Política de eficiência energética de aparelhos de ar condicionado no Brasil
O uso de aparelhos de ar condicionado tem crescido significativamente nos últimos anos, o que implica o aumento do consumo energético e consequentemente a geração de gases de efeito estufa. Os países em desenvolvimento e de clima equatorial ou tropical, como o Brasil tem um forte potencial para expandir este mercado devido a uma demanda reprimida. Nesse sentido, estimativas da penetração de novos aparelhos e, também, do estoque de condicionadores de ar que estarão em operação no futuro é uma questão chave para o planejamento energético nacional. A “Lei da Eficiência Energética” foi um marco legal que estabeleceu regulamentações específicas relativas a padrões mínimos de desempenho energético para aparelhos de ar condicionado. Porém, há a ausência de avaliações dos impactos. Desta forma, à partir de dados da Pesquisa de Posse e Hábitos de Consumo (PPH) de 2019, publicadas pelo Procel-Eletrobras e, também no Anuário Estatístico de Energia Elétrica do EPE, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015 e da Projeção da População do IBGE, foi utilizado um modelo de base econométrica para estimar as elasticidades renda e preço da demanda de condicionadores de ar. À partir destas estimativas foram realizadas projeções da penetração, do estoque e do consumo energético desses aparelhos de forma desagregada por categorias split e janela e por capacidade do equipamento para o setor residencial. No cenário mais baixo de crescimento, entre 2019 e 2040, as projeções de vendas sofrerão um aumento 215% e de estoque de 56%. Considerando um caso proposto com índices mínimos de eficiência energética mais rigorosos, em 2040 a economia de energia chega a 37,8 TWh que equivale a redução de 22,6 milhões de toneladas de carbono.