Influência das nanopartículas de hidróxido de níquel na auto-organização estrutural de micropartículas de fibroína
A fibroína da seda é uma proteína que apresenta fácil processamento e excelente biocompatibilidade. Suas propriedades estão diretamente relacionadas com suas estruturas hierárquicas, especialmente a formação de cristalitos de folha-β. Estudos demonstraram que essas propriedades podem ser moduladas de acordo com a manipulação destas estruturas pela introdução de materiais externos atuando como agentes nucleantes dos cristais de folha-β. O hidróxido níquel-cobalto é um material bastante conhecido pelas suas propriedades eletrocatalíticas, mas recentemente novas rotas de síntese de nanoestruturas desse material têm sido desenvolvidas, potencializando suas aplicações. Desta maneira, o presente trabalho visa estudar a influência que a introdução de nanopartículas de hidróxido de níquel-cobalto pode ter na formação das estruturas hierárquicas da fibroína, assim como a capacidade de estabilização das nanopartículas de hidróxido de níquel-cobalto e por fim explorar a sinergia entre estes materiais no campo da eletroquímica. Os resultados demonstraram um aumento na porcentagem de cristalinidade da fibroína com a introdução das nanopartículas de hidróxido de níquel-cobalto, saindo de 36% para a fibroína pura e chegando à 50% com a introdução de 20% em massa de hidróxido de níquel cobalto, corroborando, portanto, o efeito nucleante das nanopartículas. Além disso, as imagens obtidas de microscopia eletrônica de transmissão apresentaram nanopartículas com tamanho médio de 6 nm para as amostras com fibroína, enquanto as amostras de hidróxido de níquel-cobalto puro apresentaram estruturas com tamanho médio de 80 nm, sugerindo que a fibroína foi capaz de estabilizar as nanopartículas. Ambos os efeitos pareceram estar relacionados com a melhoria observada nas propriedades eletroquímicas do compósito, que foram superiores as propriedades do hidróxido de níquel puro. Por fim, os resultados da eletrogeração de peróxido de hidrogênio utilizando fibroína e hidróxido de níquel se mostrou promissor, com alta produção e baixo consumo energético quando comparados com o material padrão e com resultados da literatura.