BIOCOMPÓSITO REFORÇADO COM MICROFIBRAS DE CELULOSE (MFC) COMO REVESTIMENTO EM EMBALAGENS DE PAPEL
Biocompósitos são materiais em que a matriz é formada, geralmente, de materiais poliméricos e com fase dispersa de materiais de origem natural, como as fibras. Nas últimas décadas, devido à necessidade de alternativas sustentáveis aos polímeros derivados do petróleo esse tipo de material vem sendo estudado como revestimento de embalagens de papel (celulose). Esse recobrimento visa melhorar as propriedades de barreira em relação à água, aos óleos e aos gases, enquanto mantém aspectos sustentáveis, como biodegradação, compostabilidade, uso de materiais renováveis e repolpabilidade do papel. O objetivo desse estudo foi o desenvolvimento de um biocompósito com fase dispersa de celulose microfibrilada (MFC) que será aplicado em embalagens ou artefatos de papel da indústria alimentícia. Foram avaliados dois polímeros de origem renovável e biodegradáveis para a matriz, sendo eles o poli(ácido lático) (PLA) e o poli(hidroxibutirato) (PHB). O comportamento térmico e a cristalinidade dos polímeros foram analisados por calorimetria exploratória diferencial, as propriedades de barreira através de ensaios de taxa de transmissão de vapor d'água e índice de fluidez. Os biocompósitos foram preparados por extrusão utilizando MFC de alto (MFC-A) e baixo (MFC-B) refino e a etapa de revestimento no papel por prensagem foi simulado na prensa de filmes. O biocompósito revestido no papel era a base de PLLA 4043D, que apresentou os melhores resultados dentre os polímeros analisados, e foram feitas as análises térmicas, reológicas, migração e permeabilidade desse material. Mostrou-se que o compósito com a fibra de alto refino teve boa interação com o papel de menor gramatura, além de menor grau de cristalinidade. Por sua vez, a fibra de baixo refino, apresentou maior grau de cristalinidade e melhor interação com o papel de maior gramatura. De modo geral, os materiais compósitos apresentaram melhores resultados que o polímero puro.