Nanocompósitos híbridos condutores e flexíveis à base de copolímeros em bloco e nanotubos de carbono
O avanço nos estudos de materiais inteligentes, que apresentam uma resposta mecânica em função de um estímulo elétrico, possibilitou o desenvolvimento da aplicação dos polímeros eletroativos (EAP). Entre as classes de EAPs, destacam-se os elastômeros dielétricos, onde a presença de um eletrodo com boa condutividade elétrica e excelente flexibilidade é essencial. Esses eletrodos flexíveis podem ser produzidos a partir de uma base elastomérica e de uma fase dispersa condutora. Dentre os nanomateriais condutores, os nanotubos de carbono (CNTs) se destacam por possuírem alta condutividade elétrica e térmica e baixo limiar de percolação. Além disso, apresentam distintas morfologia, possuindo múltiplas paredes (MW) ou apenas uma (SW), tornando interessante o uso combinado de diferentes CNTs. Desta forma, a proposta deste trabalho foi o desenvolvimento de nanocompósitos híbridos com diferentes CNTs a partir de um gel-base de copolímero em bloco (SEBS) com adição de um óleo mineral (OM) e uma resina hidrocarbônica (RHC). Foram estudados os efeitos da adição de RHC na condutividade elétrica dos nanocompósitos, assim como da concentração de cada tipo de CNT nos materiais puros e híbridos. Os materiais foram caracterizados por técnicas morfológicas, dielétricas, reológicas e mecânicas. Como resultados principais, foi observado que a adição da resina nos géis influenciou o nível de percolação dos nanotubos de carbono, sendo uma diferença de, aproximadamente, 10-6 S/m para os MWCNT e de 10-2 S/m para SWCNT. Já para os nanocompósitos híbridos demonstraram resultados bastante promissores, com potencial efeito sinérgico entre os dois tipos de nanotubos. A amostra com 1,5% de CNT, contendo 1,0% MW e 0,5% SW, apresentou uma condutividade elétrica acima da do material com maior valor até então – amostra com 1,5% SW puro. Outro resultado bastante vantajoso desta amostra híbrida é que seu módulo compressivo não sofreu considerável variação quando comparado ao gel puro, característica bastante importante para a aplicação que visa um material flexível. Por fim, verificou-se também uma boa correlação entre a percolação elétrica e a percolação reológica.