MICROENCAPSULAMENTO DE ISOCIANATOS PARA APLICAÇÃO EM ADESIVOS À BASE DE POLIURETANO
A alta toxicidade apresentada pelo componente reativo isocianato (-NCO) vem estimulando a criação de regulamentação restritiva ao seu uso em diversas indústrias. Visando contornar essas restrições, a indústria de calçados busca soluções para aumentar o desempenho de colagem de seus adesivos à base de poliuretano sem que seja necessária a utilização do isocianato na sua forma livre. A solução encontrada a esta problemática foi o microencapsulamento desse componente. Desta forma, o reagente fica protegido por uma parede polimérica e, no momento adequado, deve ser ativado pela ação de temperatura e pressão, permitindo a ocorrência da reação de cura, o que garante a performance adequada ao adesivo. A proposta deste trabalho é obter microcápsulas de poli (metacrilato de metila) (PMMA) contendo grupamentos -NCO ativos no núcleo por meio da técnica de evaporação de solvente em emulsões óleo em água para a obtenção de adesivos monocomponentes à base de poliuretano para aplicação na indústria calçadista. Buscando moldar as propriedades finais das microcápsulas para a aplicação em questão, estudou-se a influência da concentração de surfactante, velocidade de agitação, volume inicial de isocianato, massa inicial de PMMA, e temperatura e tempo no sistema. Dentre os parâmetros estudados, apenas concentração de surfactante, velocidade de agitação e temperatura apresentaram influência estatisticamente significativa as variáveis de resposta. A depender da combinação de parâmetros aplicada (7 wt.% de surfactante, velocidade de 1920 rpm, 4 mL de isocianato, 1g de PMMA, a temperatura de 50°C por 2h), foram obtidas microcápsulas com formato esférico, apresentando morfologia core-shell, com aproximadamente 13 wt.% de isocianato ativo no núcleo, diâmetro médio de 50,3 µm, e estabilidade térmica superior ao componente puro. A análise do teor de grupamentos -NCO ao longo com tempo, indicou que as microcápsulas apresentam baixa estabilidade. Microcápsulas foram dispersas em matriz adesiva de poliuretano para a obtenção do adesivo monocomponente. Analises realizadas por reologia, TMOR e peeling indicam que as microcápsulas são eficientes na liberação do isocianato ativo e em promover a reação de reticulação. FTIR indicou baixa estabilidade do adesivo ao longo do tempo.