os diversos predadores controlam as populações de organismos sésseis, de forma a afetar a sua abundância, dominância e até mesmo diversidade, todavia, as presas possuem diversas estratégias para minimizarem os efeitos da predação, e assim sobreviverem. As ascídias (Filo Chordata, Classe Ascidiacea) são exemplos de animais que adotaram muitas estratégias para sobreviver à predação e dominar as comunidades onde estão inseridas. Nessas quase 3000 espécies descritas até hoje, existem defesas químicas, físicas, ou mesmo a adoção da colonialidade como forma de escapar da predação de forma temporal ou espacial. Diversos estudos buscaram evidenciar a impalatabilidade das ascídias, principalmente através de defesas químicas em experimentos de palatabilidade feitos com iscas ou pedaços de animais, contudo, experimentos de exclusão de predação feitos em campo mostram, que quando expostas a predação, as ascídias são quase totalmente predadas por muitos tipos de predadores. Baseados nesses resultados tão contrastantes, realizamos uma Meta-análise utilizando as bases de dados Web of Science e Scopus, a fim de compreender melhor e identificar os fatores que regulam o funcionamento dos sistemas de defesa anti-predação em ascídias. Nossos resultados sugerem que a eficácia das defesas de ascídias depende do tipo de experimento realizado, da identidade dos predadores e do local onde o experimento foi conduzido, mas é pouco influenciada pela socialidade. Poucas espécies possuem estratégias eficazes contra predadores, e seu sucesso depende dos tipos de predadores. O local de realização do trabalho e o tipo de experimento influenciaram bastante a eficácia da defesa de ascídias, de forma que os trabalhos que utilizaram animais in natura e em campo evidenciaram com mais frequência as defesas de ascídias do que aqueles feitos com extratos químicos em condições controladas de laboratório, ou os trabalhos de predação na comunidade feitos em campo. Faltam trabalhos feitos em campo e que avaliem a predação das ascídias nas comunidades de substrato natural ou mesmo artificial.

Tesis
1
  • DIEGO DE ALMEIDA DA SILVA
  • O papel da ecomorfologia na diversificação e relações filogenéticas de Ceratophryoidea

  • Líder : VANESSA KRUTH VERDADE
  • Data: 21-jul-2022


  • Resumen Espectáculo
  • A morfologia de estruturas tridimensionais de caráter complexo, como o crânio, pode ser mediada pela interação entre desenvolvimento e função dos subconjuntos que as compõem. Trata-se de uma importante consequência de efeitos genéticos que atuam sobre a variação fenotípica, sendo responsáveis por maior ou menor integração entre conjuntos específicos de ossos. Dentro dos conjuntos formados, o fenótipo tende a ser mais correlacionado do que quando comparado a ossos de conjuntos diferentes. Conhecido como modularidade morfológica, esse conceito pode agir como limitante para a evolução da forma da estrutura, implicando em tendências evolutivas para os organismos como um todo. Tais tendências e limitações evolutivas podem ter papel central na diversificação de grupos taxonômicos que apresentam ciclos de vida complexos e ecomorfologia marcante. Esse é o caso de Cycloramphidae, família de anfíbios anuros notória pelo variado grau de independência do ambiente aquático para reprodução e desenvolvimento larval. Além disso, a variação morfológica em adultos é coerente em relação a ocupação de ambientes, com hábitos que vão de saxícolas a semifossoriais. A posição filogenética da família também chama a atenção a respeito da diversidade ecomorfológica. Cycloramphidae vem sendo recuperada em Neoaustrorana, com famílias em que ocorre hábito torrencial (e.g. Hylodidae), terrestre (e.g. Batrachylidae) e endotrofia larval (e.g. Alsodidae); Neoaustrorana, por sua vez, vem sendo recuperado juntamente com famílias em que ocorre hábito aquático (e.g. Telmatobiidae), neomelia (e.g. Rhinodermatidae) e carnivoria larval (e.g. Ceratophryidae),  em um clado recentemente denominado Ceratophryoidea. Este trabalho teve por objetivo discutir a evolução da forma e da modularidade em crânios de Cycloramphidae frente à diversidade ecomorfológica encontrada em Ceratophryoidea. Em razão da baixa representatividade taxonômica do clado em filogenias de Anura, foi necessário primeiramente elaborar uma filogenia (bayesiana com base em evidência total, 226 caracteres morfológicos e 6696 pares de bases contemplando genes mitocondriais e nucleares). A partir desse contexto, explorei a integração morfológica, o filomorfoespaço das famílias envolvidas e a disparidade dos grupos ecomorfológicos que as formam, tendo em conta conjuntamente o hábito em fase adulta e larval.

2
  • GABRIEL MACEDO ELEODORO
  • A EVOLUÇÃO DE SINAIS SOCIAIS DE FÊMEAS E MACHOS E DO DIMORFISMO SEXUAL EM THAMNOPHILIDAE (AVES: PASSERIFORMES): Padrões e processos

  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 15-ago-2022


  • Resumen Espectáculo
  • A seleção social, atuando tanto pela competição por recursos sexuais (e.g., parceiros/as sexuais) como por recursos não-sexuais (e.g., territórios), pode promover a evolução de sinais sociais e a especiação. Tradicionalmente, estudos focaram em sinais sociais de machos para investigar a evolução do dimorfismo sexual e a especiação sob a premissa de que sinais sociais de fêmeas não eram funcionais ou eram menos desenvolvidos do que nos machos. No entanto, fêmeas de diversas espécies também apresentam sinais sociais funcionais, mas a relação dos sinais sociais de fêmeas com a evolução do dimorfismo sexual e a especiação é pouco estudada. Abordei essa lacuna de conhecimento usando como modelo os papa-formigas (Aves: Thamnophilidae), um grupo no qual, em muitas espécies, ambos os sexos usam sinais sociais acústicos e visuais – exibições de cantos e plumagem – na competição social. Espécies de papa-formigas variam desde sexualmente monomórficas até altamente dimórficas nos cantos e coloração da plumagem, tornando papa-formigas um excelente sistema para investigar a evolução de sinais sociais de fêmeas e machos e do dimorfismo sexual. Esta tese foi dividida em três capítulos. No capítulo 1, realizei experimentos em campo simulando invasões territoriais para testar a hipótese de que a ornamentação da plumagem de papa-formigas está positivamente correlacionada com a intensidade das respostas territoriais agressivas de fêmeas e machos. Corroborei esta hipótese apenas para fêmeas, o que sugere que a ornamentação da plumagem media a competição social por territórios e, possivelmente, por parceiros sexuais nas fêmeas. Já nos machos, a ornamentação da plumagem provavelmente não está associada à competição territorial, podendo evoluir por outros fatores como, por exemplo, escolha das fêmeas. No capítulo 2, investiguei a associação do dimorfismo sexual com a sazonalidade climática, fator que pode restringir a disponibilidade de recursos e intensificar a competição social. Observei que espécies com menor dimorfismo sexual e maior elaboração de sinais sociais em fêmeas e machos estão associadas à maior sazonalidade climática, o que indica que ambientes onde a competição social é mais intensa podem favorecer a evolução de sinais sociais em ambos os sexos. No capítulo 3, testei e corroborei a hipótese de que as taxas de evolução de sinais acústicos e visuais de ambos os sexos e do dimorfismo sexual estão correlacionadas com as taxas de especiação em papa-formigas, dando suporte a um papel da seleção social na especiação. Ao investigar processos que explicam a evolução de sinais sociais tanto em fêmeas quanto em machos, este trabalho mostra que sinais sociais de ambos os sexos são relevantes para compreender a evolução do dimorfismo sexual e o papel da seleção social na especiação.

2021
Disertaciones
1
  • MATHEUS PONTES NOGUEIRA
  • Conexões históricas entre a Amazônia e a Mata Atlântica: quais corredores de dispersão foram utilizados por serpentes do gênero Bothrops e anfíbios do gênero Leptodactylus na América do Sul?

