Nanobastões de Óxido de Zinco Funcionalizados com Anticorpos Anti-RBD Conjugados a Nanopartículas de Ouro para o Diagnóstico de SARS-CoV-2
Nos últimos anos, o mundo enfrentou uma crise de saúde global provocada pelo coronavírus. Como ferramenta para conter a rápida disseminação da doença, os métodos de diagnóstico para SARS-CoV-2 tornaram-se fortes aliados. No entanto, apesar de sua eficácia, esses métodos enfrentam limitações quando aplicados em larga escala, devido ao alto custo e ao tempo de análise prolongado. Diante disso, torna-se necessário desenvolver metodologias para diagnósticos rápidos, sensíveis e acessíveis à população. Os nanobastões de óxido de zinco (ZnONRs) surgem como uma excelente opção para o desenvolvimento de biossensores, devido à sua alta área superficial, baixo custo e mecanismo de transporte unidimensional. A modificação desses nanobastões com anticorpos anti-RBD conjugados a nanopartículas de ouro (AuNPs) apresenta uma plataforma promissora para o desenvolvimento de biossensores, explorando a capacidade de bioreconhecimento seletivo dos anticorpos e as propriedades do ouro coloidal. Este trabalho visa desenvolver um imunossensor usando FTO modificado com ZnONRs e anti-RBD conjugado a AuNPs. Utilizamos quatro anticorpos diferentes, produzidos a partir de clones distintos, denominados C1, C2, C3 e C4, todos caracterizados por meio do teste ELISA. O desempenho do biossensor impedimétrico foi avaliado utilizando técnicas de impedância eletroquímica e voltametria cíclica, enquanto a imobilização da proteína RBD foi verificada pelo aumento da resistência à transferência de carga. Apesar de todos os anticorpos reconhecerem o antígeno alvo no teste ELISA, apenas o anticorpo C3 demonstrou capacidade de reconhecer a proteína RBD no sistema eletroquímico. O biossensor desenvolvido com este anticorpo apresentou resultados eletroquímicos excelentes e a habilidade de reconhecer diferentes variantes do vírus, incluindo a Omicron, com um limite de detecção de 1,7 μg mL-1. Além disso, o imunossensor provou ser capaz de reconhecer seletivamente o vírus SARS-CoV-2 em amostras reais de saliva. Os resultados alcançados demonstram o grande potencial da plataforma desenvolvida para a detecção seletiva do SARS-CoV-2 e sua possível aplicação em outras doenças virais, representando uma ferramenta valiosa no controle de doenças emergentes.