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Banca de DEFESA: VICTOR FERNANDES GARCIA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VICTOR FERNANDES GARCIA
DATA : 23/08/2019
HORA: 14:30
LOCAL: na sala 303, 3º andar, Bloco B, Campus SA da Fundação Universidade Federal do ABC, localizada na Avenida dos Estados, 5001, Santa Terezinha, Santo André, SP
TÍTULO:

Processo de Gaseificação Hidrotérmica Supercrítica de Microalgas


PÁGINAS: 20
RESUMO:

A vinhaça é um efluente gerado durante a produção do etanol, na etapa de destilação. Seu principal destino é limitado em função das características da vinha e do solo, que se recebe uma carga excessiva pode contaminar os lençóis freáticos, outra alternativa é a biodigestão. Graças a sua composição que é rica em matéria orgânica e apresenta elevado potencial nutritivo, alguns trabalhos indicam a possibilidade de utilizá-la como meio de cultura e fonte de carbono orgânico para produção de microalgas, que são microrganismos capazes de realizar a fotossíntese para obtenção de energia e converter o dióxido de carbono em biomassa, pela rota autotrófica, ou ainda oxidar o carbono orgânico que esta dissolvido no meio de crescimento para obter a energia necessária para seu crescimento. A produção da biomassa de microalgas pode ser destinada para diversas finalidades como produção de proteína para ração animal, produção de suplementos nutricionais como astaxantina, produção de lipídios para extração e subsequente conversão em biodiesel. Quando destinadas para a produção de energéticos apresenta como vantagens a não competição por terras férteis de cultivo, rápido crescimento e cultivo/colheita continua ao longo do ano, além da fixação do CO2 que foi emitido nas etapas subsequentes da produção, podendo apresentar um balanço negativo de dióxido de carbono, fixando mais desse gás do que emitindo. Por se tratar de uma biomassa cultivada em meio líquido, apresenta grande teor de umidade favorecendo a produção de biocombustíveis pela rota úmida, como gaseificação hidrotérmica supercrítica, frente a produção pela rota seca (extração de óleos da microalga seca), como a transesterificação. Assim sendo, a gaseificação hidrotérmica supercrítica de microalgas, se torna uma alternativa interessante para a destinação da vinhaça além de diminuir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera decorrentes da produção de etanol. Entretanto ainda faltam informações relativas a produtividade que as microalgas apresentariam em um cultivo em larga escala utilizando a vinhaça como meio de nutriente, seu consumo energético, a vazão de gás gerada bem como qual seria o rendimento energético do processo. Assim sendo, este trabalho deve como objetivo avaliar qual seria a eficiência de conversão energética para o processo de gaseificação hidrotérmica supercrítica da microalga, a partir de seu cultivo em vinhaça utilizando o dióxido de carbono proveniente da etapa de fermentação, bem como identificar qual dessas duas correntes seria a limitante para o cultivo. Para isso foi desenvolvido um modelo matemático em Scilab, pelo acoplamento de diferentes modelos já publicados, capaz de representar o cultivo das microalgas utilizando a vinhaça como meio de cultura e o dióxido de carbono proveniente da fermentação além de considerar aspectos construtivos e operacionais do pond, permitindo estimar a produtividade do sistema de cultiva, massa de dióxido de carbono fixada e consumo energético no processo de produção da microalga (cultivo mais recuperação da biomassa produzida). Para o processo de gaseificação hidrotérmica supercrítica, foi realizada uma modelagem do processo em questão no simulador comercial Aspen Plus, tomando como base o modelo apresentado por Molina (2018), o qual nos permitiu estimar a eficiência energética apresentada pelo processo em questão, operando em condições para produção de gás com elevado teor de metano e elevado teor de hidrogênio. Como resultados o modelo de cultivo das microalgas conseguiu acompanhar a influência climática no cultivo demonstrando o grande impacto existente pela temperatura do ambiente e a irradiação no pond, ele ainda estimou uma produtividade média de 0,113 kg.m-3.d-1 de forma a obter uma produção de 900kg de microalga por dia e uma fixação de 173,471 t de CO2 durante o período de safra, momento do ano que ocorre a produção de vinhaça. O consumo energético pelo processo de cultivo das microalgas indicou o valor de 614.022,35 em todo período, valor equivalente a 3,14 MJ.kg-1X, obtendo um NER de 0,14 o que indica um elevado valor de viabilidade energética. Caso o cultivo em questão fosse destinado ao uso completo da vinhaça e do dióxido de carbono, a vinhaça seria o insumo limitante. No processo de gaseificação, foi obtida uma vazão final de 1,38kg.h-1 de H2 para as condições operacionais de 750ºC e 225bar com um poder calorifico de 39,71 MJ.kg-1 e uma eficiência de 41,24%, e para as condições operacionais visando a produção de gás de síntese rico em metano (450ºC e 350bar) foi obtido uma vazão de 8,48 kg.h-1 com um PCI de 49,98 MJ.kg-1, ocasionando uma eficiência energética de 47,87%. Com base nisso, podemos notar que o cultivo de microalgas em vinhaça e CO2 para gaseificação hidrotérmica supercrítica da mistura obtida, apresentou um balanço energético positivo e que é uma alternativa válida a ser considerada para se destinar a vinhaça e o dióxido de carbono gerados durante a produção do etanol.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 282.331.168-82 - ADRIANO VIANA ENSINAS - NENHUMA
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 1977178 - REYNALDO PALACIOS BERECHE
Membro Titular - Examinador(a) Externo ao Programa - 3053215 - LIVIA SENO FERREIRA CAMARGO
Membro Suplente - Examinador(a) Interno ao Programa - 1548098 - GILBERTO MARTINS
Membro Suplente - Examinador(a) Externo à Instituição - DIMAS JOSE RUA OROZCO - UFLA
Notícia cadastrada em: 31/07/2019 23:09
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