MICROENCAPSULAMENTO DE BIOPESTICIDAS PARA APLICAÇÃO NA AGRICULTURA
A sensibilidade as variações ambientais e alta volatilização de biopesticidas (óleos essenciais e bactérias), reduzem drasticamente suas vidas úteis e eficiência em campo. O método de microencapsulamento com materiais naturais, possibilita a formação de uma barreira física que protege e garante viabilidade, otimização das propriedades e aumento das vidas úteis desses produtos. Deste modo, tem-se como objetivo avaliar o efeito de encapsulamento de óleos essenciais e uma cepa de Bacillus amyloliquefaciens CBMAI 1301 para o controle de Botrytis cinerea, Colletotrichum glocosporioides e Corynespora cassiicola. Avaliou-se o efeito dos óleos de alecrim, canela cassia, cardamomo, cravo folha, eucalipto, ho wood, laranja doce, melaleuca, tomilho sobre os patógenos. As condições ideais de encapsulamento da bactéria (com alginato) e do óleo essencial (com alginato e quitosana), foi determinado por meio de um designer de experimento. Os óleos essenciais de canela, cravo e tomilho obtiveram a melhor atividade antimicrobiana com as menores concentrações (fungicida < 2 µL/mL e bactericida > 250 µL/mL). A velocidade de agitação, concentração de polímero e surfactante foram fatores significativos para ambos os processos de encapsulamento. Nessas condições, obteve-se microcarregadores esféricos, com paredes contínuas, de diâmetros inferiores a 150 µm e alta eficiência de encapsulamento (EE). Alcançou-se EE de até 93% e 94% para os microcarregadores de óleo essencial de cravo folha e B. amyloliquefaciens, respectivamente. Todas as quatro formulações de microcarregadores de óleo essencial apresentaram atividade fungicida para os três fungos. As duas formulações contendo quitosana, apresentaram maior compatibilidade com a cepa de B. amyloliquefaciens recuperando o crescimento celular após 24 h e contato, melhor estabilidade físico-química e menor fitotoxicidade se comparado ao óleo livre. Para os microcarregadores contendo B. amyloliquefaciens obteve-se inibição fungicida de 40, 38 e 56% para B. cinerea, C. glocosporioides e C. cassiicola, respectivamente, baixa estabilidade físico-química e não apresentou fitotoxicidade foliar. De modo que, é possível obter microcarregadores para aplicação como biopesticida pulverizável, mantendo eficiência, reduzindo a fitotoxicidade dos óleos e possibilitando a compatibilização entre óleo e bactéria.