  • Líder : RICARDO JANNINI SAWAYA
  • Data: 04-ago-2021


  • Resumen Espectáculo
  • Diversos processos biogeográficos foram propostos na literatura para tentar explicar o grande endemismo e riqueza de espécies da região Neotropical. O surgimento da diagonal de vegetações abertas da América do Sul composta pelo Cerrado, Caatinga e Chaco, que separou um grande bloco florestal nas atuais Mata Atlântica e Amazônia, pode ter sido um importante evento relacionado a processos biogeográficos na região. Apesar dessa separação, diversos corredores de dispersão através da diagonal foram propostos na literatura. Nosso trabalho teve como objetivo investigar qual destes corredores de dispersão deve ter sido o mais utilizado por dois clados de anfíbios e serpentes amplamente distribuídos na região Neotropical, o gênero de serpentes Bothrops e o gênero de anfíbios anuros Leptodactylus. Utilizamos filogenias datadas dos dois clados e reconstruímos as distribuições geográficas de seus ancestrais hipotéticos no pacote BioGeoBEARS do programa R. A partir dos modelos de reconstrução, observamos os processos de dispersão ao longo das filogenias destacando àqueles que sugerem a utilização de algum dos corredores de dispersão. Dos seis modelos implementados para cada grupo, os mais bem avaliados foram DECTS e DEC para Bothrops e Leptodactylus, respectivamente. As dispersões reconstruídas pelos modelos sugerem a utilização do corredor oeste, principalmente nas fatias de tempo mais antigas da filogenia de Bothrops. Para as fatias de tempo mais recentes e para o gênero Leptodactylus, a utilização do corredor oeste não foi evidente. Os resultados encontrados vão de encontro com a hipótese de que o Corredor Oeste é o mais antigo, conectando historicamente clados da Amazônia e Mata Atlântica. Mas divergências mais recentes para os grupos analisados, a partir de cerca de 10 milhões de anos, indicam que os três corredores, Oeste, Central e Leste, são igualmente importantes.

2
  • ÉVELYN NATHÁLIA DA SILVA CRUZ
  • As alterações climáticas recentes do Pleistoceno foram responsáveis pela extinção dos mastodontes na América do Sul?

  • Líder : RICARDO JANNINI SAWAYA
  • Data: 11-ago-2021


  • Resumen Espectáculo
  • O surgimento do istmo do Panamá permitiu dispersões  de biotas entre a América do Norte e a América do Sul, incluindo duas espécies de proboscídeos. Essas espécies se dispersaram a partir da América do Norte e expandiram suas distribuições geográficas pelo continente sul-americano durante o Pleistoceno, entre  2,6 milhões de anos e 11,7 mil anos antes do presente. Cuvieronius hyodon deve ter utilizado a região andina como rota de dispersão, enquanto Notiomastodon platensis provavelmente se expandiu pelo Crato Amazônico. Ambas as espécies foram extintas há cerca de nove mil anos e duas hipóteses são propostas para explicar essas extinções: a caça pelas primeiras populações humanas da América do Sul, e a variação climática dos últimos milhares de anos. Testamos a hipótese das mudanças climáticas dos últimos 120.000 anos como o fator mais importante relacionado à extinção dos gonfotérios na América do Sul. Também exploramos as possíveis rotas de dispersão dessas espécies na América do Sul. Nossas inferências foram baseadas em modelos paleoclimáticos do Último Interglacial (120 mil anos antes do presente - AAP), do Último Máximo Glacial (21.000 AAP) e do Holoceno médio (8.000 AAP). Mapeamos os registros de distribuição geográfica disponíveis na literatura científica e em bases de dados abertas. Em seguida, identificamos áreas climaticamente adequadas para ambas as espécies na América do Sul por meio de consensos de projeções de modelos de distribuição geográfica, nos três períodos de modelos paleoclimáticos. Quatro variáveis bioclimáticas relacionadas às distribuições geográficas de espécies viventes de elefantes foram utilizadas como preditores nos modelos de distribuição de espécies: Bio2 - Amplitude média mensal de temperatura; Bio 6 - Temperatura mínima do mês mais frio; Bio7 - Amplitude anual de temperatura; e Bio19 - Precipitação do trimestre mais frio. Embora ambas as espécies provavelmente estivessem extintas antes do Holoceno médio, extensas áreas de distribuição geográfica potencial foram identificadas como adequadas pelos modelos. Assim, rejeitamos a hipótese de que as mudanças climáticas recentes do Pleistoceno seriam um dos principais fatores responsáveis pela extinção das duas espécies de mastodontes-gonfotérios na América do Sul.

3
  • TAINÁ CONSTÂNCIA DE FRANÇA PINTO
  • DINOSSAUROS DA RAVINA BOCA DE FORNO (FORMAÇÃO ITAPECURU, CRETÁCEO, BACIA DO PARNAÍBA), NORTE DO MARANHÃO

  • Líder : FABIANA RODRIGUES COSTA NUNES
  • Data: 21-ago-2021


  • Resumen Espectáculo
  • O sítio fossilífero da Ravina Boca de Forno é um leito de canal que faz parte da drenagem do vale do Rio Itapecuru, no norte do Maranhão. Esse afloramento expõe as rochas do Cretáceo Inferior da Formação Itapecuru (Aptiano-Albiano). Ao longo do baixo curso do Rio Itapecuru emergem as sucessões continentais da porção norte da Bacia do Parnaíba. Os ambientes aventados pela deposição da Formação Itapecuru são: fluvial meandrante, lagos e depósitos deltaicos. Os registros de fauna têm corroborado as interpretações paleoambientais, como peixes de água doce Semionotiformes, tubarões Hybodontiformes e Coelacanthiformes, como o Mawsonia gigas, que indicam a presença de grandes corpos de água durante o Cretáceo Inferior no norte do Maranhão. A fauna continental tem sido registrada ao longo de afloramentos próximos ao Rio Itapecuru e, nesse sentido, o presente trabalho visa complementar esses registros, preenchendo eventuais lacunas espaciais entre esses afloramentos. A maioria dos vertebrados provenientes da Ravina Boca de Forno foi associada ao clado Dinosauria, que é representado por dois grupos principais: Sauropoda e Theropoda. Os grupos mais específicos identificados (i.e. Carcharodontosauridae, Spinosauridae, Maniraptora, Neosauropoda) são compatíveis aos registros espaciais e temporais da Formação Itapecuru, que são registrados também em outros afloramentos do Cretáceo Inferior no continente Africano. Alguns espécimes deste estudo demandaram uma abordagem mais detalhada (e.g. análise cladística e morfométrica) e serão publicadas em artigos à parte. Dessa forma, o resultado deste trabalho será apresentado em formato de artigo, subdividido em três capítulos diferentes.

4
  • CAROLINE DE LOURDES SOUZA OLIVEIRA
  • EFEITOS INDIRETOS ENTRE ESPÉCIES DE PLANTAS COM NECTÁRIOS EXTRAFLORAIS MEDIADOS POR FORMIGAS PROTETORAS NA AMAZÔNIA CENTRAL

  • Líder : ANSELMO NOGUEIRA
  • Data: 03-dic-2021


  • Resumen Espectáculo
  • Espécies de plantas com nectários extraflorais (NEFs) compartilham formigas protetoras. Por consequência, esse compartilhamento de formigas entre as plantas, aumenta a probabilidade que as plantas potencialmente influenciem indiretamente a visitação das formigas umas das outras e, consequentemente, o serviço de proteção prestado pelas formigas. Apesar disso, até onde sabemos, nenhum estudo avaliou os efeitos indiretos mediados por formigas protetoras em plantas com NEFs e as consequências disso para a herbivoria dessas plantas. Neste estudo, em 28 parcelas, nós avaliamos se 21 espécies de Bignoniaceae da Amazônia Central brasileira, as quais diferem entre si em relação aos atributos dos nectários extraflorais, têm o potencial de influenciar umas às outras via formigas compartilhadas, as quais foram classificadas entre dominantes e subordinadas. Nós encontramos que espécies de plantas que possuem maior número de nós ativos foram aquelas que possuem maior potencial de influenciar a visitação de formigas dominantes e subordinadas em espécies menos atrativas. Os padrões de herbivoria foram semelhantes entre espécies que promovem os efeitos indiretos (espécies influenciadoras) e espécies que recebem os efeitos indiretos (espécies alvo), indicando um efeito indireto neutro, onde não há um custo aparente no compartilhamento de formigas. Ao avaliarmos como os efeitos indiretos ocorrem na escala da parcela, nós encontramos que plantas influenciadoras, plantas vizinhas das influenciadoras e plantas não-vizinhas das influenciadoras têm a mesma probabilidade de ocorrência de interação tanto com formigas dominantes, quanto com formigas subordinadas. A herbivoria média por planta também foi semelhante em plantas influenciadoras, vizinhas e não-vizinhas. O potencial de propagação de efeitos indiretos entre espécies plantas é reduzido nas interações entre plantas e formigas mediados pelos nectários, com somente algumas espécies de plantas podendo de fato impactar outras espécies, a depender da escala que olhamos. Embora as espécies influenciadoras sejam aquelas mais atrativas, o impacto delas nas demais plantas em uma escala mais local aparenta ser mais difuso, e deve ocorrer entre apenas alguns pares de espécies.

