IMPREGNAÇÃO DE POLICARBONATO E POLI(L-ÁCIDO LÁCTICO) COM ÓLEO DE CRAVO (EUGENIA CARYOPHYLLUS) POR CO2 SUPERCRÍTICO
Polímeros capazes de liberar extratos naturais são sistemas relevantes em diversas aplicações tais como embalagens para alimentos, tratamento de feridas, cosméticos e agricultura. Uma alternativa promissora para adicionar extratos naturais em matrizes poliméricas é a impregnação por CO2 supercrítico (CO2-sc) por ser um processo mais sustentável se comparada a processos de impregnação convencionais. Ela permite a obtenção de produtos livres de solvente e pode operar em baixas temperaturas, preservando assim as propriedades dos compostos termosensíveis. A influência das condições operacionais e das interações físico-químicas entre os componentes do sistema no processo já são bem conhecidas para impregnação de sistemas formados por polímero e um composto. Embora a impregnação de extratos naturais é mais atrativa por possuir uma maior bioatividade advinda da ação sinérgica de seus diferentes compostos, não há estudos sistemáticos acerca da influência das condições operacionais e das interações físico-químicas na impregnação de extratos naturais. Dessa forma, o presente estudo visa interpretar os fenômenos advindos da impregnação assistida por CO2-sc do extrato de cravo em policarbonato (PC) e poli(L-ácido láctico) (PLLA) a fim de contribuir na otimização do processo para sistemas multicomponentes. Um delineamento de Faces Centradas (DFC) com 11 experimentos foi desenvolvido e para investigar o processo de impregnação sob diferentes temperaturas (35, 47,5 e 60 ºC) e pressões (10, 20 e 30 MPa) por três horas. A quantidade de extrato impregnado e sua composição na matriz polimérica foram determinadas gravimetricamente e via cromatografia gasosa (CG). Em ambos os polímeros, um valor significativo de impregnação foi atingido (6,8 – 44 %). As condições de impregnação influenciaram a composição no extrato impregnado, o qual apresentou diferenças em relação ao extrato impregnado tendo concentração maior em eugenol. Análise de FTIR permitiu a avaliação da interação entre a matriz polimérica e o extrato natural, e análises de DSC e MEV evidenciaram o impacto do processo de impregnação sobre a microestrutura polimérica. A ação antibacteriana dos filmes impregnados também foi avaliada por meio de testes biológicos em Escherichia Coli (ATCC 33694) e Staphylococcus Aureus (ATCC 29213).