REDE POLIMÉRICA INTERPENETRADA DE POLI(ÁCIDO ACRÍLICO) E POLIPIRROL PARA APLICAÇÃO EM MÚSCULOS ARTIFICIAIS
Polímeros de redes interpenetradas (IPNs) são materiais promissores para músculos artificiais que visam superar limitações de outros dispositivos que têm sua vida útil reduzida por delaminação, no caso de dispositivos em camadas e a falta de fase condutora contínua para os compósitos. Nesses IPNs, os hidrogéis podem ser escolhidos, por sua biocompatibilidade e semelhanças com os tecidos humanos e a segunda rede pode ser de um polímero condutor. Aliando a superabsorbância e biocompatibilidade do poli(ácido acrílico) e a condutividade iônica do polipirrol, confeccionou-se IPNs a partir de três concentrações de monômero pirrol (0,05M; 0,25M e 1,00M). Pôde-se constatar a presença do PPi por estruturas globulares formadas na superfície dos poros. Verificou-se que o aumento de monômero impacta diretamente a composição final das IPNs, tanto qualitativamente por XPS através da variação da intensidade dos picos N1s, quanto quantitativamente, pelo aumento da proporção de PPi/PAA de 0,1/1 até 0,5/1 (m/m), medido por TGA. Foi observado que quando maior a proporção de PPi no IPN, menor a porosidade e a absorção de água. Foi possível detectar a proporção de átomos N do PPi envolvidos nas interações de hidrogênio com o ácido carboxílico do PAA, por XPS. O FTIR permitiu verificar predominância dos picos de PAA embora detectou-se nas IPNs, um deslocamento do pico 1554cm-1 do espectro do PPi, nos IPNs. O aumento da proporção de PPi nos IPNs melhorou a resistência mecânica dos IPNs. Detectou-se condutividade iônica no material entumescido, porém essa condutividade é praticamente nula com o material seco. Foram realizados testes de citotoxidade para verficar seu comportamento frente ao crescimento de células, verificando-se que o aumento do PPi na IPN melhora a biocompatibilidade do material.