5
  • RICARDO CEZAR RAMOS NICOLAU
  • Resposta da comunidade de cupins (Blattodea: Isoptera) ao tempo de regeneração das áreas de Cerrado em Itirapina, São Paulo

  • Líder : TIAGO FERNANDES CARRIJO
  • Data: 03-dic-2021


  • Resumen Espectáculo
  • O presente trabalho visa utilizar cupins (Insecta: Blattodea) para entender como se dá a recuperação do Cerrado nas áreas de plantação e nas previamente utilizadas para plantio de Pinus e deixadas para regenerar após o corte. Cupins foram amostrados em 15 áreas, três delas de cerrado e as outras 12 que foram utilizadas para plantações de Pinus, sendo cinco íntegras, e as outras com diferentes datas de corte, de modo a abranger três áreas com cortes mais antigos (7 a 9 anos) e outras quatro com cortes mais recentes (1 a 2 anos). Em cada área foram amostradas 10 parcelas de 5 m² (2,0 m x 2,5 m), distribuídas em dois transectos contendo cinco parcelas distantes pelo menos 10 metros uma da outra. Cada parcela foi examinada por um coletor durante 30 minutos. Foram realizadas análises de diversidade alfa e beta (comparando riqueza, abundância e composição), proporção de grupos alimentares, além de calcular o IndVal das espécies. Nossa previsão era que a diversidade de cupins seria maior nas áreas preservadas de cerrado, seguidas pelas áreas em que o corte de Pinus ocorreu a mais tempo, em sequência nas plantações de Pinus e por fim nas áreas cortadas recentemente, sendo esta corroborada pelos resultados. Cupins humívoros foram os mais diversos e abundantes nas áreas de cerrado e bem menos diversos em áreas afetadas com perturbação humana recente (1 a 2 anos) deixadas para regeneração. Já nas plantações e áreas com maior tempo de regeneração (7 a 9 anos) a abundância e diversidade desse grupo e dos intermediários foi moderadamente diminuída. Nas áreas degradadas esses grupos deram lugar aos xilófagos, que forampouco diversos, porém muitoabundantes. Variáveis ambientais, como solo e distância mínima de área preservada, não explicaram a variação da distribuição por classes de tempo. Esse trabalho conclui que, a dinâmica de regeneração em áreas de cerrado após corte de Pinus, ocorre de modo que os xilófagos pouco diversos e generalistas são gradualmente substituídos por humívoros e intermediários, que são mais diversos nas áreas com mais tempo de regeneração. Logo a comunidade tende a se reestruturar de modo semelhante ao cerrado original.

6
  • OTAVIO CESAR MARCHETTI
  • A construção de refúgios artificiais em marinas pode diminuir os impactos das construções costeiras sobre a comunidade bentônica?

  • Líder : GUSTAVO MUNIZ DIAS
  • Data: 13-dic-2021


  • Resumen Espectáculo
  • A recente urbanização da zona costeira altera as condições e disponibilidade de recursos para as comunidades bentônicas. Construções costeiras como píeres, marinas e portos, promovem a fragmentação e perda dos habitats naturais, substituindo habitats complexos, por habitats homogêneos de pior qualidade. Essas alterações, associadas à baixa circulação de água, alteram a dinâmica das comunidades bentônicas, reduzindo refúgios contra a predação e podendo alterar a identidade das espécies que dominam a comunidade e, consequentemente, a disponibilidade de propágulos reprodutivos no plâncton, podendo alterar a dinâmica das comunidades nas proximidades. O objetivo desse trabalho é discutir os impactos da criação de refúgios artificiais em construções costeiras. Para isso, utilizei substratos simples e complexos acoplados a placas de recrutamento para o desenvolvimento da comunidade séssil, que foram sujeitas a dois tratamentos de predação, em uma marina do sudeste brasileiro. Avaliei como a complexidade do habitat afetou a abundância de cada grupo taxonômico, estimada pelo peso fresco e pelo número de indivíduos após 8 e 18 meses de desenvolvimento da comunidade e ainda como as comunidades de substratos simples e complexos diferem quanto ao número e identidade das larvas produzidas. Nas placas de recrutamento associadas a cada substrato, quantifiquei a cobertura das espécies para identificar se a eventual diferença no pool larval nas proximidades influencia no recrutamento de uma área adjacente quando a comunidade se desenvolve exposta ou protegida contra predadores. Substratos complexos apresentaram maior abundância de ascídias e bivalves, enquanto substratos simples foram dominados por cracas e organismos coloniais como briozoários incrustantes. Essa diferença afetou o pool larval produzido por essas comunidades, sendo essa alteração, reflexo dos organismos dominantes na comunidade. Entretanto, essa diferença de produção larval não foi suficiente para alterar a estrutura da comunidade no entorno desses substratos. As comunidades adjacentes foram determinadas pelo regime de predação, uma vez que predadores removem as espécies susceptíveis. Meus resultados indicam que as comunidades de ambientes antropizados estão sob a influência de um intenso controle descendente, onde a predação é capaz de suprimir eventuais diferenças no recrutamento, reduzindo os efeitos promovidos pela manipulação do substrato. Entretanto, meus resultados indicam também que a homogeneização de substratos pode selecionar poucos atributos funcionais, com destaque para a colonialidade e defesas estruturais como estratégia de escape de predação. 

7
  • LETÍCIA SANFILIPPO ROJAS
  • INVESTIGAÇÃO DE ATIVIDADE BIOLÓGICA PRODUZIDA POR BACTÉRIAS ISOLADAS DE ESPONJAS MARINHAS DO LITORAL DE SÃO PAULO.

  • Data: 15-dic-2021


  • Resumen Espectáculo
  • Esponjas marinhas são animais invertebrados que possuem ampla distribuição e, por conseguinte, ocupam diversas regiões oceânicas. Atualmente, estes também são considerados holobiontes e, portanto, diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas com foco na complexidade do hospedeiro, dos simbiontes e de suas relações entre si. Além disso, estudos dependente e independente de cultivo têm possibilitado o acesso aos genes dos simbiontes e as putativas funções que estes desempenham para as esponjas hospedeiras. Assim, o presente projeto reúne e discute os resultados acerca da representatividade e a diversidade bacteriana, isolada das esponjas Aplysina fulva e Aplysina caissara, coletadas no litoral do Estado de São Paulo, sendo a última espécie, endêmica; apresenta os isolados que amplificaram os genes de interesse Policetídeos sintases tipos I e II (PKS I e PKS II) e Peptídeos não ribossomais sintetases (NRPS), conhecidos por estarem envolvidos na produção de metabólitos secundários, bem como evidencia a atividade biológica e citotóxica dos isolados, denotando assim, a promissora investigação de compostos naturais de interesse biotecnológico.

Tesis
1
  • ERIC YUKIHIRO NISHIYAMA
  • Sifonóforos (Cnidaria, Medusozoa, Hydrozoa) do mundo

  • Líder : OTTO MULLER PATRAO DE OLIVEIRA
  • Data: 03-mar-2021


  • Resumen Espectáculo
  • Os sifonóforos são um grupo de hidrozoários (Cnidaria: Medusozoa) de grande importância no ambiente pelagial marinho, por serem potencialmente um dos principais consumidores do zooplâncton presente nessas áreas. Apesar disso, estudos sobre a sistemática desses organismos são escassos na literatura. A maioria dos estudos realizados em todo o mundo limita-se a levantamentos faunísticos, e pouco se sabe sobre as relações filogenéticas entre os táxons superiores do grupo (e.g. famílias e gêneros). Neste contexto, o presente projeto visa preencher uma porção significativa dessa lacuna, através da redescrição taxonômica dos sifonóforos com base no estudo da filogenia morfológica. Isto será feito por meio de um minucioso estudo morfológico de espécimes obtidos em campanhas oceanográficas realizadas ao longo das costas Atlântica e Pacífica da América do Sul, além de material emprestado de museus e coleções particulares de pesquisadores de diversas partes do mundo.

2
  • ANDRÉ LUIZ PARDAL SOUZA
  • Estrutura de populações e comunidades de costões rochosos: o papel de fatores naturais e antrópicos em diferentes escalas espaciais.

