FABRICAÇÃO DE DISPOSITIVOS ELETROQUÍMICOS FLEXÍVEIS À BASE DE PAPEL PIROLISADO MODIFICADOS COM POLIDOPAMINA
Os dispositivos analíticos de papel são uma boa alternativa entre os sensores usados na indústria farmacêutica, alimentar e agro, por serem a base de um material simples, de baixo custo e biodegradável. Dentre as técnicas de produção destes dispositivos, a pirólise do papel, é a que vem ganhando destaque por tornar o próprio material condutor. Logo, neste trabalho será explorado a pirólise do papel para o desenvolvimento de sensores eletroquímicos. Após a pirólise, é interessante que ele seja funcionalizado, então neste sentido aqui o substrato será modificado com polidopamina. Após o processo de funcionalização foi observado que a presença do filme de polidopamina introduz funcionalidades químicas ricas em oxigênio (O-C=O) e nitrogênio (R-NH2, R2-NH, =N-R) os quais diminuem o ângulo de contato de 114° para 0°. Ao fazer tratamentos térmicos em diferentes temperaturas na polidopamina, ocorre mudanças na composição química da superfície, mas que as razões são possíveis de serem controladas pelas temperaturas. Tais modificações químicas foram acompanhadas por meio de análises de MEV, XPS, microscopia confocal, Raman, ângulo de contato e por voltametria cíclica. A funcionalização traz superhidrofilicidade ao papel, o tratamento térmico da polidopamina varia a composição química do revestimento, logo altera a molhabilidade (0 para 89°), melhora a resistividade (75 para 62 mΩ cm-1) e colabora na redução dos valores de ∆Ep (240 mV para 68 mV) quando a temperatura atinge 1000°C. Portanto, usar do controle desses parâmetros será muito útil para o desenvolvimento de sensores e biossensores visando ganho de sensibilidade e processos de funcionalização futuros para imobilizar agentes de reconhecimento biológicos.