EFEITOS DA ADIÇÃO DE COPOLÍMERO REDISPERSÍVEL VAE NA MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UMA ARGAMASSA GEOPOLIMÉRICA PARA ASSENTAMENTO DE CERÂMICAS
O constante crescimento populacional e consequente crescimento habitacional demandam por novos e mais eficientes sistemas construtivos, o que impulsiona o desenvolvimento de novas tecnologias ambientalmente mais amigável. O Brasil ocupa um papel protagonista na produção e consumo de revestimentos cerâmicos e para seu assentamento é utilizada a argamassa colante, que tradicionalmente é constituída por areia e cimento e, por isso, possui uma característica dura e frágil. Além disso, a crescente utilização de revestimentos mais tecnológicos e diferentes substratos, com menor porosidade e menor absorção de água, dificulta ainda mais o assentamento do revestimento. Os problemas patológicos como desplacamentos dos revestimentos são comuns. Com a finalidade de desenvolver um material com viés ambiental que substitua a utilização do cimento Portland, esse trabalho consistiu na elaboração de uma argamassa com ligante geopolimérico para assentamento de revestimento cerâmico. Como a característica principal de uma argamassa colante é a aderência, a modificação da argamassa geopolimérica com um copolímero redispersível de acetato de vinila-etileno (VAE) teve a intenção de melhorar as suas características mecânicas e estruturais, contribuindo principalmente para questões de aderência e flexibilidade. Os resultados obtidos mostraram que é possível confeccionar um material similar a uma argamassa colante, com ligante geopolimérico substituindo o cimento Portland, utilizando NaOH, metacaulim e cinza de casca de arroz (relações molares SiO2/Al2O3 = 3,96, Na2O/SiO2 = 0,22, Na2O/Al2O3 = 0,88), sendo uma alternativa à argamassa convencional. A argamassa geopolimérica sem aditivação apresentou, em relação às argamassas cimentícias convencionais, aos 28 dias de idade, resultados superiores de resistência à tração na flexão (9,25 MPa), resistência à compressão (56,6 MPa) e resistência de aderência à tração em cura em estufa (2,10 MPa), submersa (1,47 MPa) e tempo em aberto (1,67 MPa). Já a aditivação de 2% a 10% VAE foi eficiente em conferir deformação transversal à argamassa geopolimérica, dobrando a deformação (1,78 mm) com adição de 6% de VAE. A aditivação também auxiliou em ganho de consistência no estado fresco, tornando o geopolímero resistente ao deslizamento. Evidenciou-se também que o filme polimérico, característico de uma aditivação polimérica em argamassas convencionais, realizou ancoragem química com o revestimento. Por fim, observou-se que a adição polimérica também incorporou ar à mistura. Constatou-se que a aditivação do copolímero VAE, comumente empregado em materiais cimentícios, performou de forma similar na argamassa geopolimérica.