  • Data: 11-ago-2021


  • Resumen Espectáculo
  • Compreender os padrões de diversidade, abundância e composição das espécies e identificar os processos que os causam são os principais objetivos da ecologia de comunidades. Progresso nessa temática elucidou a importância da (i) heterogeneidade abiótica, (ii) interações entre espécies e (iii) o suprimento de subsídios ecológicos como fatores/mecanismos centrais. Atualmente é amplamente aceito que a estrutura e o funcionamento das comunidades são afetados por mecanismos dessas três 'classes' e, principalmente, por suas interações no espaço e no tempo. Apesar dos avanços na nossa compreensão em regulação de comunidades, ainda existem lacunas na integração de padrões e processos ecológicos em diferentes escalas espaciais. Frente a um mundo em rápida mudança, compreender como a biodiversidade responde ao contexto ambiental de escalas locais para globais é uma prioridade de pesquisa. Aqui, defendo a tese de que fatores ambientais de diferentes escalas espaciais afetam populações/comunidades e mediam as interações entre predadores e presas. Meu primeiro objetivo foi investigar como fatores ambientais (abióticos, bióticos e antrópicos) de diferentes escalas espaciais afetam populações e comunidades ecológicas (Capítulos 2-4). Para tanto, realizei amostragens observacionais em dezenas de locais ao longo da costa sudeste do Brasil (Atlântico Sudoeste) usando organismos do entremarés rochosos como modelo. As populações e comunidades estudadas variaram mais nas menores escalas espaciais avaliadas (i.e., entre quadrados e entre locais). Essas populações e comunidades foram afetadas pelos fatores ambientais investigados. Por exemplo, o aumento da exposição às ondas afetou positivamente a abundância de várias espécies. O tamanho corpóreo de diversas espécies foi negativamente relacionado à temperatura da superfície do mar (SST). A composição das comunidades também foi afetada pela exposição às ondas e SST. Tais resultados confirmam a importância de fatores abióticos de diversas escalas espaciais afetando a estrutura de populações e comunidades do entremarés rochoso. Meu segundo objetivo foi avaliar como a interação entre predadores e presas é alterada por fatores ambientais em diferentes escalas espaciais (Capítulos 5 e 6). Experimentos manipulativos realizados em campo na costa sudeste brasileira revelaram que a interação trófica entre um gastrópode predador e uma craca foi mediada localmente pelo efeito interativo da exposição às ondas e densidade da presa. Esta pesquisa confirma que o distúrbio ambiental pode diminuir a importância da predação, mas a magnitude dos efeitos é densidade-dependente. Gradientes de larga escala espacial (SST e concentração de clorofila-a), por outro lado, parecem desempenhar um papel secundário nessa interação predador-presa (Capítulos 5). Por fim, investiguei o efeito da contaminação química por cobre na interação entre um gastrópode predador e uma de suas presas do entremarés rochoso temperado (costa oeste da Grã-Bretanha). Na ausência de predadores, a contaminação aumentou a mortalidade das cracas. O consumo de presas foi reduzido nos tratamentos expostos ao cobre, porém sem efeitos na força de interação. Apesar de não afetar a força de interação, esses resultados sugerem uma diminuição no fluxo de energia na cadeia trófica que pode levar a mudanças importantes na estrutura da comunidade e no funcionamento do ecossistema (Capítulo 6). Nesta tese eu forneço um extenso banco de dados sobre biodiversidade e relações com o contexto ambiental em múltiplas escalas espaciais. As análises e interpretações melhoram nosso entendimento sobre as interações entre a variabilidade ambiental e a estrutura e dinâmica das populações e comunidades. Além disso, meus resultados apontam para futuras direções de pesquisa que irão avançar nosso entendimento local, abordando, ao mesmo tempo, questões atuais em fóruns internacionais.

3
  • GABRIELA SCHMAEDECKE
  • DIVERSIDADE GENÉTICA DE QUEIXADAS (Tayassu pecari) EM DIFERENTES PAISAGENS DA MATA ATLÂNTICA, PANTANAL E CERRADO

  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 15-dic-2021


  • Resumen Espectáculo
  • As atividades antrópicas causam a perda e fragmentação de habitat, reduzindo o tamanho e isolando populações de diversas espécies. Populações pequenas e isoladas sofrem com o aumento do efeito da deriva genética e da endogamia e, consequentemente, com a perda de diversidade genética e da capacidade adaptativa, aumentando os riscos de extinção. No entanto, tais problemas são minimizados quando o tamanho populacional efetivo é elevado e a conectividade entre as populações é mantida favorecendo a ocorrência de fluxo gênico entre elas. Dessa forma mantém-se a variabilidade genética das populações e sua sobrevivência em longo prazo. A manutenção de tamanhos populacionais viáveis e de fluxo gênico entre as populações depende da composição e configuração da paisagem onde essas populações estão inseridas. Neste sentido, o objetivo desse trabalho foi estudar não somente o status populacional genético da queixada (Tayassu pecari), como também a relação entre as variáveis genéticas das populações estudadas e as características das paisagens habitadas por essas populações. Com relação à avaliação populacional genética de queixadas, foi encontrado alto grau de diferenciação genética entre três populações da Mata Atlântica, contrastando com as altas taxas de migração históricas, estimadas usando um método de coalescência. Detectou-se baixa diversidade genética atual e tamanhos populacionais efetivos baixos em comparação com os estimados no passado para essas três populações, o que foi consistente com as evidências de gargalos populacionais recentes e endogamia. Além disso, as populações estudadas estão perdendo diversidade genética em comparação com a população de uma área mais bem preservada do Pantanal. As análises de genética da paisagem, para populações da Mata Atlântica, Pantanal e Cerrado, revelaram que o tamanho populacional efetivo foi menor em áreas com alta densidade de estradas pavimentadas. O isolamento das populações, medido pelo número de alelos privados, foi maior em áreas com baixa densidade hidrográfica e alta densidade populacional humana. Além disso, maiores coeficiente de endogamia foram associados com expansão da agricultura. Assim, estradas pavimentadas, presença humana e agricultura são impactos antrópicos que comprometem a viabilidade genética das populações de queixadas em longo prazo, aumentando as probabilidades de extinção. Dessa forma, ações de mitigação para minimizar o efeito de estruturas e atividades humanas sobre as populações de queixadas são extremamente necessárias para garantir a viabilidade da espécie.

2020
Disertaciones
1
  • EDISON DE FREITAS COSSIGNANI FERREIRA DOS SANTOS
  • DIVERSIDADE BETA DOS PEIXES DE ÁGUA DOCE: PADRÕES E PROCESSOS NAS BACIAS COSTEIRAS DA MATA ATLÂNTICA.

  • Data: 13-ago-2020


  • Resumen Espectáculo
  • Diversos fatores promovem diferenças nos padrões de distribuição e na composição de espécies de um determinado local. Fenômenos ocorridos no tempo geológico, como mudanças no nível do mar, podem ter resultado em isolamento populacional, reduzindo o fluxo gênico das populações resultando eventos de especiação e diversificação da ictiofauna, bem em processos de extinção. Da mesma forma, fatores ambientais exercem grande influência em comunidades de peixes de água doce. Nos últimos anos, esforços têm sido feitos para aumentar o conhecimento sobre a ictiofauna de água doce da Mata Atlântica, o que tem resultado na descrição de espécies e contribuído para a organização de um inventário mais completo sobre o bioma. Reunindo e organizando o conhecimento disperso sobre a presença e distribuição de espécies, a maioria realizado em escala local, foi construído o mais extenso banco de dados para os peixes estritamente de água doce da Mata Atlântica, resultando em informações para 484 espécies. Apesar do empenho de muitos cientistas, nenhum trabalho havia sido feito até então para avaliar os fatores que influenciam a diversidade beta destes organismos nas bacias costeiras da Mata Atlântica. Assim, a proposta deste trabalho foi mapear e identificar os processos que estão relacionados aos padrões de diversidade beta da ictiofauna das bacias costeiras da Mata Atlântica. Uma análise de agrupamentos foi aplicada para observar medidas de similaridade da ictiofauna entre as bacias agrupando-as por semelhança. A partir desses agrupamentos foram propostos e avaliados através de db-RDA quatro modelos, contendo variáveis potencialmente influentes que classificaram, por ordem de importância, os principais processos que explicam os padrões observados para essa ictiofauna. A diversidade beta dos peixes de água doce das bacias costeiras da Mata Atlântica se deve à substituição de espécies, havendo ínfima colaboração do aninhamento. Desta forma, foram encontrados três grandes grupos faunísticos, influenciados principalmente por fatores do clima atual. A influência da precipitação orográfica, causado pela presença de cadeias montanhosas próxima à costa, aliadas a uma alta taxa de precipitação, foi o fator que melhor explicou o padrão de distribuição da ictiofauna das bacias costeiras da Mata Atlântica na escala proposta.

