Análise da Transformação de Fase e Encruamento do Aço Inoxidável 201 Durante a Conformação a Frio por Trefilação
O estudo foca na caracterização da transformação de fase do aço inoxidável 201 durante o processo de conformação a frio por trefilação. Os aços inoxidáveis austeníticos possuem propriedades como boa resistência à corrosão, conformabilidade e tenacidade, o que os torna adequados para várias aplicações. A austenita nesses aços é metaestável à temperatura ambiente, propensa a se transformar em martensita após deformação, desenvolvendo alta resistência e boa conformabilidade. O objetivo geral do estudo é caracterizar o aço inoxidável 201 através do processo de trefilação, observando a transformação de fase austenítica em martensita. Os objetivos específicos incluem verificar o aumento da dureza do material após o processo de conformação a frio, avaliar a resistência à tração, alongamento e ductilidade em cada redução, analisar a transformação de fase austenita para martensita por meio de difração de raio-x (DRX) e avaliar a direção de trefilação e encruamento por microscopia óptica. Os resultados mostram que a amostra inicialmente austenítica permaneceu metaestável, com picos característicos da estrutura cúbica de face centrada (CFC). Quando o aço inoxidável 201 sofre encruamento no processo de conformação a frio, a transformação de fase de γ austenita (CFC) para ɛ martensita (HCP) ocorre gradativamente de acordo com cada redução de área. A caracterização por DRX revela a evolução da textura nas fases austenita e ɛ-martensita. Não foram observadas mudanças significativas no aço ε=30%, mas com mais deformação (50%), a fração de martensita aumenta de acordo com o encruamento. A deformação é uniformemente distribuída entre austenita e ɛ-martensita no aço ε=65%. As modificações de fase na microestrutura devido ao encruamento podem ser observadas à medida que a redução de área aumenta. A transformação de fase γ austenita para ε martensita começa com 23% de redução de área, devido ao aumento do nível de encruamento e das tensões internas devido às falhas cristalográficas. Com 44% de redução de área, a transformação de fase ɛ martensita (hcp) fica mais evidente, e trincas na parte central da amostra são verificadas devido às tensões internas. Com 61% de redução, o produto é estabilizado em ɛ martensita (hcp), e a trinca fica mais evidente devido ao excesso de encruamento. Os próximos passos do estudo envolvem eliminar as trincas formadas no processo de conformação a frio, utilizando tratamento térmico do aço inoxidável 201 para reduzir defeitos estruturais e observar seu comportamento.