Impregnação de blendas de poli(L-ácido láctico)/lignina com extrato de própolis verde brasileiro (Eugenia Caryophyllus) assistida por CO2 supercrítico
Ao longo dos anos, a preocupação quanto ao alto volume de plásticos produzidos, que são descartados de maneira indevida e o impacto ambiental que é causado devido ao longo tempo para degradação desses materiais, alavancou a busca de alternativas para substituição de polímeros commodities de origem sintética. O PLA (poli(ácido-láctico) é um exemplo de polímero de origem renovável, biodegradável e biocompatível. A lignina é um outro polímero de origem renovável com características de resistência à luz UV, estabilidade térmica e mecânica e que pode ser utilizada como reforço e/ou carga funcional em materiais compósitos e em blendas poliméricas. Sistemas poliméricos capazes de liberar extratos naturais têm sido cada vez mais estudados em aplicações em embalagens ativas para alimentos, na indústria de cosméticos, em tratamentos medicinais e na agricultura. O processo de impregnação de extratos naturais em polímeros assistido por CO2 supercrítico (CO2-sc) é mais sustentável se comparado aos processos convencionais, reduzindo o uso de solventes orgânicos agressivos ao meio ambiente. O extrato da própolis verde brasileira, utilizado neste estudo, possui bioativos que apresentam propriedades antibacterianas, antimicrobianas e anti-inflamatórias. Neste trabalho buscou-se estudar a influência da composição da blenda polimérica de PLLA/lignina (100/0, 95/05, 90/10, 85/15 e 80/20) no rendimento da impregnação via CO2-sc de extrato de própolis verde brasileira e os efeitos da impregnação nas propriedades térmicas e morfológicas das matrizes poliméricas. As misturas foram preparadas em uma microextrusora de dupla-rosca cônica. A modificação da microestrutura pela adição de lignina e impregnação do extrato foi analisada por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e a alteração nas propriedades térmicas das blendas por calorimetria exploratória diferencial (DSC). O percentual de impregnação do extrato de própolis nas misturas poliméricas preparadas apresentou uma variação entre 2 e 17%.