2
  • LEONARDO MATHEUS SERVINO
  • Como varia o tamanho corporal de anfíbios anuros ao longo de gradientes na Mata Atlântica?

  • Líder : RICARDO JANNINI SAWAYA
  • Data: 19-ago-2020


  • Resumen Espectáculo
  • O tamanho corporal pode ser um atributo associado à necessidade de conservação de calor. Um padrão conhecido que associa tamanho à conservação de calor é a Regra de Bergmann, que sugere que vertebrados endotérmicos são maiores em maiores latitudes, onde as temperaturas são mais baixas. A menor relação entre superfície e volume corporal em indivíduos maiores propicia menor perda de calor. Em ectotérmicos, a baixa capacidade de gerar calor metabólico sugere que outras variáveis ambientais exerçam maior influência nesses animais. Nos anfíbios anuros, é possível que a água seja uma variável restritiva para alguns grupos. Tem sido proposto que esses animais sejam maiores em ambientes mais secos, padrão justificado pelo mecanismo de conservação de água. O mecanismo propõe que a menor relação entre superfície e volume corporal propicia menor perda de água para o ambiente. Este trabalho teve como objetivo avaliar se o tamanho corporal de anfíbios anuros da Mata Atlântica pode ser explicado pelos mecanismos de conservação de calor ou água. Selecionamos seis espécies de anuros de diferentes grupos filogenéticos e representativos na Mata Atlântica. Utilizamos variáveis climáticas que representam temperatura, precipitação e evapotranspiração (PET). O tamanho corporal foi estimado a partir de duas medidas: comprimento rostro-cloacal (CRC) e robustez. Nós realizamos correlações das dimensões corporais com a latitude para avaliar a variação geográfica de tamanho. Implementamos modelos de regressão linear das dimensões corporais com as variáveis climáticas selecionadas. O CRC foi associado à temperatura em três espécies, mas em apenas uma a associação foi negativa, e portanto, de acordo com a predição da hipótese de conservação de calor. Outras três espécies apresentaram CRC associado com a PET, mas somente em duas a associação está de acordo com as predições da hipótese da conservação de água. A robustez apareceu associada a alguma das variáveis estudadas apenas em uma espécie, em que a maior robustez ocorreu em locais com maior PET, de acordo com a hipótese da conservação de água. Os resultados indicam que não há um padrão geral de variação do tamanho corporal em anuros da Mata Atlântica em relação às variáveis ambientais testadas. Assim, as hipóteses de conservação de calor e de água não foram válidas para explicar a variação de tamanho corporal de todas as espécies analisadas. Isso pode ser explicado pelas demandas conflitantes entre regulação da temperatura corporal e balanço hídrico nesses animais, além da possível influência de outras características da história de vida dessas espécies. Mecanismos mais complexos, que incorporem essas características são necessários para melhor compreensão dos fatores que influenciam o tamanho corporal de anfíbios anuros.

3
  • MICHAELLA PEREIRA ANDRADE
  • Sobre a evolução da senciência em Metazoa: uma análise à luz da sistemática filogenética

  • Líder : CHARLES MORPHY DIAS DOS SANTOS
  • Data: 04-sep-2020


  • Resumen Espectáculo
  • A senciência animal é um fenômeno biológico que possibilita sensações e experiências subjetivas. Fundamentada sobre um arcabouço interdisciplinar, todo animal que possui alguma capacidade de sentir, reconhecer estímulos e ser afetado pelos mesmos de maneira negativa ou positiva, possui um potencial de ser senciente. Pesquisas nesta área têm focado especialmente em grupos de vertebrados e a possibilidade de animais distantes do gênero Homo possuírem senciência permanece prematura. Evidências contemporâneas apontam para algumas conservações filogenéticas de mecanismos responsáveis pelas reações à estímulos nocivos durante o decorrer da diversificação dos animais. Porém, alguns autores enfatizam que o fenômeno da senciência evoluiu pelo menos três vezes em diferentes linhagens. A partir desta perspectiva, este trabalho teve como objetivo realizar uma análise comparada de alguns atributos relativos à senciência sob a ótica da sistemática filogenética, utilizando caracteres moleculares, morfológicos e comportamentais, buscando assim testar uma hipótese de homologia. Nossos resultados indicam a presença de diversas características morfológicas e moleculares já no ancestral comum de Eumetazoa com uma maior diversificação em Bilateria e também Chordata, sendo que algumas dessas já estavam presentes antes do surgimento das células nervosas. Os dados comportamentais também são bastante distribuídos entre os táxons animais, indicando o surgimento das capacidades cognitivas em um tempo profundo. O surgimento dos sistemas sensoriais e nervosos parecem estar envolvidos com processos evolutivos de bricolagem, sugerindo que a mudança de uma vida sem percepção subjetiva para os primeiros passos da senciência possa ter sido alcançada por possíveis reorganizações de estruturas e mecanismos já previamente existentes, sendo então a senciência um carater distribuído de maneira gradual entre os táxons animais.

4
  • MOZART SÁVIO PIRES BAPTISTA
  • BARREIRAS AO FLUXO GÊNICO DE QUEIXADAS (Tayassu pecari) NO PANTANAL E PLANALTO DO ENTORNO

  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 02-dic-2020


  • Resumen Espectáculo
  • Esta dissertação, composta por dois capítulos, teve como objetivo principal compreender os padrões de isolamento genético de queixadas (Tayassu pecari) e os processos subjacentes. No primeiro capítulo, foram avaliados padrões de autocorrelação genética espacial. Foi observado que existe fraca estrutura genética em fina escala espacial relacionada ao comportamento social (estrutura sócio-genética), ao sistema de acasalamento promíscuo e à dispersão realizada por ambos os sexos. Embora os sexos dispersem na mesma frequência, fêmeas o fazem a distâncias menores, permanecendo dentro da vizinhança genética do seu grupo, enquanto machos dispersam para além desta vizinhança. Além disso, a estruturação foi mais forte no planalto, sugerindo que pode haver barreiras ao fluxo gênico nesta região, o que pode estrar associado ao processo de antropização mais intenso. No segundo capítulo, foram avaliados os aspectos da paisagem associados aos padrões de isolamento genético observados no capítulo anterior, com a hipótese que rodovias devem atuar como principais barreiras. Foi observado que o fluxo gênico foi restrito pelas rodovias pavimentadas associadas a áreas de agricultura e que a ocorrência de atropelamento é favorecida pela baixa conectividade da paisagem. Estes resultados sugerem que é importante aumentar a conectividade da paisagem e facilitar a travessia dos bandos por meio de túneis de acesso estrategicamente associados ao estabelecimento de corredores ecológicos. De modo geral, a manutenção de uma paisagem conectada que favoreça a dispersão dos indivíduos migrantes é fundamental para garantir que os níveis de fluxo gênico sejam suficientes para mitigar os efeitos da estrutura socio-genética pré-existente. Assim, conclui-se que para garantir a viabilidade das populações de queixadas em longo prazo no Pantanal e planalto é fundamental priorizar o estabelecimento de corredores ecológicos para aumentar a conectividade entre os bandos.

