Estudo da Viabilidade do Escoamento de Energia Elétrica em áreas Próximas a Parques Eólicos
A geração de eólica aumentou significativamente no Brasil. Entretanto, a infraestrutura do sistema de distribuição e demais instalações necessárias para levar a energia elétrica das áreas onde ela é gerada para os locais de consumo não acompanhou o mesmo ritmo de crescimento. Consequentemente, o sistema de transmissão tornou-se um gargalo para a expansão do setor elétrico, e a construção de novas linhas envolve altos investimentos. Além disso, os limites térmicos da linha de transmissão que estabelecem a corrente máxima permitida, dada a temperatura do condutor, conceito também conhecido como ampacidade, são fatores determinantes na tomada decisão para implementação de reforço na rede ou de novos empreendimentos. Este limite operacional é determinado de acordo com normas técnicas, que consideram valores predeterminados para parâmetros ambientais, como velocidade do vento, radiação solar e temperatura ambiente, para determinar a ampacidade estática do condutor. Uma alternativa para promover o melhor uso da rede existente é usar limites dinâmicos calculados com base em informações meteorológicas em tempo real, permitindo assim maximizar a utilização das linhas. Essa abordagem é particularmente vantajosa em áreas de alto potencial eólico, nas quais a carga e capacidade de transmissão estão positivamente correlacionadas com a velocidade do vento. Há estudos que apontam ganhos substanciais de ampacidade na rede em regiões e períodos com velocidade de vento elevada. Portanto, este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão sobre o tema e uma descrição dos métodos utilizados para tratar de limites térmicos em condutores. Por fim, serão identificadas instalações de transmissão em determinadas regiões que podem se beneficiar dessa aplicação para analisar a viabilidade da proposta. Vale destacar que, o uso otimizado das linhas de transmissão por meio desta abordagem pode reduzir a necessidade de expansão da rede e beneficiar à sociedade com tarifas menores e ao meio ambiente, por postergar novas instalações e fazer melhor uso da rede existente.