Efeito das mudanças hidroclimáticas no planejamento energético das usinas hidrelétricas de Belo Monte e Tucuruí
No Brasil, 47% de toda a energia produzida tem origem em recursos renováveis, sendo em sua maioria proveniente de hidroeletricidade. Belo Monte e Tucuruí se destacam como as maiores usinas inteiramente brasileiras, com uma alta participação na capacidade elétrica instalada do país. Os recursos hidrelétricos, por serem renováveis, têm uma alta dependência de fatores naturais, sofrendo grandes impactos pelas mudanças climáticas existentes e também pelas prevista. Sendo assim, o objetivo do trabalho é analisar a influência que as mudanças hidroclimáticas terão sobre o planejamento energético das usinas de Belo Monte e Tucuruí. Para as análises propostas foram utilizados dados fluviométricos, pluviométricos e de temperatura. Os modelos climáticas usados foram os Eta-MIROC5 e Eta-HadGEM2, para as projeções (2006-2099). O modelo hidrológico usado foi o SMAP na escala mensal. Para o cálculo energético e econômico usou das especificações técnicas da usina para as possíveis gerações. Os resultados das análises demonstram que as regiões em estudo apresentam características climáticas muito bem definidas, com períodos de estiagem e chuva, já determinados, além disso a vazão demonstrou uma linha de tendência que acompanha os momentos de chuva. Em relação a chuva e vazão da região os modelos demonstram uma redução deles em ambas as regiões até o final do século XXI. Em termos energéticos ambas as usinas sofrerão com as mudanças climáticas, com grandes reduções em suas gerações elétrica, com destaque para Belo Monte que será mais afetada. Essa queda da geração elétrica, ocasionará acionamento das termoelétricas em alguns momentos, o que aumentará a emissão de CO2 pelo país, além de elevação do custo energético repassado aos consumidores.