5
  • MARIA CAROLINA RODELLA MANZANO
  • Influências ambientais e bióticas: entendendo a diversidade acústica em comunidades de anfíbios anuros de Mata Atlântica

  • Líder : RICARDO JANNINI SAWAYA
  • Data: 03-dic-2020


  • Resumen Espectáculo
  • Anfíbios anuros são um modelo ideal para estudos sobre comunicação acústica uma vez que vocalizam em conjunto, formando coros multi-espécies durante períodos reprodutivos. Muitos aspectos parecem afetar os sinais acústicos nesse grupo, incluindo tamanho corporal, condições climáticas, estrutura da vegetação e interações bióticas. Entender como o canto de anúncio de espécies de anuros varia ao longo de comunidades é cada vez mais relevante, principalmente em ambientes fortemente ameaçados como a Mata Atlântica. Assim, o objetivo geral desse trabalho foi investigar a diversidade acústica em diferentes comunidades de anfíbios anuros ao longo da Mata Atlântica do sudeste do Brasil, a partir de cinco objetivos específicos separados em dois capítulos. A coleta de dados foi realizada em dez comunidades, entre setembro de 2018 e março de 2019, e compreendeu informações sobre a diversidade de espécies, filogenética, funcional e acústica em cada local, além de variáveis relacionadas a vegetação e condições climáticas. No primeiro capítulo descrevemos o canto de anúncio de 18 espécies de anuros e preenchemos lacunas de informações existentes na literatura. A partir de análises de regressão, fornecemos informações sobre a relação entre tamanho do corpo e frequência dominante, e temperatura do ar e duração do canto para todas as espécies. Não observamos qualquer padrão na relação entre esses parâmetros, com poucas espécies apresentando relações significativas, apesar de sempre negativas. No segundo capítulo investigamos os padrões no uso do espaço acústico a partir de uma abordagem de modelos nulos, incluindo a composição de espécies e a variação intraespecífica. Observamos que tanto indivíduos como espécies contribuem para padrões não-aleatórios do espaço acústico. Também observamos que a diversidade acústica das comunidades de anuros parece ser positivamente relacionada à diversidade funcional e à densidade da vegetação de entorno. De modo geral, fornecemos informações novas em nível de espécie e comunidades. Investigamos e descrevemos a variação intraespecífica do canto de anúncio, e exploramos os padrões de ocupação do espaço acústico em comunidades ecológicas. Por fim, nossos resultados reforçam o valor das paisagens acústicas como recursos ecossistêmicos, cuja assinatura sonora não seria encontrada em nenhum outro lugar com o mesmo padrão.

6
  • NATHÁLIA MORESCHI BRANDT
  • CARACTERIZAÇÃO DA DIVERSIDADE GENÉTICA DE DUAS POPULAÇÕES DE MACACOS-PREGO DAS ESPÉCIES Sapajus xanthosternos E Sapajus libidinosus

  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 03-dic-2020


  • Resumen Espectáculo
  • Os macacos-prego do gênero Sapajus, assim como os demais macacos neotropicais, são importantes espécies bandeiras para os domínios fitogeográficos brasileiros, especialmente aqueles mais degradados como a Mata Atlântica e o Cerrado. As espécies Sapajus xanthosternos e Sapajus libidinosus sofrem impactos da perda de habitat, pressão de caça e comércio ilegal de animais de estimação. Entretanto, S. xanthosternos encontra-se criticamente ameaçada, enquanto S. libidinosus é quase ameaçada. Neste trabalho, foi estimada a variabilidade genética de duas populações de macacos-prego: uma de Sapajus xanthosternos, encontrada na Reserva Biológica de Una (BA), no domínio fitogeográfico Mata Atlântica, e uma de Sapajus libidinosus, encontrada na fazenda privada Boa Vista, no munícipio de Gilbués (PI), no ecótono Cerrado-Caatinga. Amostras fecais previamente obtidas foram genotipadas para oito microssatélites. Com base nesses genótipos, indicadores de diversidade genética (número de alelos, riqueza alélica e heterozigosidade) e o coeficiente de endogamia foram calculados. Não foram encontradas diferenças nos indicadores de diversidade genética entre as duas espécies e nem evidências de endogamia. Esses resultados podem ser explicados por um ou uma combinação dos seguintes fatores: a) a possibilidade da existência de fluxo gênico entre as populações estudadas e outras populações próximas, o que está contribuindo para a manutenção da diversidade genética e evitação da endogamia; b) devido ao longo tempo de geração das espécies, os impactos da perda de habitat ainda não geraram perda de diversidade genética na população; c) devido o reduzido número de marcadores utilizado, não foi possível detectar tais efeitos. Assim, é necessário desenvolver estudos de monitoramento genético de longo prazo para essas populações e populações próximas, com as quais elas possam apresentar fluxo gênico.

Tesis
1
  • EDIMAR AGNALDO MOREIRA
  • ASPECTOS ECOLÓGICOS E MOLECULARES DA DIGESTÃO DA LIGNOCELULOSE EM CUPINS NEOTROPICAIS (ISOPTERA: TERMITÍDAE: SYNTERMITINAE)

  • Líder : ALBERTO JOSE ARAB OLAVARRIETA
  • Data: 05-jun-2020


  • Resumen Espectáculo
  • A evolução dos cupins foi marcada pela mudança na composição dos simbiontes do trato digestivo e aquisição de estratégias mais eficientes para a digestão da lignocelulose resultando na diversificação da dieta, sendo que a sua capacidade de sobreviver está relacionada aos mecanismos digestivos utilizados para extrair a maior parte dos nutrientes disponíveis em substratos lignocelulósicos. Entretanto, alguns aspectos da digestão da lignocelulose na maioria dos cupins neotropicais ainda são pouco conhecidos havendo a necessidade de se implantar pesquisas que retratem melhor esses organismos. O objetivo geral desta proposta foi estudar a estrutura da comunidade de microrganismos simbiontes em cupins superiores neotropicais integrando análises ecológicas e moleculares em relação a digestão da lignocelulose e aspectos do forrageamento. Para avaliar os objetivos propostos, foram utilizados o sequenciamento Illumina dos genes 16S e ITS rRNA e análise pela captura de imagens e morfometria da população forrageira. Nossos resultados indicam que a microbiota associada ao trato digestivo e estruturas do ninho são capazes de atuar na digestão de lignocellulose, e a diversidade microbiana apresenta diferenciação de acordo com a espécie estudade e hábitos de forrageamento das espécies avaliadas. Ao caracterizar a população forrageira nosso estudo sugere que há padrões morfológicos especializados a funções diferentes dentro da mesma casta em Cornitermes cumulans, bem como nesta espécie os operários são responsáveis pela exploração, descoberta do alimento e recrutamento dos demais.

2
  • PRISCILA DE CERQUEIRA VERAS
  • VARIÁVEIS PREDITORAS DA DIVERSIDADE DE MACROINVERTEBRADOS VÁGEIS ASSOCIADOS AOS BANCOS DE RODOLITOS DO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA E ABROLHOS – BRASIL

  • Data: 07-jul-2020


  • Resumen Espectáculo
  • Ecossistemas marinhos importantes ecologicamente devem ser identificados e protegidos como é o caso dos bancos de rodolitos. Determinar variáveis preditoras da biodiversidade podem auxiliar decisões que visem delimitar áreas prioritárias para a conservação. Diante disso, testamos diferentes variáveis para entender suas influências na estruturação das comunidades de macroinvertebrados vágeis (> 500μm) associados aos Bancos de rodolitos do Arquipélago de Fernando de Noronha (Capítulo 1) e de Abrolhos (Capítulo 2). No Arquipélago amostramos 20 rodolitos em duas zonas de profundidade (15 e 45m), enquanto que 129 rodolitos foram obtidos em oito pontos amostrais de Abrolhos. Os macroinvertebrados vágeis foram contabilizados e 0,50 ± 0,06 e 0,40 ± 0,06 indivíduos.ml-1 (média ± SE) foram registrados para a zona eufótica e mesofótica de Fernando de Noronha, respectivamente. Enquanto que obtivemos uma média de 0,73 ± 0,05 ind.ml-1 para Abrolhos. Os principais preditores da diversidade dos rodolitos no Arquipelago foram o diâmetro, profundidade, biomassa de macroalgas e densidade (rodolitos por metro quadrado), enquanto que em Abrolhos foram destacados o volume, complexidade estrutural, profundidade e latitude. Estas variáveis podem influenciar direta ou indiretamente a disponibilidade de recursos e, consequentemente, podem modificar a estrutura do banco e das comunidades de macroinvertebrados vágeis associados aos rodolitos. Em Abrolhos, a utilização da reconstrução tridimensional dos rodolitos por fotogrametria permitiu o aprimoramento de métricas previamente estudas e garantiu o acesso a novas informações. Essa ferramenta tem potencial para ampliar e otimizar o entendimento da biodiversidade associada aos rodolitos e permitir o acesso a regiões de difícil acesso como os bancos mesofóticos. Portanto, acreditamos que os avanços científicos conduzidos pelo presente estudo devam ser considerados em pesquisas futuras, principalmente, para avaliar a efetividade e representatividades de áreas destinadas à conservação da biodiversidade em bancos de rodolitos.

