POBREZA ENERGÉTICA: Métodos para implantação de geradores fotovoltaicos em comunidades urbanas de baixa renda – Estudo de caso da favela de Paraisópolis – São Paulo, Brasil
A pobreza energética está diretamente ligada à qualidade de vida das pessoas e mostra-se mais evidente em comunidades urbanas de baixa renda, as favelas. O uso da tecnologia solar fotovoltaica está em ampla ascensão mundial e tem alto potencial de implantação no território brasileiro. A instalação de geradores fotovoltaicos produz energia limpa e de baixo custo trazendo mais segurança nas instalações elétricas nas comunidades, além de reduzir os prejuízos por furto e inadimplência. Nesta dissertação é realizado um estudo de caso da favela de Paraisópolis, situada na cidade de São Paulo, onde se avalia a viabilidade técnica e financeira da implantação de geração distribuída de um sistema solar fotovoltaico conectado à rede. O investimento inicial seria realizado pela empresa distribuidora de energia de São Paulo, a ENEL Distribuição São Paulo, a qual sofre com o ônus do furto de energia e dispõe de verba para Projetos de Eficiência Energética. Foram elaborados três tipos diferentes de arranjos de sistemas fotovoltaicos: instalação individual, arranjo centralizado em cooperativa e agrupamento por 5 moradias. Estimada a demanda energética das famílias com ligações não regulares de energia, foram projetados o sistema solar fotovoltaico e o seu valor de implantação para cada tipo de arranjo. Dos três tipos de arranjos dimensionados, o mais vantajoso se mostrou o arranjo de 5 moradias por sistema fotovoltaico, com um custo médio de energia de R$ 4.192,00/kW. A ENEL teria um retorno do investimento em 15 anos. Concluiu-se que a implantação do sistema é viável economicamente e factível. Entretanto é necessário engajamento da ENEL e incentivo governamental para que o projeto se desenvolva.