DEGRADAÇÃO DO FÁRMACO DICLOFENACO EM ÁGUAS URBANAS SERVIDAS POR PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS COMBINADOS
O fármaco diclofenaco, por ser um medicamento de ampla utilização bem como por sua presença em águas urbanas servidas, foi considerado um poluente de interesse emergente, sendo incluído à lista de vigilância da União Europeia em 2015. Mesmo em baixas concentrações, esse composto e seus subprodutos de degradação podem trazer riscos aos ecossistemas aquáticos por suas características de ecotoxicidade. Por possuir propriedades químicas que o tornam recalcitrante no meio ambiente e pouco biodegradável, processos de tratamento convencionais de águas urbanas servidas são pouco eficazes na remoção desse tipo de poluente. Como alternativa para sua remoção, pode ser aplicada a eletro oxidação associada a eletro coagulação (EO/EC) como etapa de pré ou pós-tratamento, associada ou não a outros processos oxidativos avançados (POAs) já estudados, como o reativo de Fenton. A presente pesquisa busca avaliar a remoção do fármaco diclofenaco presente em águas urbanas servidas e em suspenção em água, através de técnica eletroquímica de baixo consumo de corrente, associado ou não a POAs químicos, utilizando-se eletrodos de alumínio, com vistas a aplicação em água servida urbana tratada proveniente da estação de tratamento de esgotos Jesus Netto da SABESP. Como principais resultados encontrados, destacam-se a remoção matéria orgânica na forma de carbono orgânico dissolvido (DOC) de 44,9% e 85,2% de remoção e diclofenaco em amostra de água servida tratada (AST) fortificada com 2 mg L-1 do fármaco, após 120 minutos de aplicação de 5V de potencial elétrico associado ao reativo de Fenton (RF). Ensaios de degradação utilizando-se o reativo de Fenton antes da aplicação de potencial elétrico (EO/EC) demonstraram que o principal responsável pela degradação do diclofenaco é a aplicação dos agentes químicos utilizados no RF, ficando o processo de EO/EC responsável pela remoção DOC restante. Destaca-se ainda a ação conjunta do processo de eletro Fenton (EF), que foi mais eficaz na remoção de diclofenaco e carbono orgânico dissolvido do que a aplicação conjunta de EO/EC e peróxido de hidrogênio. Concluiu-se ainda que embora a corrente consumida sofra influência da presença de eletrólitos na solução, esse fator esse fator não se mostrou limitante aos processos de tratamento propostos.