NOVA METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE AGENTES DE CONTROLE BIOLÓGICO BIODEGRADÁVEIS COM APLICAÇÃO NA AGRICULTURA
O uso indiscriminado de insumos agrícolas é uma prática que vai de encontro aos ideais de sustentabilidade. A aplicação de óleos essenciais e rizobactérias no controle biológico de patógenos alternativas sustentáveis ao uso de praguicidas químicos. Desta forma, o trabalho tem como objetivo final o desenvolvimento de cápsulas contendo óleo essencial e rizobatérias, como alternativa sustentável aos pesticidas químicos já amplamente difundidos. A metodologia empregada é um misto das técnicas de Spray Chilling e Jet, onde as cápsulas produzidas deverão possuir diâmetros inferiores a 150,0 µm. O trabalho teve início com testes de diversos óleos essenciais os fungos patogênicos Botrytis cinerea, Colletotrichum gloeosporioides e Corynespora cassiicola e a rizobactéria Bacillus amyloliquefaciens 1304. O óleo essencial de canela cássia, cujo principal composto identificado por GC-MS é o trans-cinamaldeído, apresentou resultados interessantes devido ao seu poder fungicida, eliminando todos os fungos patogênicos em concentrações de até 0,05% (v/v). Já contra B. amyloliquefaciens 1304, a inibição ocorre em valores de 12,5% (v/v). B. amyloliquefaciens exerce efeito antagônico contra os fungos patógenos B. cinerea (83,4%), C. gloeosporioides (59,2%), e C. cassiicola (56,1%). Cápsulas foram desenvolvidas utilizado alginato de cálcio como material de parede, com tamanhos variando entre 44,9 µm e entre 98,6 µm para cápsulas contendo óleo essencial de canela, enquanto valores de D90 encontrados foram de 19,5 µm e 66,0 µm para cápsulas contendo bactéria. A análise de FTIR-ATR foi capaz de revelar possíveis interações entre o alginato de cálcio e o óleo essencial, enquanto análise TGA e DTG registraram acréscimos nas temperaturas de início de degradação de cápsulas reticuladas carregadas com óleo essencial de canela em até 285,2 °C. Cápsulas contendo B. amyloliquefaciens obtiveram este mesmo evento térmico em 275,7 °C, sendo que todas as formulações foram mais resistentes a ação do aquecimento em relação ao alginato de sódio não reticulado. O encapsulamento permitiu a ação destes compostos antimicrobianos, oferecendo controle sobre os patógenos B. cinerea, C. gloeosporioides e C. cassiicola em até 5 dias. Desta forma, o presente trabalho apresenta metodologias para a obtenção de cápsulas poliméricas contendo dois princípios ativos diferentes através de gelificação externa do alginato de sódio com íons de cálcio.