Preparação e caracterização de células a combustível protônicas a base de perovskitas do tipo BaZr0,4Ce0,4Y0,1Gd 0,1O3-δ
Um dos principais desafios das últimas duas décadas tem sido o desenvolvimento de métodos para a geração e conversão de energia que utilizem fontes renováveis e tecnologias sustentáveis. Essas tecnologias visam principalmente minimizar os efeitos do aquecimento global e substituir o uso de compostos derivados de combustíveis fósseis para a produção de energia. As células a combustível de óxido sólido com condução protônica (SOFCs) têm atraído considerável atenção devido às suas propriedades únicas, oferecendo uma solução potencial para melhorar o desempenho e a eficiência dos dispositivos de conversão de energia. Entre os materiais mais estudados e utilizados como eletrólito estão as perovskitas compostas de ceratos e zirconatos de bário (BZCO), que se destacam como candidatos especialmente promissores. Tanto os ceratos quanto os zirconatos têm uma alta aceitabilidade de dopagem com elementos aliovalentes em sua estrutura cristalina, o que cria vacâncias de oxigênio e aumenta a condutividade protônica nas células a combustível. A combinação desses materiais oferece uma compatibilidade vantajosa: os ceratos aumentam a condutividade protônica, enquanto os zirconatos melhoram a estabilidade química. Para superar suas limitações, como a alta temperatura de sinterização e a própria falta de conhecimento a respeito do material, vários estudos científicos têm investigado os efeitos de diferentes dopantes e estequiometrias na estrutura das perovskitas. Novas composições e métodos de obtenção são fundamentais para o aumento da eficiência dos dispositivos, o presente trabalho busca desenvolver e estudar um eletrólito a base de BaZr0.4Ce0.4Y0.1Gd0.1O3-δ e comparar se há melhora na estabilidade química, condutividade e densificação do eletrólito para operação de dispositivos em temperaturas intermediárias (500 – 700 °C). A composição foi caracterizada na forma de pellets e filmes finos depositados por PLD, além de ter sido desenvolvido estudo do desempenho desta composição em dispositivos suportado no eletrólito e suportado no ânodo. Ambas as amostras de dispositivo passaram por testes em situações reais de funcionamento utilizando ar sintético e H2 como combustível. Foram realizadas medidas de OCV, espectroscopia de impedância (EIS) e a obtenção das curvas IxV. Um filme fino foi caracterizado por espectroscopia de impedância (EIS) in-situ e ex-situ, onde foi possível a verificação do efeito do substrato sobre alta condutividade do filme protônico.