Sistemas de geração de energia solar fotovoltaica: uma análise crítica do potencial de utilização por arquitetos e urbanistas na região metropolitana de São Paulo
Os sistemas de geração de energia solar fotovoltaica encontram-se em franca expansão e podem impulsionar a ampliação do uso de fontes de energias renováveis no Brasil. O mercado brasileiro já disponibiliza diversas soluções nas quais os módulos fotovoltaicos podem ser integrados à arquitetura, como os do tipo BIPV (Building Integrated Photovoltaics), os Módulo Solares Integrados à Edificação. Os BIPVs atendem aos princípios da “arquitetura solar”, na qual materiais passivos utilizados na arquitetura, como revestimentos, por exemplo, são substituídos por materiais ativos multifuncionais, podendo gerar energia solar fotovoltaica, com soluções de melhor resultado estético. Tais soluções poderiam ser exploradas por arquitetos e urbanistas, potencializando o uso da tecnologia fotovoltaica contribuindo para sua expansão. No entanto, verificou-se que apenas 11,7% dos projetos arquitetônicos e obras executadas, voltadas ao mercado, veiculados nas principais publicações do setor no Brasil em 2023 apresentam algum tipo de sistema de geração de energia fotovoltaica. Diante deste contexto, esta pesquisa buscou identificar os motivos pelos quais os arquitetos e urbanistas não adotam ou não especificam com frequência a tecnologia fotovoltaica em seus projetos. Por meio da aplicação de pesquisa quantitativa e qualitativa a um grupo de profissionais com atuação na Região Metropolitana de São Paulo – recorte territorial da pesquisa – concluiu-se que o motivo de maior relevância para a adoção ou não da tecnologia fotovoltaica é a “falta de conhecimento” sobre os sistemas fotovoltaicos e, em especial, em relação aos BIPVs; o “custo de implantação” dos sistemas fotovoltaicos apareceu em segundo lugar, seguido pelo “impacto estético negativo” que tais soluções trariam às edificações. Ainda como contribuição da pesquisa, verificou-se que tanto a formação como a formação continuada de arquitetos e urbanistas e a divulgação ineficiente da tecnologia fotovoltaica pelo mercado contribuem para o baixo nível de conhecimento dos profissionais, o que acaba influenciando também no conhecimento sobre o custo de implantação da tecnologia fotovoltaica, que vem reduzindo nos últimos anos, bem como sobre as possibilidades trazidas pelas novas soluções integradas às edificações, os BIPVs. Ao final, de forma mais ampla, o desenvolvimento desta pesquisa contribuiu também para a difusão do uso de sistemas de geração de energia solar fotovoltaica entre os profissionais de arquitetura e urbanismo.