2019
Disertaciones
1
  • THIAGO GODOY DE OLIVEIRA
  • Distribuição potencial de Riencourtia oblongifolia: O presente e o futuro considerando as mudanças climáticas

  • Líder : SIMONE RODRIGUES DE FREITAS
  • Data: 16-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado

2
  • LUCAS ALMEIDA BARCELOS
  • Descrição e posicionamento filogenético de um Ceratophryideo (Anura) proveniente da Caverna Versalles (Pleistoceno Final/ Holoceno Inicial), Apiaí, SP, com comentários sobre paleobiogeografia e paleoambientes da América do Sul

  • Líder : VANESSA KRUTH VERDADE
  • Data: 21-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado

3
  • PEDRO DE CAMPOS MELLO MONTEIRO
  • Efeitos da antropização sobre a diversidade de espécies lenhosas da Mata Atlântica

  • Líder : MARCIO DE SOUZA WERNECK
  • Data: 21-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • não informado

4
  • ADRIANA HIROMI YUKIMITSU
  • Comparação ecomorfológica das estruturas bucais relacionadas à herbivoria nos peixes Acanthuridae do maior complexo recifal do Atlântico Sul

  • Líder : FERNANDO ZANIOLO GIBRAN
  • Data: 27-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado

5
  • DIEGO CIENI
  • LEVANTAMENTO E DESCRIÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO GLOBAL DE PHYSONECTAE (CNIDARIA, HYDROZOA, SIPHONOPHORAE)

  • Líder : OTTO MULLER PATRAO DE OLIVEIRA
  • Data: 27-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado

6
  • JULIANA SÁ TELES DE OLIVEIRA
  • Estudo da diversidade de flavivírus em mosquitos hematófagos: contribuição na epidemiologia de arboviroses de importância na saúde pública

  • Líder : MARCIA APARECIDA SPERANCA
  • Data: 27-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado

7
  • RODRIGO DOS REIS SANTOS
  • Sistemática do gênero Zelandomyia Alexander (Diptera: Tipulomorpha: Limoniidae)

  • Líder : GUILHERME CUNHA RIBEIRO
  • Data: 28-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado

Tesis
1
  • FELIPE THEOCHARIDES ORICCHIO
  • Interações tróficas, espécies invasoras, estrutura e dinâmica de comunidades incrustantes marinhas no Sudeste Brasileiro

  • Líder : GUSTAVO MUNIZ DIAS
  • Data: 23-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado.

2
  • KÁSSIA MANTOVAN FARDIN
  • Aspectos ecofisiológicos, estruturais e dos metabólitos envolvidos nos mecanismos de tolerância à dessecação em Barbacenia (Velloziaceae) 

  • Líder : DANILO DA CRUZ CENTENO
  • Data: 24-may-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado.

3
  • FLAVIA PACHECO ALVES DE SOUZA
  • DIÁLOGOS E INFLUÊNCIAS CIENTÍFICAS ENTRE FRITZ MÜLLER E CHARLES DARWIN: CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO SISTEMÁTICO E BIOGEOGRÁFICO DO SÉCULO XIX E SEU LEGADO PARA A BIOLOGIA COMPARADA CONTEMPORÂNEA

  • Líder : CHARLES MORPHY DIAS DOS SANTOS
  • Data: 06-sep-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Esta tese tem como principal objetivo analisar a influência dos estudos de Fritz Müller (1822-1897) sobre os trabalhos de Charles Darwin (1809-1882) no desenvolvimento e argumentação científicos do pensamento hierárquico e evolutivo, no que concerne, principalmente, à biogeografia e sistemática conforme discutidas no século XIX. Também fez parte dos objetivos deste trabalho analisar o impacto ainda sentido da obra de Müller nos estudos evolutivos contemporâneos. Dessa forma, o capítulo um nos relata o impacto do lançamento de On the Origin of Species em 1859 por Charles Darwin e os cinco principais eixos da teoria da evolução. No capítulo dois tratamos sobre a biogeografia e sistemática no século XIX. No capítulo três tratamos da visão de sistemática e biogeografia de Fritz Müller, realizando uma análise do livro Für Darwin (1864) no que concerne à embriologia comparada dos crustáceos, buscando compreender como este autor desenvolveu um pensamento evolucionista e admitiu que em alguns casos, a ontogênese poderia explicar a filogênese. No capítulo quatro, analisamos a influência de Müller nos trabalhos de Darwin através da análise de livros e correspondências trocadas entre os dois naturalistas. O quinto capítulo está dividido em três tópicos discutidos por Darwin em sua teoria geral de evolução (mudança das espécies, seleção sexual e embriologia).  Buscamos elucidar as contribuições de Müller à época para essas três questões, bem como os desdobramentos atuais dos temas propostos. Por fim o capítulo seis traz as considerações finais do trabalho, considerando que o diálogo estabelecido entre Fritz Müller e Charles Darwin é um capítulo importante para a compreensão da história da biologia evolutiva, visto que as obras de ambos os naturalistas têm inúmeros pontos de similaridade, especialmente no que concerne à própria ideia da seleção natural, a existência de níveis hierárquicos na classificação biológica e o papel da distribuição das espécies na evolução. Nesse sentido, Müller não se configura em apenas um personagem secundário na história da construção da teoria evolutiva na segunda metade do século XIX, mas sim em um pensador importante e original, cujo profundo trabalho empírico, tanto na zoologia quanto na botânica, fez dele figura central no estabelecimento e concretização do pensamento evolutivo, responsável por conectar todos os aspectos do mundo natural em um todo cientificamente compreensível.

4
  • MARIANA MONTEIRO DE BRITO
  • Diversidade e estrutura filogenética de comunidades de borboletas frugívoras em paisagens fragmentadas.

  • Líder : ALBERTO JOSE ARAB OLAVARRIETA
  • Data: 19-nov-2019


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado.

5
  • VANESSA FUENTES SUGUIYAMA
  • Entendendo as respostas plásticas ao estresse hídrico em Setaria italica e a influência dos elementos de transposição

  • Líder : NATHALIA DE SETTA COSTA
  • Data: 13-dic-2019


  • Resumen Espectáculo
  • O desenvolvimento de espécies vegetais em condições de limitação de recursos, tal como o estresse hídrico, é possível por meio de mecanismos que conferem plasticidade fenotípica. Assim, sob condições adversas, em maior ou menor grau, todas as plantas respondem alterando o metabolismo, o que leva a mudanças no nos caracteres vegetativos e reprodutivos. As estratégias que as plantas dispõem para tolerar o estresse hídrico estão frequentemente associadas a modificações nos padrões de expressão gênica, que podem ser dadas tanto por alterações genéticas, quanto epigenéticas. Os elementos de transposição (TEs) são sequências repetitivas de DNA, capazes de se mobilizar no genoma gerando mutações e alterando os padrões epigenéticos, possuindo assim um papel importante na evolução das espécies. No entanto, não está completamente elucidada a relação entre o impacto da mobilização dos TEs no genoma e sua contribuição para a plasticidade fenotípica, seja ela de origem genética ou epigenética. Neste contexto, o presente trabalho propôs determinar os mecanismos relacionados à plasticidade fenotípica na espécie modelo Setaria italica (Poaceae) em resposta ao estresse hídrico. Para tanto, buscamos avaliar as respostas plásticas em diferentes níveis de estresse por meio de análises fenotípicas, fisiológicas e de análise da expressão gênica (transcriptomas de mRNAs e sRNAs), e ainda associar a expressão diferencial com alterações epigenéticas promovidas pela mobilização de TEs. Para atender tais demandas, no primeiro capítulo foram avaliadas a diversidade e evolução de TEs do tipo retrotransposon com LTR, por meio da análise dos elementos do genoma de S. italica sequenciado. Adicionalmente, buscando um melhor entendimento da história evolutiva nas diferentes linhagens de LTR-RT, propomos uma nova abordagem para o estudo dos elementos individualmente. Para avaliar a plasticidade fenotípica em diferentes intensidades de estresse, no segundo capítulo, plantas foram cultivadas em diferentes regimes hídricos, nos quais foram avaliados caracteres de vegetativos e reprodutivos e perfil de expressão gênica de mRNAs e sRNAs. Finalmente, para validar a hipótese da influência dos mecanismos epigenéticos modulados pela presença dos TEs em resposta ao estresse hídrico, realizamos a correlação entre a presença dos TEs com as diferenças nos padrões de expressão gênica por meio da comparação dos perfis de sRNAs em genes e suas sequências regulatória. Estes resultados permitirão ampliar o conhecimento sobre evolução da adaptação ao estresse ambiental e o impacto dos TEs nesse processo.

