O Futuro da Comercialização e do Planejamento de Energia Elétrica com Geração Distribuída no Brasil – Um Plano de Negócio
Desde a crise de abastecimento de energia elétrica em 2001, agravada pela crise de 2014, entidades do setor elétrico brasileiro vêm debatendo e se mostrando cada dia mais preocupadas com o Modelo do Setor Elétrico Brasileiro. Várias dessas entidades sugerem de forma direta ou indireta a necessidade de mudança de regulamentação devido necessidade de se considerar fatores externos como os índices climáticos na criação de cenários hidrológicos para operação do sistema de geração, ou mesmo mudanças devido aos fatores políticos e macroeconômicos, como as privatizações das estatais federais, e também as mudanças devido ao avanço tecnológico como automatização dos sistemas e a enorme quantidade de dados disponíveis para auxiliar em uma tomada de decisão mais inteligente pelos agentes, principalmente em se tratando de um sistema que englobará como um dos seus componentes estratégias para armazenamento de energia, seja armazenamento hídrico através de reservatórios, banco de baterias ou mesmo os veículos elétricos. Para que essa nova estrutura se torne uma realidade se faz necessário também regulamentações adequadas para geração distribuída descentralizada. Dentre todas as possibilidades de mudança a serem implementadas, este trabalho focará na penetração massiva de Micro e Mini Geração Distribuída – MMGD que tem dado sinais de um desenvolvimento tecnológico acelerado, aliado a uma demanda crescente de mercado, por exemplo, dos sistemas fotovoltaicos. Esses fatores estão trazendo a possibilidade de aumento da quantidade de conexões nos sistemas das empresas de distribuição de energia que podem impactar diretamente as estratégias de gerenciamento das áreas de comercialização de energia do setor elétrico que traz a necessidade da inovação tecnológica para o setor agregada a regulamentação para o seu adequado funcionamento.
Destaca-se também a mudança de paradigma para um atendimento da demanda sob os aspectos da sustentabilidade e segurança energética. Diante de uma breve revisão bibliográfica pode-se observar que existem muitos pontos a serem estabelecidos para que se possa obter um novo modelo de negócio para as empresas que contemplem a inserção massiva de MMGD no ambiente de comercialização da energia pelo lado da concessionária, e que, por outro lado, viabilize a implementação pelo cliente, ou seja, para os recém denominados prosumidores ou prosumers (consumidores produtores).
Portanto, este trabalho apresenta propostas para a regulamentação e a comercialização da energia elétrica com uma parcela significativa de MMGD e que possa ser uma referência para a sua utilização pelos agentes setoriais nas suas regulamentações futuras.