EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA - Análise de Estudos de Casos na RMSP
O fornecimento de água potável é um serviço essencial para qualquer município e por se tratar de sistema de alta complexidade, possui grande demanda por energia elétrica, constituindo gastos significativos às companhias de saneamento. Só a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é responsável pelo consumo de 0,55% da energia elétrica no Brasil. Sendo assim, há a necessidade de criação e aprimoramento de projetos de eficiência energética no setor devido ao fato da eficiência energética e o desempenho hidráulico dos sistemas de distribuição de água estarem relacionados. O presente trabalho tem como objetivo analisar os fatores que influenciam a eficiência energética na operação da distribuição de água potável por meio de casos práticos de sistemas de distribuição de água na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Correlacionar o consumo de energia elétrica com a redução de perdas e a regularidade da distribuição de água em setores de abastecimento sob regime de gestão de demanda noturna e em um setor de abastecimento com estratégia de performance. O estudo forneceu fortes evidências dos impactos significativos da variação da demanda (vazão fornecida mais perdas) nos indicadores relacionados à energia. O ajuste da operação de bombeamento de acordo com o perfil e comportamento socioeconômico da população reduz o tempo de bombeamento e, portanto, o consumo de energia. O consumo específico de energia com base no total de água injetada no sistema reduziu em média de 0,41 kWh/m³ no início dos estudos para um nível médio de 0,37 kWh/m³ no final do estudo; já o consumo específico de energia da água distribuída reduziu em média, nos setores estudados, de 0,71 kWh/m³ para 0,61 kWh/m³ no final do estudo; a demanda efetiva de água atual requer menos energia que a quantidade gasta nas estações elevatórias de água. Tanto o volume total de água injetada no sistema de distribuição de água quanto o volume de água entregue aos clientes foram usados para estimar o consumo específico de energia e destacar a oportunidade remanescente de economia de energia; as perdas de água diminuíram continuamente após a implementação das medidas apresentadas, de um volume médio anual de 106.528,75m³ para 90.063,25m³. A média do índice de perdas totais no início do estudo era de 365L/lig./dia, reduzindo para 250/lig./dia no final do estudo, o que significa uma redução de 32%; as reclamações de clientes reduziram em 31%, quando refere-se especificamente aos resultados obtidos pela implantação da estratégia de performance, tem-se que: o consumo específico de energia da água injetada no sistema, apresentou redução de 20%. Já com relação ao consumo específico de energia da água distribuída, houve redução de 37%. O índice de perdas reduziu 53% após a implantação da estratégia de performance. Com relação às reclamações de falta d’água, houve redução de 61% após a implantação. Esses resultados mostram a efetividade da gestão de demanda e da estratégia de performance na melhoria da eficiência energética.