Integrando LandSat na análise da restauração florestal em áreas do domínio da Mata Atlântica na Fisionomia Floresta Ombrófila Densa como forma de monitoramento de restauração ecológica
A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade e também um dos mais ameaçados do planeta. Originalmente, cobria cerca de 1,3 milhão de km² no Brasil, abrangendo 17 estados. No entanto, ao longo dos séculos, a expansão agrícola, a urbanização e o desenvolvimento industrial provocaram sua destruição. Hoje, restam aproximadamente 12% de sua cobertura original, em pequenos fragmentos. As áreas mais impactadas estão nas regiões costeiras, onde a colonização e ocupação humana foram mais intensas. No estado de São Paulo, o desmatamento começou com a expansão do cultivo de café no século XIX e foi acelerado pela urbanização, restando apenas 20% da floresta original, que está protegida em áreas de preservação e fragmentos privados. No Vale do Paraíba, grande parte da Mata Atlântica foi destruída pela cultura do café no século XIX e, posteriormente, pela pecuária e urbanização, com vastas áreas sendo convertidas em plantações e pastagens. Este estudo tem como objetivo discutir o uso de imagens de satélite para monitorar o processo de restauração florestal, conforme a Resolução SMA 32/2014, além de explorar o uso de drones com sensores RGB e térmicos para capturar imagens de alta resolução. A primeira etapa utilizou imagens de satélite, por meio da plataforma Google Earth Engine, para analisar os últimos 30 anos e gerar o NDVI das áreas em restauração, comparando-as com áreas de referência da Mata Atlântica e de pastagens. A análise do NDVI buscou identificar eventos extremos e impactos antrópicos, como secas e desmatamentos. Apesar de detectar secas fora da sazonalidade, o NDVI não conseguiu fornecer valores conclusivos sobre o desmatamento, sugerindo a necessidade de dados complementares. Na segunda parte do projeto, o uso de drones com sensores RGB e térmicos visam obter dados mais precisos e confiáveis, ajudando a desenvolver uma metodologia eficaz para complementar o monitoramento dos projetos de restauração florestal previstos na Resolução SMA 32/2014.