2018
Disertaciones
1
  • ANNA CAROLINA RUSSO MARTIN MAZARÁ
  • Diversidade genética e estrutura populacional de queixadas (Tayassu pecari) da Floresta Atlântica da região do Pontal do Paranapanema, SP
  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 21-may-2018


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

2
  • JOSIANE DE SOUZA MARQUES
  • Avaliação do impacto da visitação no comportamento de cachorros-do-mato (Cerdocyon thous) alojados em zoológico
  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 04-jun-2018


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

3
  • LARISSA DE ARAÚJO KAWABE
  • Ciência cidadã para o monitoramento participativo de biótopos de substrato consolidado em Unidades de Conservação marinhas

  • Líder : NATALIA PIRANI GHILARDI LOPES
  • Data: 05-jun-2018


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado

4
  • STEPHANIE SAMPRONHA
  • An essay on morphology and phylogenetic relationships of the family Athericidae (Diptera:Brachycera)
  • Líder : CHARLES MORPHY DIAS DOS SANTOS
  • Data: 15-jun-2018


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

5
  • MAX MARIO FUHLENDORF
  • LOCI IMAGE GENERATOR AND THE EVOLUTION OF TRYPANOSOMATID ECOTIN: CUSTOMIZED SOFTWARE AS A TOOL FOR EVOLUTIONARY ANALYSIS

  • Líder : MARCIA APARECIDA SPERANCA
  • Data: 29-jun-2018


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado

6
  • BRUNA MOURA DA NÓBREGA
  • Estrutura socio-genética de queixadas (Tayassu pecari) do Parque Nacional das Emas e entorno - GO

  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 03-dic-2018


  • Resumen Espectáculo
  • Estrutura socio-genetica de uma população de queixadas (Tayassu pecari) do Parque Nacional das Emas e entorno - GO

Tesis
1
  • JULIANA IMENIS BARRADAS
  • Response of Sargassum beds (Fucales) to mechanical damages induced by trampling and study case on the perception about the marine environment
  • Líder : NATALIA PIRANI GHILARDI LOPES
  • Data: 08-mar-2018


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

2
  • ALESSANDRO MARQUES DE OLIVEIRA
  • Cenozoic Megafauna from the American Continent: Insights on Ecomorphology, Paleoecology, Evolution and Paleobiogeography (Megafauna Cenozóica do Continente Americano: Considerações sobre Ecomorfologia, Paleoecologia, Evolução e Paleobiogeografia)
  • Líder : CHARLES MORPHY DIAS DOS SANTOS
  • Data: 23-mar-2018


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

3
  • FERNANDA DE GÓES MACIEL
  • Diversidade e estrutura genética populacional de queixadas (Tayassu pecari) no Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica

  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 21-sep-2018


  • Resumen Espectáculo
  • Aguardando entrega da versão final.

4
  • JOÃO MARCELO SILVA
  • The dynamics of heavy metals in estuaries and their influence on food preference of primary consumers

  • Data: 12-dic-2018


  • Resumen Espectáculo
  • Não informado.

2017
Disertaciones
1
  • KARINA KITAZAWA DE SOUZA SANTOS
  • Fatores estruturadores dos estágios iniciais de desenvolvimento das comunidades incrustantes na Baía do Araçá, São Sebastião-SP
  • Líder : GUSTAVO MUNIZ DIAS
  • Data: 22-may-2017


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

2
  • RENATA NEVES BIANCALANA
  • Mitogenoma e prospecção e caracterização de microssatélites de Cypseloides fumigatus (Aves: Apodidae)
  • Líder : CIBELE BIONDO
  • Data: 22-may-2017


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

3
  • DAUBIAN SANTOS
  • Systematics of the genus Aphrophila Edwards (Diptera: Tipulomorpha: Limoniidae) with description of 15 new species
  • Líder : GUILHERME CUNHA RIBEIRO
  • Data: 24-may-2017


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

4
  • BRUNO GARCIA PIATO
  • Sobre o papel da filogeografia na biogeografia a partir do estudo de Myrmarachne mariaelenae (Araneae, Salticidae) e Rhagio mystaceus (Diptera, Rhagionidae)
  • Líder : CHARLES MORPHY DIAS DOS SANTOS
  • Data: 30-may-2017


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

5
  • PAULA KESHIA ROSA SILVA
  • Diversidade e Distribuição do Zooplâncton Gelatinoso sobre a Plataforma Continental e Talude da Bacia de Campos (SE-Brasil)
  • Líder : OTTO MULLER PATRAO DE OLIVEIRA
  • Data: 02-jun-2017


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

6
  • GUILLERMO LEONARDO FLOREZ MONTERO
  • Effect of human land-use and natural coverage on taxonomic and functional richness of mammals and birds at regional scale
  • Líder : MARCIO DE SOUZA WERNECK
  • Data: 19-jun-2017


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

Tesis
1
  • BRUNA KLASSA CARDOSO SANT'ANNA
  • Estudos de biogeografia e diversidade filogenética dentro da infraordem Tabanomorpha (Diptera, Brachycera) e implicações para a conservação biológica
  • Líder : CHARLES MORPHY DIAS DOS SANTOS
  • Data: 19-sep-2017


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

2016
Disertaciones
1
  • ERIC YUKIHIRO NISHIYAMA
  • Análise morfológica e filogenética do gênero Lensia (Cnidaria, Hydrozoa, Siphonophora)
  • Líder : OTTO MULLER PATRAO DE OLIVEIRA
  • Data: 24-feb-2016


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

2
  • ALEX DO NASCIMENTO
  • Características fisiológicas da tolerância à dessecação em Barbacenia Graminifolia L.B.SM. (Velloziaceae)
  • Líder : DANILO DA CRUZ CENTENO
  • Data: 09-mar-2016


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

3
  • PRISCILA DE CERQUEIRA VERAS
  • Papel do peixe Malacanthus plumieri (Actinopterygii) na estrutura dos bancos de rodolitos do Arquipélago de Fernando de Noronha - Brasil
  • Data: 09-mar-2016


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

4
  • DIEGO DE ALMEIDA DA SILVA
  • Estrutura e aspectos clínicos de uma taxocenose pós-declínio: anuros da Mata Atlântica do Sudeste do Brasil
  • Líder : VANESSA KRUTH VERDADE
  • Data: 28-mar-2016


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

5
  • NÉSTOR OVIEDO MACHADO
  • Chave de identificação para machos de Orthocladiinae (insecta: Diptera: Chironomidae) do Estado de São Paulo e descrição de uma espécie nova de Lipurometriocnemus Sæther, 1981
  • Líder : HUMBERTO FONSECA MENDES
  • Data: 28-mar-2016


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

6
  • VIVIAN CELIA DE OLIVEIRA ROCHA BARROS
  • Sobre o posicionamento filogenético de Cycloramphus Tschudi 1838 e Zachaenus Cope 1866 (Anura: Cycloramphidae) à luz da morfologia larval
  • Líder : VANESSA KRUTH VERDADE
  • Data: 31-mar-2016


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

2015
Disertaciones
1
  • ANDRÉ LUIZ PARDAL SOUZA
  • Influência do sombreamento sobre a comunidade biológica de costões rochosos subtropicais
  • Líder : GUSTAVO MUNIZ DIAS
  • Data: 11-sep-2015


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

2
  • FELIPE DE SOUZA DUTRA
  • Influência da heterogeneidade ambiental na aptidão e plasticidade fenotípica do briozoário marinho Schizoporella errata (Bryozoa, Cheilostomata)
  • Líder : GUSTAVO MUNIZ DIAS
  • Data: 15-sep-2015


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

3
  • GABRIELA PASTRO
  • Como a variação espacial das assembleias de peixes determina a pressão de predação sobre as comunidades incrustantes?
  • Líder : FERNANDO ZANIOLO GIBRAN
  • Data: 15-sep-2015


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

4
  • ANTONIO MOLLO NETO
  • Variação geográfica de Itapotihyla langsdorffii (Duméril & Bibron, 1841) (Anura: Hylidae): abordagens morfológica e molecular
  • Líder : VANESSA KRUTH VERDADE
  • Data: 30-sep-2015


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

5
  • JOYCE DE SOUZA ZANIRATO MAIA
  • Padrões de riqueza da avifauna: uma abordagem multi-escala
  • Líder : ANDRE ETEROVIC
  • Data: 28-oct-2015


  • Resumen Espectáculo
  • nihil

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